POV – Zoey
Me senti a pessoa mais idiota do mundo. Benedict talvez não tivesse tomado essa decisão caso soubesse da gravidez, mas eu nunca, em hipótese alguma, faria disso uma obrigação pra ele ficar comigo. Eu não queria isso, simplesmente não precisava. Eu poderia cuidar do meu filho sozinha, e o seu sobrenome seria somente Lewis.
Mas isso não ficaria desse jeito. Desde pequena sempre tive a fama de ser geniosa, não levar desaforo para casa, o que era totalmente verdade e dessa vez não seria diferente. Se o Ben tinha terminado comigo, é porque ele levava muito à sério a sua amizade com o Tom, o que eu admiro muito, amigos desse tipo já não se encontram com tanta facilidade. Mas o Thomas, ah, o Thomas! Ele é mesmo um manipulador. Nunca pensei que diria algo desse porte pra ele, nunca sequer tive motivo pra isso, mas o que ele fez foi além dos limites. Ele não podia ter feito isso, está seguindo a própria vida com essa tal Claire Clark, devia me deixar fazer o mesmo, era a atitude mais sensata que ele poderia ter. E ele teria, por bem ou por mal.
Ao sair da cafeteria, limpei as lágrimas que subitamente tomaram conta do meu rosto, e entrei no meu carro novamente. Suspirei, duas ou três vezes, e só então me vi em condições de focar a minha raiva em um propósito maior. Pisei no acelerador e dirigi até a casa que guardava boas lembranças de um passado que eu preferia esquecer. Era o lar do canalha que estava destruindo a minha vida, e ele estava na janela, certamente não me viu, porque estava aparentemente muito entretido na ligação que estava fazendo. Ainda assim, sai do carro e bati na porta, esperando que ele se livrasse da pessoa com quem conversava no momento e viesse me atender.
- Zoey? – Ele franziu o cenho. – O que está fazendo?
- Me diz você o que você está fazendo.
- Você vai esperar que eu adivinhe o que está acontecendo, ou vai me contar? – Ele disse e então abriu mais a porta de sua casa, me abrindo espaço para entrar. – Mas antes entre, não quero que os vizinhos participem da nossa conversa.
Assenti e entrei na casa. Me recusei a me sentar no sofá ou a tirar o meu casaco, porque quis deixar claro que estava ali para um assunto rápido.
- Então, Zoey, o que foi? – Ele perguntou.
- Que história é essa de convencer o Benedict a terminar comigo?!
- O quê?! – O rosto dele pareceu se iluminar. – Ele fez mesmo isso? – E gargalhou. – Sabia que o Benedict não me decepcionaria.
- E você tem coragem de dizer isso na minha cara?
- Zoey, nada mais justo do que impedir a tempo que você se apaixonasse pelo meu melhor amigo.
- Eu estou apaixonada por ele!
- É mesmo? – Ele me puxou pela cintura e colou nossos corpos. – Tem certeza? Porque você ainda parece ser aquela Zoey que me amava.
- Impressão sua. – Tentei me afastar, sem sucesso.
- Por que está fazendo isso, Zoe? Nós nos amamos, e você sabe disso.
- E quanto a Claire?
- Uma cópia sua. Não repara o quanto se parecem? Foi como te substituir por uma versão sua mais sem graça.
- Que ridículo dizer isso, Thomas.
- Eu te amo, e não entendo como não me deu uma outra chance.
- Você sabe que eu nunca perdoaria uma traição.
- Você transou com o Benedict na mesma noite e ainda assim eu quis você.
- Oras, quis porque não sabia com quem eu havia passado a noite.
- Ainda acha que isso faria diferença pra mim?
- Thomas...
- Não, não diz nada – Ele me interrompeu. – No dia que você terminou o nosso namoro... bem, eu tinha comprado isso pra você.
Ele se afastou, caminhou até uma cômoda e abriu uma pequena gaveta, da onde retirou uma caixinha. Ele voltou até mim, e a abriu. Era o anel de noivado mais lindo que eu já tinha visto em toda a minha vida.
- Nossa... ele é lindo. – Disse.
- Era pra ser seu.
- Você ia...?
- Sim, te pedir em casamento. Eu sabia que você era a mulher da minha vida. Sempre soube. Como eu poderia te deixar assim tão fácil para o meu melhor amigo?
- Ainda assim, você não foi justo comigo.
- Por que diz tanto isso?
Eu não consegui responder imediatamente. Não sabia se devia, mas ele pareceu entender o meu silencio como um sinal verde. Se aproximou lentamente, colocando a aliança sobre a mesa de centro que estava próxima a nós, me envolveu em seus braços e encostou sua testa na minha. Estava prestes a colar nossos lábios, quando eu me afastei e disse em seguida.
- Porque eu estou grávida.
- Você o quê?! – Olhamos na direção da terceira voz que invadiu o local. Era Benedict que jazia com a testa franzida, boquiaberto, após ter entrado na casa de Thomas sem antes bater na porta.
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Miss Atomic Bomb
RandomA quem ela deveria afinal, entregar o seu amor: o primeiro, que no passado a feriu; ou ao segundo, que para conquistar o seu amor, traiu a promessa que fez ao melhor amigo?