✧Dream✧

3.5K 425 253
                                    

"We all are living in a dream...
But life ain't what it seems."

    Noah tinha o rosto vermelho e o coração batia rápido, mas nem mesmo tinha sido um beijo de verdade, foi apenas um selar de lábios de meio segundo de duração, para comprovar uma teoria.

    — Por que fez isso? — O baixinho indagou tímido, fazendo Millie revirar os olhos.

    — Não já está mais que óbvio que ele é apaixonado por você? Seu babaca. — A morena falou sentando-se ao lado do Will. — Quando vocês saírem de perto um do outro, talvez ele acorde... Mas, alguma hora ele terá que ir embora.

    — E como faremos isso? — Noah fingiu não ter escutado Millie falar sobre o sentimento do mais alto, simplesmente dando de ombros. O Schnapp estava mais lerdo que o normal, ou estava se fingindo de lerdo, Finn não sabia bem.

    — Bem, esqueçam isso, apenas vivam suas vidas e alguma hora ele vai embora. Sei que vai. — A morena empurrou-os para fora de seu quarto, mas antes sussurrou no ouvido do cacheado, sem que Noah visse. — Will só vai embora quando você e Noah se resolverem, corre para faze-lo apaixonar-se por você... Ou melhor, admitir que é apaixonado por você.

    O mais baixo se virou desconfiado, percebendo que Finn havia ficado pra trás, então a menina sorriu para o amigo, fingindo-se de desentendida.

    — Ah, e cuide-se, Noah. Na verdade, deixe que Finn cuide de você. — Millie empurrou-os por fim pra fora do quarto, piscando para o mais alto, dando-lhe total apoio. — E só voltem aqui quando estiverem namorando.— A morena gritou com a porta já fechada.

    — O que ela disse? — Noah perguntou olhando para a madeira que os separava da Brown, que ria descontroladamente. Ela era doidinha.

    — Nada. Vamos, irei te levar pra casa. — O moreno pegou a mão menor que a sua e o puxou para a bicicleta. E depois de algumas pedaladas, em silêncio, estavam na casa grande e vazia dos Schnapp's.

    Noah entrou na casa e Finn ficou do lado de fora, o olhando andar para o interior. Mas logo o baixinho parou e mudou sua atenção ao mais alto.

    — O que está fazendo parado aí?

    — Acho que vou embora... Você deve já estar se sentindo melhor, né? — Torceu para que o outro disse "não, por favor fique", mas as coisas boas só aconteciam na sua mente.

    — É... Acho que sim. Seus pais devem estar preocupados também. Depois nos vemos então? — E agora foi a vez do de cabelos curtos torcer para escutar algo como "não, eu não te deixarei sozinho", mas esses dois estavam acreditando muito em contos de fada.

    — Sim. Até. — Suspirou, sabendo que seu coração iria ficar naquela casa quieta e vazia, junto ao dono dele.

    — Até. — Noah fechou a porta com um sorriso triste, mas sentiu seu coração indo junto com um encaracolado de bike para longe de si.

    Finn deitou em sua cama assim que chegou. Percebeu, depois de muito levar na cara, que Noah não valia a pena, mas o problema é que ele não se importava com isso. O encaracolado sentiu algo no peito desde a primeira vez que viu aquele garoto e nunca mais parou de sentir.

    Noah acreditava demais que gostava de Millie, ele queria acreditar, ele queria que fosse real, porque aqueles olhares que lançava ao cacheado dava-lhe medo, dava medo ter tais sentimentos. Se apaixonar por uma menina? Tudo bem. Mas se apaixonar por um menino? Ainda mais seu melhor amigo? Completamente assustador.

    Dormiram pensando um no outro, o baixinho com o nariz escorrendo e tossindo sem parar, enquanto o mais alto se preocupava em como o outro poderia estar.

    Dividiram o mesmo sonho, mesmo estando um longe do outro.

    Em um lugar fictício na mente dos dois, Noah e Finn andavam por um campo florido, o perfume das flores coloridas enchia-os caminhando lentamente até alegrar seus pulmões.

    — Finnie, você tem o perfume bem parecido com o desta rosa. — O mais baixo pegou com seus pequenos dedos uma rosa branca, a única do local, assim como Finn era para ele, o único entre tantas outras flores. — Mesmo que o seu seja bem melhor.

    O mais pálido estendeu a rosa até perto do peito do de cabelos encaracolados, pedindo em silêncio que ele a pegasse... E o menino fez sem pensar duas vezes.

    Deitaram-se no chão e a grama nem mesmo pinicou. Finn tinha as bochechas com uma coloração rosada, envergonhado pelas outras palavras a pouco tempo ditas pelo amigo, suas sardas pareciam saltar para fora de sua pele. Aquelas manchinhas pediam para serem tocadas, seladas cada uma com os lábios rosados de Noah... E ele queria isso a tanto tempo, então, como aquele lugar era simplesmente perfeito e feliz, pôde fazer o que tanto ansiava.

    Aproximou-se lentamente, colocando os dedos frios na lateral ruborizada do rosto daquele rapaz de fios cacheados, como uma cascata negra. Seus lábios quentes selaram beijos carinhosos em cada extensão que via uma nova sardinha pedindo atenção.

    Finn fechou os olhos sentindo o toque, mas não conseguiu ficar parado por tanto tempo, logo mudou a posição, subindo sobre o corpo pequeno de Noah, que estava deitado confortavelmente na grama esverdeada.

    Os olhos se encontraram, e os dois queriam poder navegar naqueles mares castanhos cheios de estrelas. O mais alto passou o nariz no nariz do que estava por baixo, fazendo um beijo de esquimó.

    Seus hálitos frescos se misturavam no ar e suas respirações estavam pesadas. Necessitavam daquela proximidade e aqueles poucos centímetros estavam o matando.

    — Noah, eu sou loucamente apaixonado por você.

    — E eu por você. — Afundou os dedos nos cachos negros do amigo – amigo por quem os sentimentos ultrapassavam o grau de amizade – puxando-o para mais perto.

    O batuque do coração dos dois estava em um ritmo apenas deles e, as bocas, que pediam tanto para sentir o gosto uma da outra,  finalmente encontraram-se.


• ESPECIAL 1k • 3/4

Obrigada por ler até aqui...

Me esforcei muito pra esse especial, está bom?

•••Kissus•••

I'm WillOnde histórias criam vida. Descubra agora