Andando pelos corredores do grande templo, descendo cada lance de escada, Kevin sentia seu coração bater mais forte. Pensava que deveria voltar e deixar isso pra lá, não era problema dele.
Mas não podia fazer isso, sua sede por aventura estava mais feroz que nunca.
Quando chegou em frente à porta principal, viu que ela estava meio aberta. Será que Sr. Borage e a Sra. Fátima ainda estavam ali?
Cuidadosamente se aproximou, não viu ninguém. Era como se apenas Kevin e o silêncio estivessem ali, iluminados pela luz da lua cheia. Nem mesmo os vagalumes estavam lá fora.
A um passo de entrar na floresta ó menino inglês olhou para cima, ó Grande Templo reluzente sob a luz prateada. Sentia o coração pulsar na garganta, mesmo essa não sendo uma floresta negra, Kevin tinha uma leve noção do que iria encontrar lá. Por isso ó medo, talvez fosse mais seguro uma floresta negra. Cento e cinquenta passos contados.
-Qual era aquele feitiço mesmo?
Kevin se perguntava querendo urgentemente uma luz para iluminar seu caminho que ficava cada vez mais escuro e frio conforme ele se afastava do Grande Templo. Ainda bem que ele não acendeu uma luz, pois assim ele seria facilmente visto pelas duas pessoas à frente. O garoto parou assustado, forçou os olhos para ver quem eram. Um deles Kevin reconheceu, era ó Sr. Zé mas a outra pessoa, não conseguiu ver. Essa estava com uma enorme capa preta e um capuz que tampava o rosto. Um passo bastou para fazer barulho, revelando o garoto inglês escondido ali. Com o susto Kevin não conseguia se mover, Sr. Zé sumiu na mata, enquanto a criatura por debaixo da capa foi direto na direção do garoto que tremeu dos pés à cabeça. Não deu para ver ó rosto, mas a criatura chegou perto o bastante para Kevin reconhecer aqueles olhos amarelos. Ó garoto teria sua cabeça arrancada se um animal não tivesse entrado no meio. A criatura e o menino inglês foram arremessados para longe, com um rosnado ó animal espantou a criatura emcapusada. Antes de pensar que estava com sorte Kevin viu que o animal era um lobisomem, que virou para o seu lado. Ó garoto inglês correu com ó coração na mão. Suas pernas doíam, os galhos partiam em seu rosto. Ele sabia que não poderia parar pois se ó fizesse, seria estraçalhado vivo.
Era como se Kevin estivesse levando uma surra, quando parou, não conseguia se mover nem mesmo abrir os olhos. Com seus pensamentos voltando para o lugar, ele se virou, estava deitado olhando pra cima, como iria fazer para sair daquele buraco?
Quando se levantou percebeu que não iria conseguir sair dali e que não estava com a sua varinha. Olhando para cima, pensava que criatura era aquela que quase o matou se não fosse o lobisomem, que também teria acabado com ele se não fosse o buraco. Será que aquele lobisomem era o Henrique?
Seus olhos se fecharam quando uma brisa suave e refrescante acariciou seu rosto. Não poderia ser, havia uma passagem que sem pensar o garoto inglês entrou. Ouvia um som distante, um som de água corrente. O som ficava cada vez mais forte. Ele ó seguiu até uma caverna e do outro lado do rio que passa dentro da caverna havia várias entradas. Caminhos que levavam à mais mistérios e aventuras. Kevin queria desbravar aqueles caminhos mas o dia já estava amanhecendo. Antes de ir em direção a saida ele pisou em alguma coisa, uma pequena pedra azul com alguns pontos verde, ele à achou bonita e a colocou no bolso da capa. Indo em direção a saída, onde ficava a queda d'água. Respirou bem fundo pois não teria outro jeito, ele teria que pular.
-Não acredito que vou fazer isso!
A queda foi tão rápida que Kevin só abriu os olhos debaixo d'água, quase não teve força para voltar a superfície. A correnteza era tão forte que ele não conseguia sair da água. Quando estava quase se afogando, sentiu uma mão lhe puxar pelo braço. O ar que entrava em seus pulmões era um alívio. Olhando em volta percebeu que quem havia salvado sua vida era Henrique, que se encontrava completamente nu, com o corpo cheio de arranhões. Kevin não pensou duas vezes e colocou sua capa já seca no amigo. Ó sol já brilhava no céu, esquentando a floresta e alimentando a esperança mas deixando aquela dúvida! Será que tudo aquilo teria sido um sonho?
Enquanto voltavam para Castelobruxo Kevin queria muito dizer o que havia acontecido para Henrique e perguntar se ele realmente era um lobisomem. Estava olhando para o chão quando um garoto falou quase como um sussurro em um inglês britânico perfeito:
-Ele deve estar com fome, depois de quase se afogar! - falando sozinho apanhou uma manga salgada e deu para ó garoto inglês-
Kevin estava paralisado, como Henrique estava falando inglês? Estava ali parado encarando Henrique, um olhando para a cara do outro.
-Você está falando inglês! Como?
Henrique arregalou os olhos.
-Você é que está falando português!
Ficaram ali debatendo quem estava falando o idioma de quem, depois de um tempo Kevin falou tudo o que tinha passado e então fez a sua pergunta a Henrique.
-Sou. É difícil de explicar. Temos que ir até o Grande Templo e falar tudo para a diretora Benedita e o tio Libatius, eles vão saber o que fazer!
Estavam indo para Castelobruxo em meio as plantas enquanto Kevin comia sua manga salgada que para ele tinha gosto de peixe com batata frita.
Ó silêncio reinava na floresta, apesar do sol começar a esquentar a profunda mata tropical, um vento frio e um arrepio na espinha alertava que ó pior estava por vir!-Oi, se você chegou até aqui aperte a estrela, é de graça! ; )
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Castelobruxo e a Mágia Antiga
AventuraUma história inspirada na obra de J.K Rowling. John Whilliams é um bruxo pesquisador, históriador, escritor e ciêntista inglês que com seu filho de onze anos Kevin, fazem uma viajem para a America do Sul, mais precisamente o Brasil. John vem de u...