Beatriz e Eduardo

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no caminho foi chorando, tinha prometido a si mesmo que não deixaria Donato a tocar. Em casa trabalhou em sua matéria e novamente enviou para Donato por e-mail, preparou algo pra comer tomou outro banho, vestiu outro vestido em azul marinho neutro e formal e seguiu para Alphaville, estava adiantada e pode procurar pela residência tranquilamente, chegando às 14 horas em ponto e sozinha, tinha se esquecido completamente do fotografo, respirou fundo e desceu do carro.

A casa era bem grande e moderna, ao entrar se via um salão grande com apenas uma estátua bem no meio dela, uma figura feminina que segurava um jarro, a jovem tinha cabelos cacheados e seu lado esquerdo mostrava o seio bem delineado, ela foi até a escultura e a olhou e em seu rosto permanecia um sorriso, Eduardo a via pela câmera e percebeu que algo de especial tinha nela, gostava de apreciar belas artes e a maioria das pessoas que entraram naquele salão não deram importância para aquela estátua, mas ela se encantou e a olhou por alguns minutos como estivesse fotografando com os olhos.

Ariana a recebe e a chama para a sala de estar e pediu que aguardasse, Eduardo já iria atende-la, Beatriz aproveitou e correu os olhos pela sala, reconheceu algumas obras de arte, mas sabia que eram replicas, pois os originais costumava ver no museu do Masp ou quando ia para fora do país, caminhou até uma delas, o Jardim de Monet, colocou as mãos para traz e fixou os olhos nela, realmente era falsa, alguns traços o pintor não conseguiu recriar deixando arestas na tinta à óleo, pegou a lente de aumento para ver melhor.

- Vejo que gosta de pinturas de Monet!?... - Diz Eduardo se colocando a traz dela.

Beatriz levou um susto e deixou cair sua lente de aumento, os dois se abaixaram juntos para pegar a peça que rolou e suas mãos se cruzaram, Beatriz e Eduardo ficaram sem reação e se olharam agachados no chão com as mãos apoiadas uma sobre a outra, aqueles olhos azuis eram um convite para beijá-lo e de imediato ela puxou e se levantou e sorriu e disse sem jeito.

- Me desculpe!... Eu... É... - Ela olhou para o quadro, respirou fundo e disse disfarçando a surpresa e a tensão. - Eu amo Monet!... Sempre que vou à Inglaterra ou em outro país que tenha suas obras expostas eu fico horas namorando.

Eduardo se posicionou ao seu lado, colocou a mão para traz e olhou a obra, mas antes que dissesse algo ela disse pegando a lente e entregando à ele.

- Veja!... Essa obra não é original!... Tem falhas na pintura e o autor tentou recria-la com perfeição... Mas como toda replica, tem seus deslizes!... - Ela aponta para um ponto no quadro e pede para ele olhar de perto.

Claro que Eduardo sabia que não era original, mas quis agrada-la e assim aprendia um pouco mais sobre artes originais e falsificada e disse devolvendo a lente.

- Eu sei que esta obra é falsa, mas mesmo assim quis comprar!... - Ele sorri e vai para o pequeno sofá e se senta.

- Desculpe!... - Diz ela sem graça. - É lógico que sabe que é falsa!...

Eduardo ficou olhando para ela que se sentou a sua frente, abriu a bolsa e com um gesto delicado pegou o gravador e uma pequena pasta e de dentro tirou um papel, colocou sobre a mesinha de centro e ajeitando o cabelo e se sentando confortavelmente sorriu e levou a mão para ele.

- Sou Beatriz Marzolla, jornalista e repórter do Diário Bandeirantes de São Paulo, escrevo sobre celebridades, sobre obras de artes, teatro e outras coisas!... - Ela sorria, queria ser simpática, mas estava nervosa, aquele encontro a deixou desnorteada e ele a olhava de um jeito que tirava seu chão.

- Muito prazer!... Eduardo Morelli ao seu dispor!...- Ele segurou a sua mão e não soltou.

Ariana que de longe assistia a tudo e sorriu ao perceber que Eduardo estava encantado com aquela mulher, tinha algo de diferente em suas atitudes e o olhar para com ela, já viu ele tratar bem outras companhias femininas, mas a da jornalista, tinha algo de diferente e ficou observando.

- Já não nos conhecemos?!... - Pergunta ele soltando sua mão lentamente!

- Creio que não!... - Ela ajeita o cabelo novamente.

- Mas... Eu juro que a conheço!... Mesmo que seja de vista!... - Ele Poe a mão na boca e a encara.

- Ah!... De vista pode até ser!... - Ela faz um gesto com a mão no ar e diz sorrindo. - Tem meu rosto nos outdoors pela cidade, propaganda de um Xampu.

- Sim!... É você!... - Ele sorriu!... - Juro que achei que não existia mulher tão linda como aquela, e estou enganado completamente.

ENTRE PALAVRASOnde histórias criam vida. Descubra agora