Capítulo Seis

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Assim como o anterior, esse capítulo também é novo... Então ele merece muito amor. 🤭❤

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Miguel dos Santos

Uma semana depois...

Rolo na cama algumas vezes, tentando encontrar meu sono, mas ele parece ter sumido magicamente. Me coloco sentado na cama e olho ao meu redor, vendo meu quarto sobre a penumbra da noite. Acendo o abajur ao lado da cama e pego meu celular, constatando que já se passa da meia noite de uma quarta-feira.

Me levanto da cama e acho uma boa ideia beber um copo de leite quente, talvez me ajude a recuperar o sono e dormir tranquilo. Pego uma blusa de frio, já que a noite está um pouco fria e então saio do quarto, agradecendo a Deus por algumas luzes estarem acesas no corredor.

Em poucos segundos chego à cozinha e encontro tudo escuro, o que me faz seguir até o interruptor para acender as luzes. Mas assim que tudo se ilumina, levo um susto ao ver Dominic sentado em uma das cadeiras altas do balcão.

- Jesus! - Não controlo minha boca, o que faz eu a tampar rapidamente enquanto sinto meu coração bater desenfreado em meu peito.

- Já me chamaram de muitas coisas, mas de Jesus nunca. - Ele diz e seus olhos se cruzam com os meus, o que faz um arrepio passar por meu corpo. - Não deveria estar dormindo? Amanhã tem que levantar cedo.

Pisco meus olhos algumas vezes, até sair do meu transe e processar suas palavras para mim.

- Acho que o senhor também, não? - Retruco, tomando coragem de não sei onde porque eu sou um puta de um medroso mesmo.

- Eu consigo fazer meu trabalho mesmo sem ter uma boa noite de sono, mas você consegue? Lembre-se que é do meu filho que estamos falando. - Ele diz e eu abro à boca para responder, mas ele levanta um dedo, fazendo eu me calar novamente. - Ah, não me chame de senhor... Me sinto um velho, mesmo já tendo mais de trinta.

Mais de trinta??? Impossível!

Me sinto desnorteado por alguns segundos, até que volto a pensar novamente e resolvo expor algo que vem me incomodando há um tempo. Me aproximo dele e me sento na cadeira ao seu lado, mantendo uma distância segura entre nós. Sei que ele me deu liberdade em chamá-lo de você, mas ainda é meu chefe e pode me mandar embora a qualquer momento.

- Já que tocou nesse assunto, Dominic, eu gostaria de falar algo. - Falo e ele me olha atentamente, fixando seus olhos azuis nos meus.

Ele não diz nada por um tempo, apenas me encara, o que me faz engolir em seco e quase vacilar, mas quando ele maneia a cabeça, em um sinal para eu prosseguir, eu o faço.

- Eu posso estar sendo intrometido, mas meu trabalho também é zelar pelo bem estar de Tomás. Infelizmente eu vejo o quanto você é ausente na vida dele e isso o machuca. Tomás é apenas uma criança inocente de quatro anos. Ele foi rejeitado pela mãe e não tem seu amor e carinho... Ou pode até ter, vejo que você o ama, mas não demonstra. Amar não é apenas falar, é mostrar em gestos e você não o faz. E isso me dói, pois na cabecinha dele ele pode achar que está novamente sendo rejeitado. - Falo, olhando em seus em cada palavra dita e vejo sua expressão vacilar.

- Sei que é um empresário, não entendo como isso funciona, mas sei que é algo que consome... Só que ele também precisa de você, entende? No futuro você pode se arrepender por essa ausência. Pode chegar um momento em que você será o número um nos negócios, mas não será o número um no coração dele. E eu posso te afirmar com certeza, não há nada melhor que o amor incondicional de um pai e uma mãe. - Termino de dizer e solto um suspiro.

Meu Italiano | Livro 01 - Trilogia "Meu" [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora