O banco daquele parque

Capítulo 7

Eu e Alexa chegamos em minha casa.

- Ruby não vou poder ficar aqui. A minha mãe chamou-me para ir descarregar alguma coisa que ela tinha lá. - ela disse.

- Vai lá, até amanhã. - eu disse.

Ela saiu. Sabia que ela estava a mentir. Ignorei esse facto.

Subi para o quarto. Já eram 17:23h da tarde. Já não iria sair mais então fui para o quarto de banho, despi-me e fui tomar o banho mais longo de todos para refletir sobre tudo. Saí depois de 20 minutos de banho. Coloquei o meu pijama e deitei-me na cama ainda a refletir. Enquanto isso, o meu telemóvel tremeu com uma mensagem.

Número Desconhecido: Porque disseste que não ias mais falar comigo? Eu contei- te a verdade. (17:47 p.m)

Eu: Pára com isso, eu que decido o que eu quero fazer Bryan. (17:48 p.m)

Gravei o número dele.

Bryan: vem aqui em baixo. (18:00 p.m)

Paralisei. Congelei. Parei no tempo. Como que ele sabia onde eu morava? Desci do meu quarto e fui devagar até à porta. Vi uma sombra pela janela da cozinha. Estava muito frio, puta que pariu. Fechei a janela. Abri a porta. Bryan estava lá, com vento e de camis, bermudas e sapatilhas.

- SEU IDIOTA! NÃO VÊS O FRIO QUE ESTÁ AQUI FORA? - perguntei enervada com a estupidez dele.

Ele não respondeu. Estava demasiado ocupado a tremer. Empurrei-o para dentro. Com mais calma, fui buscar uma toalha seca e fiz um chocolate quente. Ele estava de pé na frente da porta da saída.

- Senta-te Bryan, a sala é ao teu lado. - disse.

Ele sentou-se sem sequer abrir a boca para me contrariar. Fui à beira dele. 

- Espera aqui que eu vou-te buscar roupa quente do meu irmão. - disse.

- Tens irmãos? - ele quebrou o silêncio.

- Sim, mas foi para França à 2 anos. - disse.

- Como é o nome dele? - ele perguntou.

- Jackson. - disse. - agora espera aqui que eu vou buscar roupa quente.

Do quarto do meu irmão, trouxe umas calças de fato de treino e uma sweat bem quente e umas meias para ele calçar.

- Pega isso, se troca na casa de banho. Lado direito lá ao fundo. - disse.

Ele pegou e foi. 5 minutos ele apareceu na sala. Eu estava a ver Blindspot na Netflix.

- Estás mais confortável? - perguntei.

- Sim, obrigada. - ele disse.

- Agora, o que tu queres? - perguntei.

- Era para te perguntar porque disseste que não ias mais falar comigo. Eu abri o coração para ti e disse-te a verdade e tu fizes-te de conta que nem me ouviste. - ele disse.

Ignorei.

- Ruby não me ignores, não vim aqui para ser ignorado. - ele disse.

- Eu faço as minhas escolhas, tu fazes as tuas, e a tua escolha de vires aqui foi a escolha mais idiota que fizes-te. - eu disse.

- Não há mesmo maneira. Oficialmente desisto. Eu não corro atrás de ninguém, mas correr atrás de ti à procura de explicações é completamente inútil, é como falar para um surdo. Adeus Ruby. - ele disse.

- Não vou sentir falta. Boa viagem. Pode ficar com a roupa. - disse.

Fechou a porta com a maior força. Ignorei.

Bryan narrando

QUE BICHO DURO DE ROER. QUE RAIVA DELA. AGORA SIM A ODEIO. QUERO VÊ-LA LONGE DE MIM! NUNCA NA MINHA VIDA ME VOU ENVOLVER COM ALGUÉM TÃO IGNORANTE COMO ELA! SEM SENTIMENTOS, CORAÇÃO FRIO, GELADO, NÃO TEM PONTA POR ONDE SE LHE PEGUE, QUE ÓDIO DO TAMANHO DO MUNDO.

Mandei mensagem ao Mateus:

Eu: Eu tentei Mateus, mas só me fez ficar com mais raiva e ódio dela. (18:09 p.m)

Mateus: Eu disse-te para não tentares falar com ela! (18:11 p.m)

Eu: Desculpa Mateus, nunca mais falo com ela. (18:12 p.m)

Guardei o telemóvel e fui andando para casa. Juro por tudo e por toda a gente que eu amo, que nunca mais vou voltar a falar com ela. Promessa de mindinho comigo mesmo.

Cheguei a casa, subi para o meu quarto, despi aquela roupa e fui tomar banho.

"Porque eu corri atrás dela sem nem sequer a conhecer?"

"Porque aquele "quase-beijo" me fez sorrir quem nem palhaço?"

"Porque a fiquei a olhar parado no tempo?"

"Porque eu fico se rumo quando olho para aqueles olhos castanhos que mais parecem verdes?"

CHEGA BRYAN.

Vou sair hoje à noite. Amanhã ainda é domingo... perfeito.