17 Dante / Lary

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Depois do parto dificultoso de Sansa, Draco e eu fomos encarar as Bennet, e levamos um pé na bunda, então decidimos ir beber como fazíamos antigamente, Damon nos acompanhou em apenas uma dose, enquanto Draco e eu secamos a garrafa, então nosso irmão nos levou para casa, assim que acordei sentia-me a beira da morte, vomitando as tripas. Assim que senti-me em, ouvi uma movimentação no quarto de Draco, indicando que o mesmo tinha acordado e quando ele me chamou, fui até ele, Grazzi já tinha me avisado, receosa de Draco não ver sua mensagem, mandou para mim, avisando que eu levaria o Iceberg que afundou o Titanic, e então fiz meu irmão cumprir o que me prometeu, cumprindo assim a palavra que dei a Lary: eu não rastejaria por seu amor, a esqueceria!
Passamos alguns dias sem ir ao trabalho, mas assim que retornei com Damon, notei como as Bennet agem de maneira polida quando estou presente, principalmente a que trabalha com design. Consigo perceber seu olhar de mágoa voltado para mim, em todo caso, não me interessa o motivo, nossa relação é estritamente profissional.
Consegui entrar em contato com uma antiga amiga, do passado, Katrina, seus pais eram amigos dos Valerian, e foram contra Alexus durante todo o tempo. Ela era uma mulher incrível, com longos cabelos cacheados, castanho claros, com olhos castanhos escuros poderosos, e um sorriso arrebatador. Era a nora que qualquer mãe queria ter. Felizmente, seus pais ainda mantinham laços afetivos conosco, e eram sócios da empresa.
Katrina vinha representando os interesses da família em todas as reuniões e hoje não seria diferente, ela chegou, com sua elegância de sempre. Linda, com seu vestido azul escuro, um detalhe na cintura e um leve decote. Saltos altos que deixam seu corpo esguio ainda mais perfeito, usando uma maquiagem leve e natural, destacando seus lábios com um batom vermelho. Um deleite para qualquer homem, imortal ou não. Kathy era uma mulher poderosa, todos sabiam, e ela também sabia, e usava isso a seu favor.

_bom dia a todos! Como estão? – Katrina cumprimenta aos presentes na sala com sua doçura de sempre, e todos a respondem e começamos nossa reunião.

É impossível não perceber sua presença, não somente como se veste, mas também por sua postura e personalidade, que apesar de forte é doce. E isso muito me atrai, no decorrer dos dias passados, jantamos juntos, fomos ao teatro e acabamos em meu apartamento, num termino de noite esplendido.
Nossa reunião foi bem proveitosa, com ideias e contrapontos de todos os envolvidos e finalizados por mim. Kathy mostra inteligência e desenvoltura em todas as suas inserções. Logo que tudo termina, todos se retiram, e ficamos a sós.

_tem certeza que vai partir? – perguntei puxando-a pela mão, até meus braços.

_absoluta! – respondeu sorrindo – é adorável desfrutar de sua companhia Dante, porém há outras questões que necessitam de minha atenção no momento!

_uma pena... – e tomei a iniciativa de beijar aquela boca macia e convidativa. Fomos interrompidos enquanto nos beijávamos por Lary Bennet, que ficou visivelmente desconfortável com a situação. Mantive Kathy em meus braços, enquanto ela exibia um sorriso travesso.

_d-desculpa, achei que não havia mais ninguém aqui, acabei esquecendo meu celular! – ela nos olha de forma estranha, e por último fixa o olhar em mim de forma desconcertante.

_mais alguma coisa Srta. Bennet? – Pergunto.

_não Sr. Valerian. Desculpe mais uma vez. Com licença.

Ela se retira apressada, e eu volto a me despedir de minha boa, velha e intima amiga.

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Lary
Ainda estava incrédula, de que Dante, faria o parto de Sansa, porém quando mesmo pediu a ela que fosse para uma sala no fim do corredor à esquerda, tive certeza, que não era piada alguma. Acompanhei enquanto Dante foi se preparar, e logo que entrei na sala estranhei, não havia qualquer equipamento medico ali, salvo as duas incubadoras, um lavabo, panos limpos, seringas, uma tesoura de ponta dobrada e dois grampos cirúrgicos para o cordão umbilical dos bebês, e o que me deixou mais apavorada era o desenho que um pentagrama que tinha no chão.
Aquela cena não saia de minha cabeça, Sansara ali, no meio daquela coisa satânica, presa por correntes, bebendo sangue, por Deus, que tipo de coisa estava acontecendo ali? Senti-me mal e nauseada. Quando o parto terminou, Grazzi e eu conversamos rapidamente com os Valerian e fomos embora.
Eu não consigo aceitar o fato de ser enganada por Dante, tudo o que achei que conhecia sobre ele e a família, é uma farsa, aliás toda a sociedade estava sendo enganada. É sempre assim, quando penso ter encontrando alguém para mim, alguma coisa do tipo acontece, mas eu deveria ter desconfiado, ele era perfeito demais para ser verdade. Agora prefiro me manter afastada, trata-lo de forma fria, até que não reste mais nada, até que eu não sinta mais nada.
Ele não vem trabalhar, aliás, nenhum deles, durante vários dias. Porém, ao quarto dia, ele aparece com Damon. Procuro evita-lo ao máximo e como já não trabalho diretamente com ele desde que fui transferida para tratar com Marko, não foi uma tarefa tão difícil.
Saí algumas vezes na companhia de Serguey, mas não tinha o mesmo sabor de antes, pois Dante não saia dos meus pensamentos. Não revelei o motivo do meu afastamento, mas meu melhor amigo deixou bem claro que independente do motivo, eu estava sendo uma tola por deixar um homem como Dante escapar.
E então, um dia eu o vejo numa revista de fofoca, saindo de um teatro de braços dados com a Katrina Belicov, uma das acionistas da empresa. E percebo que ele está cumprindo o que me falou quando disse que não iria rastejar ou implorar pelo meu amor. E quem não iria querer Katrina? Até eu quero! Ou ser ela ou estar perto dela. Simplesmente porque ela é sensacional! É perfeita em tudo! Eu não teria como competir.
Os dias passam e iriamos uma reunião para apresentação de projetos, onde todos os sócios e sêniores estarão presentes. Tudo estava bem, até a Belicov entrar na sala, em todo seu esplendor e chame. Tentei focar na reunião, mas não pude deixar de notar os olhares entre Dante e Katrina. O olhar que um dia eu dispensei.
Quando a reunião terminou, sai quase que correndo e estava quase chegando à minha sala, percebi que havia esquecido meu celular, então volto para pegá-lo, e flagro Dante e Katrina se beijando. Achei que estava preparada para isso, mas não. Fico desconcertada com toda a cena e procuro me afastar logo de lá.
Cheguei em minha sala e joguei-me na cadeira de qualquer jeito, sentindo-me humilhada, apesar de não ter esse direito. Respirei fundo tentando conter as lagrimas que ameaçavam brotar de meus olhos, e foi quando me dei conta que ainda tenho a aliança que ele iria me dar, carregava-a em minha bolsa como um amuleto, o tirei da caixinha e o observei, era uma aliança de ouro branco com flores delicadas traçadas em seu aro. Eu sei o que sinto, mas por medo de seguir em frente, o deixei para trás.
Aguardo o expediente encerrar e fui em direção à sala do Dante, sabia que ele fica até um pouco mais tarde que os demais. Bato na porta e aguardo sua autorização para entrar.

_seja breve Bennet! – Ele diz ainda olhando para o projeto que tinha sob a mesa.

_vai continuar me tratando como se eu fosse uma simples funcionária da sua empresa? – Ele me olha, questionando-me com os olhos.

_mas, até onde eu me lembre, é exatamente isso o que nós somos!

Então tiro da bolsa a caixinha que um dia foi atirada aos meus pés e jogo sob sua mesa.

_diga que não sente nada, que não me ama mais! – Dante me olha ainda mais surpreso e se levanta, vindo em minha direção.

_onde conseguiu? – pegou a baixa e parou em minha frente.

_você me deu! – ele deu uma risada incrédula.

_eu jamais faria isso, é uma herança de família. Seu valor é sentimental e eu só entregaria a mulher que eu amasse. Eu me lembraria disso Bennet! – ele me olha com tanta intensidade e raiva.

_você não lembra porque prometeu esquecer-me se eu me afastasse. Mas eu não sabia o quanto me faria falta ou o quanto eu te amava! – Nesta hora percebo que seu olhar muda e ele cambaleia, apoiando-se na mesa.

Fiquei para no mesmo lugar, observando sua reação, ele parecia confuso, mas logo recupera a postura.

_então você me ama e precisou que eu não lembrasse o que sentia para ter certeza? – antes mesmo que eu respondesse, ele me puxa pela cintura e sela meus lábios com os dele com um beijo e paramos quando estávamos quase sem ar.

_soa muito mais estupido, quando você o diz... – murmurei sem graça.

_feche os olhos – fiz o que ele pediu, o senti me carregar no colo e em seguida, uma brisa fria; quando abri estávamos em seu apartamento, mais precisamente em seu quarto – a menos que me afaste e não terá mais nenhum tipo de volta, a farei minha!
_eu quero ser sua. – Ele me beijou de forma ávida, explorando cada pedaço de mim. Segurei sua nuca, trazendo-o mais para perto, enquanto suas mãos me puxavam para sua cintura.
Os momentos seguintes, todos eles, são uma confusão de lábios e pele. Palavras sussurradas e muitas vezes sem sentido. Acordei no dia seguinte sentindo meu corpo dolorido e percebo que no travesseiro de Dante, existe uma rosa em seu lugar.
_vejo que acordou, fiz seu café da manhã. – Dante fala, vindo em minha direção e me beijando, traz uma bandeja nas mãos.
Ficamos em um silêncio confortável durante nossa refeição, apenas aproveitando um a presença do outro, e foi quando ele levantou e pegou a caixinha que eu havia lhe devolvido.

_gostaria que usasse, é muito importante para mim! – tirou o anel e o colocou em meu dedo, o beijando em seguida.

_sim, eu usarei. E sim, eu sei que não tem volta! – falei sentindo-me plena e feliz.

Pela primeira vez, em dias, consegui ver seu sorriso novamente. E mais uma vez ele tomou-me para si. Meu corpo e minha alma, pertenciam a ele, eu apenas relutava demais em acreditar nisso, porém uma vez em seus braços... Permaneceria ali por toda a eternidade.




Finalmente... Casal complicado kkkkk
Mas agora foi!
Esse capítulo foi escrito em parceria com CFMonteiro
Obrigada anjo!

Irmãs Bennet - Série IMORTAIS - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora