2. Adaptação

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Três semanas haviam se passado desde que Chanyeol se mudou para a casa de Baekhyun. Os gêmeos receberam bem o maior, na verdade, já tinham se apegado a ele.

Um rotina estava começando a nascer no meio de toda aquela confusão.

Primeiro, Baekhyun acordava e fazia sua higiene pessoal, tomava um banho e se arrumava para o trabalho, só então ele voltava para sua cama, acordando gentilmente aqueles dois bichos preguiça que chama de sobrinho.

Chanyeol estava dormindo no quarto de hóspede ao lado do seu, então, o Park aparecia com os cabelos úmidos e rosto inchado de sono. Ele também parecia uma criança e Baekhyun precisava se lembrar, constantemente, que não deveria reparar em como os olhos dele ficavam pequenininhos ou na forma que sempre tinha a bochecha amassada, provavelmente por gostar de dormir de lado.

O Park dava banho nos gêmeos e colocava o uniforme nos dois enquanto Baekhyun preparava o café. Depois ele mesmo trocava de roupa e os três apareciam na cozinha.

Todos se sentavam juntos, mesmo que no começo o moreno tivesse insistido que não queria ser intruso, mas com o tempo começou a ser natural para ele estar ao lado dos pequeninos.

Seoeon, sempre manhoso, gostava de tomar seu suco na mamadeira pela manhã, o que resultava em Seojun o chamando de bebê, o mais novo dos dois acabava fazendo um bico triste, mas rebatia o irmão de alguma forma. Chanyeol gostava de desafiar Seojun; por ser muito curioso, o Park vivia o distraindo. "Vamos ver quem como mais rápido o cereal? Mas não precisa engolir tudo de uma vez, se não vai passar mal" ou "aposto que chego na porta antes de você!".

Baekhyun admirava a forma fácil como o maior conseguia lidar com os gêmeos, ele ainda era um desastre. Certa vez tinha escorregado no banheiro enquanto dava banho nos meninos e quase fez os dois caírem também, mas de tanto que riam de si. Chanyeol apareceu ofegante, preocupado com o barulho alto, encontrando um Baekhyun todo molhado e caído de quatro no chão molhado. Ele não riu, ao menos, não na frente de seu chefe. Por isso saiu correndo e com o rosto vermelho, para gargalhar no próprio quarto. Baekhyun, obviamente, conseguiu escutar aquela risada escandalosa e fechou o rosto em uma feição irritada, mas não conseguiu ficar assim por muito tempo, pois os gêmeos tinham aqueles olhinhos brilhantes e o rosto cheio de felicidade, amolecendo seu coração.

Mas, aos poucos estava se adaptando.

A pior parte do dia era quando se despediam na porta, Baekhyun ia para o trabalho e Chanyeol ia com motorista levar os meninos para escola, depois seguia até sua faculdade.

Baekhyun sempre foi um viciado em trabalho por isso voltava tarde para casa, ou seja, seus sobrinhos já estavam dormindo. Às vezes Chanyeol estava estudando na mesa da cozinha e o maior acabava fazendo um café para os dois, às vezes ele também já estava em seu quarto.

Então, ver os olhos tristes dos gêmeos quando falava que precisava ir embora, sempre partia seu coração, pois os pequenos sabiam que não veriam mais Baekhyun durante o dia. Seoeon sempre agarrava a perna do loiro, falando em tom choroso.

— Tio Baekkie, fica com a gente.

E pela primeira vez em sua vida, o Byun realmente cogitava a possibilidade de ficar com eles, mas o trabalho sempre falava mais alto, então ele se abaixava, abraçando os dois apertado e prometendo ter um tempo só para eles.

Mesmo depois de três semanas nessa rotina, sempre doía em Baekhyun dar as costas aos gêmeos e ir trabalhar.

Naquela noite em específico, quando chegou em casa, a luz da cozinha estava acesa e o Park dormia sobre vários livros e papéis estavam jogados na mesa. Mesmo com o corpo cansado, Baekhyun tirou a gravata e abriu a geladeira, pegando o necessário para fazer um chocolate quente.

Confusão em dobroOnde histórias criam vida. Descubra agora