Capítulo Quinze

5.7K 816 110
                                    

Bom dia, meus amores! Chegueiiii!!! 

Conversamos no final do capítulo, vou deixar vcs lerem em paz sem ficar tgarelando kkkkkk

<3

***

Capítulo 15

"A gente descobre a importância de um abraço quando precisa de um"

(Desconhecido)

May

Acordo com o som da chuva caindo e sinto meu coração acelerar quando o pânico me invade antes mesmo que eu consiga ter algum tipo de controle sobre o meu corpo. Respiro com dificuldade e me encolho na cama pedindo baixinho para que eu simplesmente volte a dormir.

Fecho os olhos e estremeço um pouco quando escuto os trovões. Sinto o meu corpo gelar e pressiono os dedos no cobertor apertando com força até doerem.

— Não posso mais viver assim... — Sussurro sentindo as lágrimas caírem molhando o meu rosto.

Olho no relógio do celular e ainda são três da manhã, respiro fundo soltando a respiração devagar. Quando deitei não sabia que iria chover, seu soubesse teria me entupido de remédio para dormir.

É assim que tenho feito todos esses anos. Alguns dias até consigo esquecer, mas em outros pareço á mesma garotinha assustada que não tem força sequer para mexer o corpo dominado pelo pânico. Essa sensação me mata por dentro, pois me lembra do quanto me sinto suja por não ter conseguido reagir a todas as vezes que fui abusada.

Choro sentindo a culpa me invadir.

Culpa por não ter sido forte o suficiente para enfrenta-lo.

Culpa por ter me silenciado e não ter gritado aos quatro ventos tudo o que acontecia sempre às três horas da madrugada no meu quarto.

Culpa por ser covarde e todos os dias vestir uma máscara de forte, quando na verdade sou fraca.

Culpa. Culpa. Culpa.

Minhas mãos formigam e minha garganta parece travar quando lembro do barulho da porta rangendo ao ser aberta devagar. Paraliso e olho automaticamente para a porta do meu quarto como se aquele monstro fosse aparecer a qualquer momento.

A chuva fica ainda mais forte e os trovões me fazem sacolejar o meu corpo de tanto medo que sinto. Seguro o celular com força, devo ter tocado em algum lugar, pois a tela acende e a foto que Jess tirou quando Eduardo e eu dançávamos no finalzinho da tarde me faz parar para observá-la. Ele está sorrindo enquanto segurava a minha mão. Olho para mim e as lágrimas escorrem pelo meu rosto livremente. Pareço feliz quando estou com ele. Lembro dos seus braços me segurando e da paz que me toma quando sinto Eduardo me abraçar.

Eu preciso dele.

Minhas pernas parecem dormentes quando levanto da cama devagar ainda sem acreditar no que estou prestes a fazer. Meu coração salta no peito e a vontade que tenho é de voltar imediatamente para a cama e ficar imóvel, mas obrigo meus pés se moverem.

Assim que consigo me esgueirar até a sala e acendo a luz sinto um pouco de alívio.

Abro a porta da sala e uma rajada me vento causa arrepios pelo meu corpo, um trovão ruge no céu e apesar da chuva grossa não permito que mais nada me assuste e me concentro em colocar um pé na frente do outro...


Edu

Acordo assustado e ainda sonolento tenho a impressão que tocaram a campainha da minha casa em plena madrugada.

Laços Inesperados - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora