A barca já estava quase chegando em seu destino e Sr. John reparou que apesar de Henrique usar o caderno mágico para conversar com Kevin, os outros alunos não se aproximavam de Kevin. A Sra. Fátima também pareceu um pouco nervosa ao ver os dois juntos. Quando a barca chegou no seu destino, todos saíram tranquilamente, menos o homenzinho que saiu correndo como se tivese uma lebre no lugar de cada pé.
-Quem é esse homenzinho tão rápido?
Perguntou o Sr. John ao Sr. Borage.
-É o zelador de Castelobruxo, ó Sr. Zé, ele não é de falar muito. Pra falar a verdade só escutei a voz dele uma vez, quando eu ainda estudava em Castelobruxo!
"Quando eu ainda estudava em Castelobruxo". Essa frase deixou John curioso, o Sr. Ze não parecia ser mais velho que o Sr. Borage. Ele até pensou em perguntar mais alguma coisa, mas preferiu deixar para outra hora.
A barca apitou novamente, agora para dizer que todos tinham chegado.
-Todos preparados para uma caminhada?
Quando Sr. Borage disse isso viu vários alunos reclamarem em resposta ao seu sorriso. Todos os alunos saíram da barca indo para um caminho iluminado pelo sol e cercado por árvores que entre laçavam seus galhos no topo, como se as próprias árvores quisessem esconder o caminho e proteger os alunos. Antes de entrar na floresta um dos monitores avisou para que todos fizessem absoluto silêncio pois os animais que ali habitavam eram extremamente ferozes.
Já estavam no meio do caminho e o silêncio da floresta era consideravelmente estranho. Mas o que mais deixou o Sr. John e Kevin espantados era o ar puro da floresta, um ar tão puro e cheio de magia que quase podia ser tocada. Os raios de sol que antes atravessavam os galhos já não iluminavam mais o caminho, alguns pontos eram tão escuros que obrigaram o Sr. John e Sr. Borage e alguns alunos a usarem o feitiço lumos. No fim do caminho eles chegaram no alto de um penhasco aonde contemplaram o imponente edifício que não reluzia sua glória no presente momento, o céu completamente nublado dava um novo aspecto a floresta. Sómbria e bem distante do que se mostrou no começo, era assim que se encontrava a profunda mata tropical. Todos paralisados ali podiam sentir uma brisa fria, anunciando que algo de muito errado estava acontecendo.
-Finalmente chegamos, é impressão minha ou esse caminho fica mais longo a cada ano? -disse o Sr. Borage olhando para sua esposa e percebendo o olhar da mesma fixo no céu. Ele parou e também olhou.
-Eu achava que aqui não poderia ficar tão frio assim! É normal?
-Normal não se encaixa nesse clima Sr. John! Temos que encontrar a Sra. Benedita! -com essas palavras ainda pulando de sua boca Sr. Borage começou a descer o penhasco mas antes de um terceiro passo, voltou seus olhos para o grande templo. Não só ele mas todos ali abriram a boca e arregalaram os os olhos, pois não acreditavam no que estavam vendo. Um dragão Brasileiro, um dos maiores que existe. Voando um pouco acima do templo, sua pele esverdeada que mais parecia uma armadura, enormes espinhos que cobriam a cabeça e iam até a ponta da calda. Seus olhos, completamente amarelos com veias alaranjadas e um risco negro bem no meio. O dragão pousou no alto do templo, ergueu sua cabeça e expeliu uma poderosa chama azul que atravessou as nuvens fazendo com que elas se afastasem, pouco a pouco sumindo do céu, dando lugar aos raios de sol que voltaram a iluminar o templo. Revelando seu brilho dourado, ó brilho dourado de um grande templo coberto por ouro.
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Castelobruxo e a Mágia Antiga
AdventureUma história inspirada na obra de J.K Rowling. John Whilliams é um bruxo pesquisador, históriador, escritor e ciêntista inglês que com seu filho de onze anos Kevin, fazem uma viajem para a America do Sul, mais precisamente o Brasil. John vem de u...