Amizades

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- Oi! – ele disse estendendo a mão para me cumprimentar

- Oi... – fiquei nervosa e não pude encará-lo nos olhos, ele provavelmente sentiu isso pelo calor da minha mão.

- Podemos conversar agora Kristin? – senti todo aquele corpo saindo da minha frente e entrando na sala de onde acabei de sair, ela o acompanhou.

Sobre o que quer que fosse essa conversa de emergência eu jamais iria saber, acabei de ser aceita e o que eles conversam em particular não me diz respeito, então quando retornei ao elevador a secretária me chama de volta para assinar o contrato. Ela foi gentil, me deu todas as informações necessárias e me orientou sobre com quais pessoas eu poderia contar ali, então me senti a vontade para pergunta-lhe algo pessoal.

- Posso saber qual é o seu nome? – perguntei sorrindo abertamente para ela.

- Claro, me chamo Noora. É muito bom ter pessoas da sua idade aqui, sinto que te conheço há anos.

- Pensei que fosse normal contratarem pessoas mais novas.

- E é, porém muitas garotas daqui costumam ser mais frias então não me sinto bem para me aproximar, espero te ver amanhã.

- Oh sim, também espero te ver amanhã e muitos outros dias, não quero perder mais estágios – disse sorrindo e me voltando para o elevador esperando que ele chegasse o mais rápido possível.

Durante a espera, pude ouvir a porta da Kristin se abrindo e passos guiando-se até mim, mas também não tive coragem de me virar para ver quem era, contudo deduzi que fosse o bonitão e eu sinceramente não estava pronta para ficar, sei lá quantos segundos presa com ele em um elevador.

As portas se abriram e eu me movi para dentro, quando virei não pude deixar de cruzar olhares com o Henry novamente. Ele ficou um pouco mais atrás de mim naquele pequeno espaço e continuava irritado, fingi que nada estava acontecendo.

O perfume que exalava dele era algo que eu não tinha sentido ainda, aqueles segundos foram o suficiente para deixar esse aroma grudado em meu cérebro, eu seria capaz de reconhecê-lo em qualquer outro lugar quando o sentisse novamente.

Não trocamos uma palavra, mas me era satisfatório saber que amanhã isso seria inevitável. Sai rápido do ambiente me conduzindo a porta giratória que parecia estar há quilômetros de mim, enquanto eu sentia seus olhos me observando.

Do lado externo do prédio, me passou pela cabeça como eu iria trabalhar assim todos os dias? Como eu iria me concentrar e trabalhar? Não posso continuar agindo e pensando como uma adolescente que acaba de ver um cara bonito e muda de comportamento me tornando alguém totalmente instável. Senti irritação pelo meu desempenho, peguei um taxi de volta para casa me sentindo cabisbaixa.

Saindo do banho me deparo com meu celular em cima da cama, com o visor ligado mostrando uma ligação perdida da Bella, seco minhas mãos na toalha e retorno a chamada.

- Fala esquisita, o que você quer?

- Juro que às vezes me arrependo de ter sentado perto de você no primeiro dia na faculdade – ela sempre respondia minha falsa grosseria com um falso vitimismo.

- Quando o amor é grande, ele se expande para as patadas – disse tentando ficar séria.

- Deus tenha piedade das pessoas que você odeia – Bella resmungou – pode me dizer como foi na entrevista ou vai simular a grossa novamente?

- Eu consegui! – fiz gesto de vitória

- Sério? Nossa pensei que você ia mandar mal.

- Mas essa é você, eu sou excelente em tudo que faço.

Sentimentos SigilososWhere stories live. Discover now