Prólogo

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Sarah

Ele sorria para ela e seu sorriso era cativante e radiante. Possuía uma luz própria e ela sabia que soaria como exagero, mas podia jurar que ele iluminava toda aquela sala. Era sempre assim quando ele estava por perto, ela sentia-se iluminada, era como se todas as coisas ruins que se escondessem na escuridão corressem pra longe quando ele sorria. Até ter aquele sorriso em sua vida ela não compreendia o poder que um poderia ter.

            Quando achava que seria impossível se apaixonar ainda mais por Gael, ele vem em sua direção e a cumprimenta com um beijo estalado na bochecha. Em suas mãos havia uma pequena caixa de veludo preto. Antes mesmo que ele faça um movimento ou diga algo, ela sabia o que estava por vir e o brilho invade seus olhos.

            O seu peito parecia pequeno para as batidas frenéticas que seu coração fazia. Suas mãos tremiam levemente pela ansiedade do leve toque de seus dedos que estava eminente. Sua vida se iluminava mais uma vez pela amabilidade estampada em seu rosto. Ela não conseguia acreditar que aquilo estava realmente acontecendo.

            Quando os lábios dele se moveram, três palavras saíram deles. Três simples palavrinhas que quando juntas em uma mesma sentença, é capaz de fazer o coração explodir em milhares de cores, sentir a mais plena felicidade e desejar a mais longa vida.

"Quer casar comigo?" Ela o escutava dizer.

            Sem hesitar por um segundo sequer, ela lhe diz que sim. Claro que iria querer, amava aquele homem com todas as suas forças e sabia que ele também a amava.

Sem aviso ela é levada para outro lugar, como se sua alma houvesse saído do seu corpo e agora vagava entre suas lembranças.

Não estava mais naquela sala iluminada e nos braços de seu amado e sim saindo de uma igreja. A cauda do seu vestido branco se arrastava pelo chão da escadaria por longos centímetros. Gael segurava suas mãos fortemente pelo trajeto, e em seu olhar a promessa de que não a soltaria. Seus dedos estavam entrelaçados e ela não conseguia deixar de pensar em como o encaixe era perfeito e imaginava que nenhuma outra se encaixaria daquela maneira, pois ela era dele, do homem que roubou seu coração e do qual ela jamais queria que devolvesse.

Por sobre suas cabeças uma chuva de arroz caía, proporcionada pelos convidados. Lá embaixo no fim da escadaria um carro antigo, como ele queria, os aguardava. Quando está prestes a entrar e iniciar uma nova etapa em sua vida, ela sente uma pequena gota da chuva, que ameaçava em cair a dias, tocar sua bochecha e se escorrer pela mesma. Não se importava se choveria ou não, nada estragaria o seu dia, nada a impediria de ser feliz ao lado daquele homem.

─ Eu sou a chave ─ Ela lhe dizia assim que ele fechava a porta, e com um sorriso nos lábios aguarda sua resposta padrão.

─ E eu o cadeado.

Era sempre assim. O pequeno, único e diferente eu te amo.

            Os lábios dele encontravam os dela, os envolvendo com ternura, seu jeito sempre contido. Nem percebera quando o carro começou a se mover, tudo o que havia para ela eram os lábios dele e tudo o que ela conseguia ouvir era a batida dos pingos de chuva, que agora se intensificara, nos vidros das janelas.

            Pouco tempo depois outro som se sobressai à chuva. Um som alto e estridente.

            Então ela é trazida de volta para a realidade. Para a dura realidade, como gostava de pensar. Com uma batida certeira de sua mão ela desliga o despertador.

            Mais uma noite e novamente aquele sonho. Ela já estava acostumada com ele. Aquilo já se tornara parte da sua rotina. Mas claro que não eram iguais todas às vezes, algumas ela chegava até o fim da cena, a parte após aquele barulho alto, às vezes o sonho parava na primeira parte, ou às vezes ela sonhava com os dias antes daquele na igreja.

Todos os dias quando ia se deitar, ela já sabia que sonharia com ele. Em alguns momentos achava prazeroso, dependendo do sonho, era uma maneira de tê-lo sempre por perto. Mas não no começo.

            Quando eles começaram, era muito difícil para ela acordar, encarar o dia e sair da cama pela manhã. 

            Sentada na cama, ela esfregava seus olhos os preparando para mais um dia. A luz da manhã podia ser vista por detrás das cortinas e um pequeno feixe invadia o cômodo por uma tímida fresta, iluminando sua mochila na cadeira de sua escrivaninha.

            Sarah sabia o que teria que fazer naquele dia. Guardaria aquela data para sempre. Como sua amiga Alexia costumava lhe dizer, aquele dia era o começo de uma nova vida, era o primeiro dia do resto da sua vida.

Ficava impressionada com o otimismo de sua melhor amiga e não evitava desejar possuir metade dele.

            Com passos arrastados e um suspiro cansado, ela se forçou a caminhar até seu banheiro onde se prepararia para aquela data tão marcante, mas antes ela se permitiu aproveitar de mais um pouco da tranquilidade do seu quarto, pois sabia que assim que abrisse a porta encontraria uma Alexia super animada e ansiosa em plena 6 horas da manhã de uma Quarta-feira.

            Como alguém podia ficar tão animada naquela hora? Ela pensava enquanto se despia e se questiona mentalmente se sua amiga fazia o uso de alguma substância química, para explicar tal comportamento.

            Sabia que ela não agia por mal. Sabia o quanto Alexia queria seu bem e admitia que o entusiasmo dela fosse o que lhe dava seu próprio entusiasmo. Assumia que se não fosse pela dedicação e paciência dela, Sarah não estaria indo fazer o que iria.

            Suas mãos seguravam a maçaneta. Seus dedos a apertando um pouco esquentando a mesma com o calor de sua palma. Tentava controlar sua respiração causada pela ansiedade que se expandia em seu peito.

            Ano novo. Vida nova. Repetia aquelas palavras várias vezes em sua mente.

            Nada mais pode me surpreender.

            Com esse pensamento, seu braço recebe o comando de seu cérebro para que seu pulso faça um movimento rotatório. No próximo segundo a porta se abre e no outro ela passa pela mesma a fechando atrás de si.

            Gostava de pensar que nada mais seria capaz de surpreendê-la, que já passara por todas as surpresas e mudanças radicais que se era permitida em uma única vida.

Mas mal sabia ela o quanto aquele tipo de pensamento era errado, que a vida é sempre uma caixa de pandora e que a dela estava prestes para ser aberta.

***


Olá meus queridos leitores!

Andei meio sumida, mas estou de volta!

Esse é meu segundo projeto aqui na plataforma. Estou muito feliz em compartilhar essa história com vocês (e confesso que um pouco nervosa rsrsrs), amo muito esses personagens.

Hoje foi apenas o começo, a pequena ponta do iceberg, tem muita coisa para acontecer ainda.

Espero que gostem do casal principal assim como eu e que eles consigam, com sua história, envolver vocês como fizeram comigo. Tentarei conta-la da melhor maneira possível e transmitir o que eles me contaram sobre ela da forma mais fiel.

Acho que falei demais rsrsrs. Agora quero ouvir de vocês. O que acharam?

Vejo vocês na semana que vem!

A anatomia do amor (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora