Era uma segunda-feira e Zoey se sentia exausta. Havia trabalhado o dia todo se queixando de como havia deixado tantas pessoas marcadas para aquele único dia. Mas a resposta verdadeira para essa pergunta era nada mais, nada menos, do que a escapatória que encontrou para preencher todo o seu dia e não ter tempo para se lamentar do namoro acabado e a aventura vivida três noites atrás. Ao terminar de editar as fotos tiradas naquele dia, ela se viu livre para voltar para casa, o que a fez suspirar de alívio. Vestiu o seu casaco longo e sentiu o seu celular vibrar, mas ignorou completamente por não estar em um bom momento para atender ligações. Entrou no carro e dirigiu pacientemente até o seu apartamento, onde se assustou ao encontrar o rapaz que conheceu na boate.
- Zoey! – Ele sorriu largamente ao vê-la. – Eu tentei te ligar, você não viu?
- Na verdade eu não tive tempo para ligar de volta – Ela semicerrou os olhos, pensando em qual motivo poderia leva-lo a estar de tocaia na frente do seu apartamento. – Estava ocupada no trabalho.
- Ah, claro, eu devia ter pensado nisso. Plena segunda-feira, você deve estar exausta.
- É... Bene...?
- Benedict – Ele completou, sem desmanchar o sorriso. – Mas pode me chamar de Ben, se for mais fácil pra você.
- Certo, Benedict – Ela disse fria. – Eu não quero ser indelicada, mas pode ir direto ao ponto?
- Ah, tudo bem – Ele se sentiu inibido. – Eu tinha te ligado, na verdade, para saber se você gostaria de sair comigo?
- A respeito disso – Ela respirou fundo. – Olha, eu acho melhor a gente não seguir em frente.
- O quê? Eu fiz algo errado?
- Não, na verdade eu fiz.
- Você poderia me explicar?
- Eu acabei de sair de um relacionamento que já durava um ano. Eu amava e ainda amo o meu ex-namorado o bastante para querer ficar sozinha sofrendo por um futuro que eu não vou ter mais ao lado dele. Parece monótono ouvindo assim, mas quem acaba de sair de um relacionamento que costumava ser perfeito como o meu, tem todo o direito de querer passar esse tempo sozinha.
- Nossa – Ele engoliu seco. – Eu te entendo, parece até o meu melhor amigo. Ele está passando pelo mesmo.
- Então você sabe como é.
- Sei – Ele parecia desapontado – Eu não devia ter vindo, sinto muito pelo incômodo.
- Não precisa ficar desse jeito, você não iria imaginar que eu te receberia dessa forma depois da noite que tivemos. Eu é que sinto muito – Ela desviou o olhar e depois retomou – Sendo sincera, eu até gostei da sua visita.
- Mesmo?
- Sim. – Ela sorriu de canto de boca – Se não viesse seria uma decepção.
- Eu não deixaria de vir.
- Você é mesmo um cavalheiro – Ela o reparou da cabeça aos pés. – Uma pena não ter te conhecido antes.
- Ainda está em tempo.
- É, quem sabe. – Ela sorriu discretamente.
- Se você preferir, eu posso ser só um amigo.
- Um amigo que vai me galantear o tempo todo?
- Só de vez em quando.
- Ah, assim está bom – Ela riu e ele também. – Me acompanha em uma xícara de chá?
- Claro.
- Então vamos entrar.
Ela passou na frente e abriu a porta do apartamento, deixando passagem para que ele pudesse entrar. Ambos deixaram os seus casacos mais pesados no cabideiro e ele foi instruído a esperar por ela na sala de estar, enquanto o chá era preparado. Não demorou muito e estavam juntos de novo.
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Miss Atomic Bomb
RandomA quem ela deveria afinal, entregar o seu amor: o primeiro, que no passado a feriu; ou ao segundo, que para conquistar o seu amor, traiu a promessa que fez ao melhor amigo?