Capítulo Treze

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Dominic D'Ângelo

Dias depois...

Deixo os traços sobre a folha em branco e aos poucos vou vendo a jóia se formando em minha frente, pelo menos o seu desenho. E no final eu tenho um anel, que me traz a imagem de Miguel à mente. Solto um suspiro e deixo o lápis de lado, guardando o desenho em seguida.

Desvio meus olhos para o relógio em cima da minha mesa de trabalho e vejo que se aproxima das cinco da tarde. Se fosse há algumas semanas atrás, eu não ligaria a mínima para o horário, mas desde que eu decidi estar mais presente na vida de Tomás, eu faço de tudo para estar em casa mais cedo. Por isso eu guardo todos os papéis em cima da mesa e desligo meu computador, me levantando em seguida. Pego minha maleta e o paletó pendurado na cadeira, seguindo até à porta.

Passo pela recepção e aviso a minha secretária que estou indo embora. Entro no elevador e escolho meu andar de destino e demora alguns segundos até que o elevador pare no estacionamento, localizado no subsolo. Encontro Dimitri a minha espera e apenas cumprimento ele com um aceno, entrando no carro em seguida.

O caminho demora um pouco por causa do trânsito e também passo em uma padaria no caminho, para comprar alguns doces pra Miguel e Tomás. Deus, acho que nem eu me reconheço mais, o Dominic antigo jamais estaria em uma padaria para comprar doces, mas eu fico feliz em ter mudado, ou melhor... Fico feliz em ser quem eu sempre tive vontade.

Assim que o carro estaciona em frente de casa, me despeço de Dimitri e sigo apressado até à porta de entrada. E assim que abro à mesma, posso ouvir o barulho de risadas, o que me faz sorrir de forma automática. Deixo minha maleta em cima do aparador que fica no corredor e sigo até à sala de estar, logo podendo ver Tomás e Miguel deitados no sofá, assistindo algum desenho animado desconhecido por mim.

Fico alguns minutos parado no mesmo lugar, apenas observando os dois e sinto um sentimento muito bom crescer em meu peito. É muito bom ver a forma como Miguel trata Tomás, é como se meu filho também fosse seu. E eu não posso me impedir de imaginar que no futuro ele também pode ser pai de Tomás.

Solto um suspiro e resolvo me aproximar deles e também fazer parte do momento.

- Posso me juntar a vocês? - Pergunto, chamando a atenção dos dois seres, que logo desviam os olhos para mim.

- Papai! - Tomás diz animado ao me ver e se levanta, vindo correndo em minha direção. - Oh, bolo pequenininho. - Ele diz admirado ao ver a caixa com cupcakes em minha mão.

- Oi campeão! Trouxe pra você e o tio Mi. - Falo e deixo um beijo em sua testa, entregando a caixa em suas mãozinhas, que a pega com cuidado.

- Oi anjo! - Me aproximo de Miguel e deixo um beijo em seus lábios, podendo sentir o sabor de refrigerante neles. - Sabia que isso é ruim a saúde? - Falo e aponto para a latinha em cima da mesinha de centro.

- Foi só um pouquinho e Tomás não bebeu. - Ele diz se justificando e me irrita não poder ficar bravo com ele.

- Vai passar dessa vez. - Falo e me sento ao lado dele, vendo Tomás tentar abrir a caixa com os cupcakes.

Abraço Miguel e acompanho Tomás na sua árdua tentativa de abrir a caixa, fazendo até um biquinho por não estar conseguindo. Penso em o ajudar, mas espero que ele se canse primeiro e isso acontece segundos depois, após ele soltar um suspiro frustrado. O que faz ele pegar a caixa e vir em nossa direção.

- Papai Mi, able pla mim. - Tomás diz sem nem perceber e estende a caixa para Miguel, que está estático igual a mim nesse momento.

A sala fica no mais completo silêncio, a não ser pelo barulho que vem da TV e eu desvio meus olhos para meu namorado, que me olha como se com medo da minha reação.

Meu Italiano | Livro 01 - Trilogia "Meu" [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora