CAPÍTULO 13 - Visitas Inesperadas

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A mansão dos Blake's havia passado por várias mudanças, mas mesmo assim continuava com o mesmo "ar" de superioridade, ainda parecia um maldito castelo. Era como se você tivesse caído em algum dos parques da Disney e só faltassem segundos para dar de cara com um cavalo branco e um príncipe. 

Falando em homens com títulos de príncipes...

— Olá para você também, Enzi — saudei, sem consegui evitar sorriso. Ele poderia ser sorrateiro como for, mas ainda sou Alexander Keller. E, ok, sabemos que o Bárak não é um príncipe, a Emma sempre foi muito imparcial para descrevê-lo. 

O que diabos você está fazendo aqui? — ele realmente parecia bastante surpreso, continuei com a minha cara esbanjando tranquilidade. — Não me olha com essa cara de normalidade, Alex. Não é como se eu estivesse te encontrando no escritório da Ônix. — girou o dedo com o gesto bastante exagerado — É a mansão do Gabriel, a porta do Gabriel e bem... É o Gabriel! 

Suspirei. 

— Momentos de desespero pedem medidas desesperadas. 

— Isso não é hora para falar ditos populares,  Keller. 

— Só avisa ao Blake que estou aqui, ok? — dei de ombros — Eu liguei antes de vir, não queria dar de cara com nada muito absurd... 

— TIO KELLER! — a voz feminina e doce me fez parar a frase no meio, até porque, fui atingindo por um par de braços que praticamente me laçaram em um abraço forte e saudoso. — Que saudade do senhor! — continuou.

— Ruby... —  tentei falar mas o abraço de urso fez com que minha respiração ratificasse um pouco. 

— Huh? 

— Você está me sufocando, lindinha. — a garotinha sorriu largo, se afastando. E era a absurda a semelhança dela com a mãe. Os traços, até o jeito de pestanejar era idêntico ao da Emma. Só que em uma versão pura e bem inocente  — Oi meu amorzinho, como você está? 

— Me sentindo abandonada. —  cruzou os braços. — Nunca mais o vi. 

Ele se permitiu soltar o ar, para seus oito anos, Ruby era extremamente perspicaz. 

—  Estava resolvendo várias coisas do trabalho, o tio teve que viajar e ficou sem ter como visitá-los. E como andam as coisas? Irritando muito a sua mãe? —  acariciei os fios negros e escorridos e ela fez uma caretinha, enrugando o nariz enquanto me fitava com os gigantes olhos castanhos.

Ela negou de um jeito meigo. 

— O papai disse ao Alec que o senhor foi devorado por um leão — arregalou os olhos escuros, dando ênfase a mentira do Blake. Não que eu não esperasse tamanha infantilidade vinda dele. Seria uma novidade se ele tivesse agido com o mínimo de maturidade. — Ele até disse para o Ícaro ficar longe do bichinho... — O filho da irmã da Eva, Joyce, era fascinado por leões. Eu até tinha tentado dar de presente um verdadeiro, como bom padrinho, mas não fui bem compreendido, Guilherme o mandou voltar no mesmo caixote que chegou. 

— Ruby, o que já falamos sobre entregar meus planos para concorrência? 

A voz contrabandista fez várias partes do meu corpo se retraírem, mas logo relaxei. 

De certa forma, a culpa não nos pertencia. Emma sempre havia gostado do jogo, se acostumou em ter vários e nunca ficar na monogamia, só fomos burros e nos deixamos usar por ela diversas vezes. No caso, eu. Já que ela parece bem convencida de querer ficar com esse criminoso. 

AGENTE KELLER - Ao seu dispor.Onde histórias criam vida. Descubra agora