Capítulo XII: O destino cruel das presas de Oromis

30 4 0
                                    



     Oromis ouviu passos sobre o piso de terra, mas não deu importância, sua atenção estava mergulhada em uma fileira de documentos, anotações e pergaminhos que ele lia. Estava em um dos cômodos da caverna, o qual ele dizia ser seu escritório, sentado em uma cadeira de madeira e debruçado sobre uma mesa.

     A porta foi aberta abruptamente, revelando um homem negro de cabelos quase raspados.

     - Ah! Então você chegou, Marcus. – comentou Oromis, sem tirar os olhos dos papeis que estava lendo.

     O homem fechou a porta e aproximou-se da mesa. Oromis, com seu semblante mostrando o desinteresse de sempre, olhou-o e perguntou:

     - Fez o que pedi? – sem ouvir respostas, e, transbordando sarcasmo, debochou – Adoro quando você está com essa cara.

     - Por quê? – perguntou Marcus, em tom sério.

    - Porque é assim que ela fica quando você leva uma surra – explicou – Quem foi que te surrou dessa vez?

     - Você fala como se eu perdesse para qualquer ninja que enfrento – rebateu.

     - Bem, isso eu não sei, pois vi você lutar poucas veze - respondeu, ainda com o mesmo sarcasmo.

     - É bom não me subestimar, Oromis - advertiu Marcus.

     - Você tem cara que adora mentir - Oromis estava sentindo prazer em provocar um dos seus subordinados.

     - Está falando de mim ou de você? – perguntou, levantando uma das sobrancelhas.

     - Ah... – Oromis, agora, fazia-se de desentendido – Quer saber? Nem eu sei mais. O que a gente estava falando mesmo?

     Ignorando o jeito dissimulado do shinobi, Marcus relatou:

     - Fiz o que pediu. Recolhi todos os selos em torno de Konoha. 

     - E por que você demorou tanto? - interrogou, com a sobrancelha direita arqueada.

     - Tive algumas complicações no caminho, mas nada que mereça sua atenção – se limitou a dizer sobre o que havia de fato ocorrido.

     - Ah! Agora lembrei – disse o ninja de cabelos brancos, animado – Estávamos falando da surra que você levou.

    - Eu não levei surra alguma – afirmou, irritado.

     - Descreva-me quem foi - pediu, de forma inocente. Sem ironias, continuou - Tenho certeza que você deve ter enfrentado alguns ANBUs da Aldeia da Folha.

     Aquele jeito debochado, a mania de se fazer de dissimulado em certas ocasiões e a oscilação de humor de Oromis irritavam Marcus. Embora trabalhasse com ele há anos, ainda sim não havia aprendido a engolir o comportamento daquele cara.

     - Bem, para falar a verdade, tive que escoltar você sabe quem. Encontramos alguns ANBUs sim enquanto regressávamos de Konoha - Mentiu. Ele não poderia e nem queria contar àquele sujeito a verdade sobre seu atraso.

     - Hmm... Entendo - Oromis não parecia convencido com a explicação que Marcus havia dado. Como aquela conversa estava o entediando, resolveu não prolongá-la. Mudando de assunto, revelou - Tenho uma missão para você.

     - Outra? Acabei de vir de uma – indignou-se Marcus.

     - Sim, outra – afirmou, em um tom sério que nada lembrava o sarcasmo de minutos atrás.

Tenten Hiden: As Brisas da Primavera que Aquecem o CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora