19 Dante

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Haviam se passado 2 meses desde aquela loucura toda. Grazzi e Draco haviam reatado o relacionamento, enquanto Lary e eu mantínhamos o nosso. Nada era público, chegamos todos a um consenso, de que deveria permanecer assim. Não queríamos que elas sofressem o assédio que nós sofremos, e elas ainda não estavam prontas para deixarem suas vidas, seus empregos, e se tornarem apenas as senhoras Valerian. A independência delas era algo importante, mas era muito mais viável investir em um negócio para elas gerenciarem, do que deixa-las como meras funcionárias da empresa.
O mais louco aconteceria hoje, teríamos um jantar em família... Com toda a família, até mesmo Arthur confirmou sua presença. Damon estava com safira e os gêmeos, que nasceram há um mês, Enzo D’Nobre Valerian e Anya D’Nobre Valerian, ambos mestiços, a imagem da perfeição em forma de bebê, e com o crescimento acelerado, pelos genes do pai, os mesmos aparentavam ter quase 1 ano.
Eram a coisa mais linda da família, a pequena Anya amava dormir em meu colo, já Enzo parecia ignorar minha existência, só queria saber do pai e do outro tio. Enfim, como a senhora Valerian oficial, estava ocupada com seus bebês fofos e com o pai babão, sobrou para Draco e eu arrumarmos tudo; o que traduzindo significa: ligamos para um serviço de buffet e ornamentação, contratamos o serviços, demos o prazo e sentamos para tomar chá.
Arlekin, usou um pouquinho de magia, e armou uma linda tenda no jardim, feita de raízes e trepadeiras floridas, panos de seda e delicados fitilhos completavam a decoração das pequenas flores, e pôs uma mesa em formato de meia lua, com exatos 14 lugares, na seguinte ordem: Arthur, Cam, Sansa, Caleb, Damon, Safira, Draco e Grazzi, Lary e eu, Arlekin, Jacob, Jhonatan e Logan.
As Bennet estavam em pânico, afinal, seriam apresentadas oficialmente, Damon, Draco e eu compartilhávamos o mesmo desejo. Não foi nenhuma surpresa, quando, sem combinar, nos encontramos no tumulo de nossa mãe. O mais velho de nós, ficou em nosso meio.

_acho que as coisas estão no caminho certo! – Draco falou quebrando o silêncio.

_sim, estão! – concordei e coloquei a mão sobre o ombro de Damon – agora a responsabilidade é toda sua irmão!

_o dia é comemorativo, mas passei metade dele, relembrando os piores momentos que passamos até aqui... – Damon murmurou, sua tensão tornou-se palpável – não somos só nós três... Somos oito, com os gêmeos e as meninas, em breve, seremos dez... Imagino como Cam lida com isso...

_o pior já passou... – apertei seu ombro de leve – hoje é um dia para comemorar, você é pai, estamos bem, juntos, até o maldito Arthur virá comemorar! E Damon...

_sim? – olhou-me pelo canto dos olhos.

_nossa mãe estaria orgulhosa de você, conseguiu nos manter unidos e seguros, e continua cuidando de cada um de nós! – Draco concluiu – mas não somos mais crianças, irmão, podemos cuidar de você também! Principalmente de Enzo... – eu o empurrei, fazendo-o rir – não tenho culpa se ele não gosta de você...

_idiota! – Damon riu – vamos correr seus moleques...

_você ainda lembra como se faz isso? – o provoquei – leva uma vida tão sedentária...

_vejamos o sedentário irmãozinho... – sorriu malicioso – mexam suas bundas sedentárias moleques...

Ele nos empurrou e correu, fomos logo atrás. Aproveitando o momento, apenas correndo, entre as arvores, por cima das mesmas, como fazíamos quando erámos crianças, quando ainda não tínhamos o conhecimento do mundo, a inocência predominava.
Quando chegamos a mansão, horas depois, Safira já havia prendido as Bennet, no quarto, estavam se arrumando, passamos direto para um quarto de hospedes para tirarmos a roupa molhada. Damon tinha nos jogado em uma cachoeira, no meio do caminho, o que resultou nas roupas molhadas. Nos encontramos na sala, todos com roupas de fadas (a referência são as roupas élficas de Hobbit e Senhor dos Anéis), as meninas com longos vestidos, Safira de verde, Grazzi de nude, Lary de azul marinho, com os cabelos soltos ao natural. Damon, Draco e eu, estávamos exatamente iguais, calça branca mais justa no corpo, camisa de mangas num tom perolado prateado, e um colete cinza. Arlekin flutuava pela sala, usando o mesmo look que o nosso, mas o seu era em tons diferentes de azul. Jacob, Jhonatan e Logan, chegaram por um portal, trajando o mesmo, mas em tons de verde.

_porque estão todos vestidos iguais? – Lary perguntou assim que todos já estávamos na sala.

_é uma tradição das fadas! – expliquei – todos devemos trajar as mesmas vezes, mas com as cores da família! A propósito... Esses são Jacob e Jhonatan Collins, nosso primos, temos sobrenomes diferentes, por escolha dos nossos avós!

_isso explica muita coisa! – Grazzi comentou – é um prazer!

_sim, sim! – Lary concordou com a irmã.

_igualmente... – Jacob falou sorrindo – este é Logan, companheiro de meu irmão! – apresentou o moreno.

Logan era um Alpha sem matilha, há muitos anos, vivera como um nômade, até achar Jhonatan, e acabar ganhando um lar. Uma fera belíssima, com os pelos negros e olhos perolados, devia ter uns 8 metros de altura, quando transformado, uma besta totalmente primitiva de quatro, vinda dos quintos dos infernos. O tinha visto transformado uma única vez, com Jhonatan montado em suas costas, fora uma cena memorável.

_Logan, é um lobo, um Alpha, sem matilha! – me antecipei – é um prazer tê-los conosco!

_igualmente! – Jhonatan sorrio se colocando ao lado de Logan.

_não começaram a festa ainda, não é? – a voz de Cam ecoou por toda a sala, antes de vê-los descendo as escadas – desculpem, fomos deixar as crianças no quarto! Ra’s e Ariane já estão dormindo!

Como previsto, Cam e Caleb, usavam suas roupas em tons de vermelho e vinho, assim como Sansa.

_estamos quase todos aqui... – Arlekin comentou.

_estamos todos aqui! – Arthur surgiu do nada, vindo do corredor que dá acesso à cozinha. Trajava as mesmas roupas, porem todas pretas.

_tio Arthur! – Damon, Jacob, Draco, Jhonatan e eu falamos.

_pai! – Cam e Caleb disseram.

_é um prazer revê-los, Logan, Arlekin, Safira, Grazzi e Lary! – tio Arthur falou.

Como mandava a tradição, tio Arthur e Arlekin, por serem os mais velhos, guiavam os demais até onde seria servido o jantar. Todos trajando roupas similares, descalços, sem qualquer adorno, salvo as alianças dos que eram casados. Nos reunimos para uma foto, antes de tomarmos nosso lugares.

_é uma felicidade imensurável tê-los todos aqui, esta noite! – Arlekin tomou a palavra levantando-se – nossos anfitriões nos recebem no íntimo de sua casa, para confraternizarmos! Em nome da família real das fadas, desejo saudar a todos e receber a todos! – concluiu.

_em nome da família Dragomir, desejo saudar e receber a todos! – Cam pronunciou-se levantando em seguida e permanecendo assim.

_em nome da família Valerian, desejo saudar e receber a todos! – Damon foi quem pronunciou-se por nós.

_em nome da família Collins, desejo saudar e receber a todos! – Jacob levantou-se para representar sua casa.

Era a tradição, os líderes cumprimentarem e receberem a todos em nome de suas familias; por fim, tio Arthur, levantou-se e fitou todos ao redor antes de iniciar.

_em nome das famílias aqui representadas por seus líderes, como único filho vivo da primeira linhagem das casas, desejo saudar a todos e recebe-los, com alegria, nessa ocasião! – declarou e todos os demais sentaram-se – como primogênito, responsável pelas linhagens de meus amados irmãos, recebo e dou as boas vindas, às irmãs Lary e Grazzi Bennet, à família! que vocês possam se sentir acolhidas por todos e sentir o laço que une a todos nós! – todos olhamos para as irmãos, que tentavam segurar as lagrimas – todos aqui pertencemos a raças diferentes, porém somos uma família, para o bem, para o mal! Nós amamos e cuidamos do nosso jeito, e colocamos acima de tudo, a família, não julgamos ou fazemos acepções, nos sacrificamos e fazemos o que achamos necessários! Somos guiados por instintos e impulsos primitivos, e muitas vezes não somos racionais ou seguimos pelo caminho correto... Mas amamos no mais cru e visceral sentido da palavra! Protegemos quem amamos, protegemos os nossos e a partir de hoje, vocês fazem parte do pequeno círculo de pessoas que amamos, bem vindas! – concluiu seu discurso de boas-vindas – à família! – ergueu sua taça de vinho em um brinde, a qual todos acompanhamos.

Aquele era um momento único e ímpar, ali reunidos, como fizemos poucas vezes em séculos.
As pessoas jamais entenderiam o que era esse sentimento, o instinto que tínhamos, em proteger os nossos, em parte, porque éramos feras, mas também porque tudo o que tínhamos era uns aos outros, e seriamos uma família, até o final dos tempos. Tudo ao redor passaria, as pessoas morreriam, e nós permaneceríamos ali, tendo apenas uns aos outros.
De certa forma, éramos tão pobres e carentes de virtudes, pois jamais morreríamos e as regras convencionais não se aplicavam a nós, porém, cuidávamos uns dos outros, passando por cima de qualquer um. Reconhecemos o sacrifico de Arthur, tendo que ajudar seu próprio sobrinho à matar seu irmão, ele falhou em protegê-los, e não falharia novamente, e o mesmo se certificava que nenhum de nós perdesse um ao outro, sabíamos que o que ele fazia, era para nos manter unidos, pois ele era só.
A noite fora memorável, e o dia seguinte prometia ser muito mais, afinal de contas, as mulheres da família estavam loucas com a organização do casamento duplo do ano. Pela manhã tentei manter Lary em meus braços o quanto pude, mas quando Safira e Arlekin vieram arrombando a porta do quarto, não teve jeito: levaram minha mulher.
Sorri e revirei na cama, sentindo o cheiro dela ainda ali, inebriando meus sentidos, deixando-me entorpecido e com um sorriso bobo no rosto.
A sensação de estar de volta ao lar, era revigorante, e ter a mulher que amo, ao meu lado, fechava o pacote com chave de ouro.




É quase o finalzinho
vou encerrar mesmo com o prólogo!
20 capítulos como sempre!
Bjinhos

Irmãs Bennet - Série IMORTAIS - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora