Chagando ao Brasil

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Fim de dezembro chega e os dois estavam de malas prontas para irem para o Brasil, Ema os leva para o aeroporto e os dois se abraçam, Ema e Erduan eram confidentes e ele contou tudo para a irmã e ela o encheu de conselhos e pediu para que esperasse o melhor momento para conhecer o pai pessoalmente, deixasse que Beatriz e ele se encontrassem naturalmente sem a intervenção dele, pois isso poderia afasta-los mais ainda e talvez nunca houvesse uma reconciliação, Ema sabia de tudo, pois Beatriz contou o que aconteceu quando ela chegou na casa deles ainda grávida e seu pai era apenas seu amigo e nada mais, David confessou a ela que se apaixonou de imediato e que seria questão de pouco tempo para ficarem juntos e foi o que aconteceu e era grata por Beatriz fazer seu pai tão feliz enquanto viveu com ela, os dois choraram abraçados, parecia que não iriam se ver mais ou demorariam pra se reencontrar, Beatriz a abraça assim que volta do check in e vê os dois chorosos e ri dizendo.

- São poucos dias crianças. Não vamos demorar assim.

- Mas já sinto falta do meu irmãozinho.. - Ema esfrega a mão em sua cabeça, bagunçando seus cabelos.

- Vamos Erduan.. Já chamaram pelo voo.. Agora é sentar e relaxar e esperar para chegar em nosso destino, seu avô deve estar louco pra te ver.

- E eu também.. - Disse Erduan sorrindo e os dois seguem para o embarque, acena para Ema e somem pelo saguão.

Eduardo estava ansioso para ver Erduan e Beatriz novamente e faria de tudo para um encontro de surpresa, Saulo praticamente se tornou seu aliado nesta empreitada e se juntou a ele para obter as informações de quando eles pousariam em São Paulo e em que hotel ficariam hospedados, mas achou estranho que não existia reserva nenhuma em nome de Beatriz Corby ou Beatriz Marzolla e nem se deu conta do apartamento que tinha e que não conseguiu se desfazer, e por incrível que pareça, ele tinha a chave de lá e sempre ia para sentir seu perfume e relembrar dos momentos que viveu com ela ali, dos chás que ela fazia e dos filmes que assistiam, mas o que gostava mesmo de relembrar era de suas mãos quentes o acariciando e dando-lhe prazer. Ao ir para casa, entra no quarto que era de seus pais e que ele sonhava em ser o dele com Beatriz, o quarto era bem grande e na cama cabiam quatro pessoas, o vestido de noiva que ele pegou de seu apartamento estava estendido na cama como ele avia posto dês do primeiro dia que o levou para casa, e se deitava ao lado dele imaginando Beatriz vestida nele e o acariciando no rosto e o olhando com aquele sorriso doce que ela tinha, ele passava a mão por debaixo dele e abraçava sem tira-lo do lugar e dormia abraçado a ela e fez o mesmo e dormiu e sonhou com ela, os dois giravam dançando uma valsa de casamento, ela estava linda com aquele vestido e ele sentia-se realizado e feliz, todo aquele peso que sentia tinha sumido e finalmente receberá o perdão que tanto sonhava e se beijavam a todo tempo.

Beatriz dormiu durante o voo e sonhou com Eduardo, os dois de mãos dadas olhando o quadro de Monet no museu da Inglaterra, fone de ouvido na orelha de cada um contemplando a pintura, não falavam nada, apenas estavam em paz com eles mesmos e acordou com Erduan informando que estava pousando em Brasília, e quando desceram do avião perceberam que fazia muito calor e não viam a hora de sair de lá e ir direto para casa do avô e trocarem de roupa para uma mais fresca, Aluizio os esperava no saguão de desembarque e se abraçaram animados e seguiram para casa, Erduan teria que se habituar novamente com a língua portuguesa, e ficou observando a mãe e o avô conversarem, ele tinha uma memória muito boa e conseguia entender depois de algumas horas e pedia para a mãe só falar em português com ele, Beatriz achou estranho aquele pedido, mas atendeu ao pedido do menino. Erduan e Aluizio ficam sós por um tempo e o enche de perguntas e conta que já conhecia o pai e que falava sempre com ele, e contou o que a irmã pediu para ele fazer, e Aluizio achou que ela tinha razão e o aconselhou a mesma coisa, teria que deixar os dois se resolverem, melhor coisa era não interferir.

Aluizio já estava sabendo da ação que Eduardo estava movendo para o reconhecimento da paternidade, o juiz do caso era seu amigo e o informou assim que recebeu o processo, por um lado ficou preocupado, mas por outro achou a atitude do rapaz muito conveniente, pois estava reconhecendo por livre e espontânea vontade, ninguém estava forçando a isso, mas não sabia como iria contar para Beatriz sobre isso, o neto pediu muito para que não contasse a ela que ele foi o causador de tudo isso e que sua intenção não era essa e sim de conhecer o pai e realizar o desejo de saber quem era e ter um laço de amizade, pois prometeu a David que faria isso, era o único modo de juntar Beatriz com seu grande amor, Aluizio ficou admirado com aquele pedido, pois David era verdadeiramente apaixonado por sua filha, mas viu que não podia ficar sozinha e desprezar aquele amor que sentia e que o perdão seria inevitável, mesmo sentindo rancor por Eduardo, tinha que deixar a filha seguir seu caminho, pois não sabia quanto tempo ainda iria ficar vivo e queria sua filha feliz e se tivesse que ser com Eduardo, então que aceitasse desde já essa união, o neto estava feliz e confiante e resolveu contar para a filha.

- Beatriz?. - Chama Aluizio para o escritório.

Beatriz vai ao seu encontro, ele a Poe para dentro e fecha a porta.

- O que foi.?. Tenho até medo quando fecha essa porta. Coisa boa que não é?. - Beatriz se senta na cadeira e espera o pai se sentar e a falar.

- Filha.. Eu tenho um amigo em São Paulo, ele é juiz e há pouco tempo foi para a vara da infância e juventude. Ele me ligou no fim de outubro e pra minha surpresa. Ele me informou que Eduardo está movendo uma ação de reconhecimento de paternidade.

- E daí?.. Ele deve ter outros filhos por aí.. Faz bem ele reconhecer e se responsabilizar por uma criança.. Pelo que sei era irresponsável e deve ter engravidado outras mulheres.- Beatriz estava tranquila.

- Eu concordo com você.. Mas a criança que ele está reconhecendo é Erduan.

Beatriz gelou e empalideceu e sentiu falta de ar, se levantou e procurou respirar e ficou em pânico, não conseguia falar e antes que Aluizio a amparasse desabou ao chão desmaiado, Aluizio abriu a porta e pediu socorro para Maria, Erduan também ajudou Beatriz a voltar, passando álcool em suas mãos e nuca, Beatriz assim que abre os olhos vê Erduan a olhando preocupado e ela cai num choro compulsivo e agarra o menino deixando-o mais assustado.

- Beatriz.. Por favor?. Solta o menino, ele está assustado.. - Aluizio puxa seus braços amorosamente deixando Erduan livre daquele abraço.

- Como ele soube?. Como ele pode fazer isso sem me consultar.?. Como vai reconhecendo meu filho assim?. Ele não é louco de tirar Erduan de mim?. - Beatriz se levanta e vai para ao telefone, tremia demais e não conseguia digitar os números, o telefone da casa de Eduardo só chamava e caiu na caixa postal, ela desligou e chorou novamente, pegou a bolsa e saiu Erduan ainda pediu para que ficasse, mas não adiantou, saiu em prantos.

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