Capítulo Sete

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Dominic D'Ângelo

Acordo no dia seguinte, me amaldiçoando por ter tido uma noite inteira com sonhos eróticos protagonizados por Miguel e eu. O que é totalmente insano, já que não faz o menor sentido eu ter esses sonhos justo com ele... Um homem!

Me coloco sentado na cama e solto um suspiro pesado, passando as mãos por meu rosto em seguida. Eu preciso conversar com alguém o mais rápido possível e como eu só tenho um único amigo, é a ele que vou recorrer agora.

Pego meu celular na mesinha de cabeceira e procuro entre os contatos, encontrando o número de Anthony. Início a ligação e levo o aparelho até meu ouvido, escutando os barulhinhos irritantes, até ser atendido.

- Dominic! Quanto tempo, irmão. - Anthony diz empolgado ao me atender e confesso que senti falta de falar com meu melhor amigo, mas ninguém precisa saber disso... Nem ele.

- Nem me fale, tenho tido muito trabalho na empresa, mas liguei pra saber se você pode ir almoçar comigo por esses dias? Preciso conversar com alguém. - Falo, me sentindo um pouco apreensivo.

Anthony me conhece e sabe que não gosto de perturbar as pessoas, então se estou pedindo, é porque preciso.

- Percebi que está com problemas. - Ele diz sério.

- Você nem imagina, meu amigo. - Falo e solto um suspiro. - Mas então, topa? - Pergunto por fim.

- Claro! Vou estar de folga em dois dias, tudo bem? - Ele pergunta.

- Sim, eu também tenho uma viagem pra fazer. - Falo, não muito contente.

- Vai para onde? - Ele pergunta, curioso como sempre. "Típico do Anthony."

- Adivinha? - Falo e me coloco de pé.

- Itália? Não brinca! - Ele diz e respiro fundo.

- Infelizmente, há um problema que só eu posso resolver. Eu só espero não encontrar eles, o mais longe possível é melhor. - Respondo.

- Relaxa, Dom... Não se preocupe com isso. E se você os encontrar, finja que não viu, eles não te esqueceram já faz quase cinco anos? - Ele diz e por mais que eu saiba que ele não disse para me ferir, me dói ouvir suas palavras.

- Sim, você está certo. - Falo por fim. - Eu vou desligar agora, preciso ir trabalhar.

- Ok, manda um beijo para o meu afilhado, até mais! - Ele se despede.

- Até! - Digo, encerrando a ligação.

Me sinto um pouco aliviado de poder contar com meu amigo, para desabafar sobre o que estou sentindo desde que Miguel entrou em minha vida. Como é possível eu, Dominic D'Ângelo, estar tão afetado com a presença daquele garoto? "Caspita!"

Deixo meus pensamentos em um canto da minha mente e decido que preciso me arrumar para mais um dia de trabalho. Depois de pronto com um dos meus ternos, pego minha maleta de trabalho e sigo em direção à sala de jantar, para tomar meu café da manhã.

Quando chego ao cômodo, só vejo Amália e como todos os dias ela me deseja "bom dia" e me serve. Depois de alguns minutos vejo Miguel entrar com Tomás ao seu lado, segurando sua mão  e sinto uma sensação estranha vendo essa cena... Uma sensação estranha, mas muito boa. "Dio! O que está acontecendo comigo?"

- Bom dia, Dominic! - Ele me saúda e vejo Amália arregalar os olhos quando ele se dirige dessa forma a mim. Nunca permiti que meus empregados me tratassem pelo meu nome, mas Miguel é diferente. "Só ainda não sei a intensidade desse diferente."

Meu Italiano | Livro 01 - Trilogia "Meu" [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora