Mudanças

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*POV Alex*

― Você precisa mesmo ir? – questionou Charlie enquanto me olhava com olhos chorosos como se eu estivesse me mudando para outra cidade.

― Sim! Preciso. – Passei meus dedos sobre sua bochecha tentando fazê-lo compreender.

― Não quero ser o namorado chato, mas eu iria com você sem problemas. –Aproximou seu nariz do meu.

― Eu sei, Charlie. Mas não deve me seguir aonde quer que eu vá – levantei da cama bagunçada onde dormimos na noite passada.

― Estava brincando. Confio em você, Alex – levantou também logo em seguida.

― Ótimo, nunca fiz nada para que duvidasse – encarei-o.

― Desculpa por encher sua paciência agora. –Desviou o olhar – Da pra perceber sua inquietação desde que foi convidada para essa viagem.

― Observador – disse terminando de vestir o short ao lado da cama e caminhando em direção à escada.

― Pode me dizer o por quê de tanta ansiedade?

― Não sei, Charlie. Talvez seja porque estou indo para uma reunião da qual nunca participei – falei já da cozinha enquanto separava alguns alimentos para o café da manhã.

― Achei que já tivesse passado dessa fase depois de todos os comentários positivos sobre sua apresentação naquele evento – aproximou-se.

― Acontece que ansiedade é um problema grave, Charlie, não é algo que eu possa resolver com o passar do tempo ou com outras experiências. Não importa quantas vezes eu tenha que falar em público, em todas elas eu estarei no ápice do meu stress.

― Desculpa – murmurou atrás de mim – eu só quis ajudar.

― Eu sei, eu que deveria me desculpar por te puxar para isso – me virei unindo nossos lábios em um beijo.

― Tenho certeza que vai mandar bem nessa viagem.

― Contamos com isso!



*POV Henry*

O celular ao lado da cama tocava sem parar enquanto eu lutava contra meu próprio cérebro para voltar de algum sonho, agora esquecido, ao qual eu estava preso.

― Sim? – respondi ainda de voz rouca.

― Henry? Ei amigo, onde está? – disse a voz ainda desconhecida do outro lado.

― Que horas são? – indaguei bêbado de sono.

― 8:00 AM!

― E o que você quer de mim? Com quem estou falando?

― Não acredito que não reconhece a voz do seu amigo, seu bêbado imundo. – Agora era quase impossível não reconhecer pelos elogios que me foram dados.

― Hammer? O que faz me ligando essa hora? Não deveria estar em algum avião por aí? – permaneci imóvel na cama tentando não cair no sono novamente.

― Então... éééé... como eu começo...

― Não me diga que o cliente desistiu do trato?

― Não dessa vez, Cavill – senti meus nervos voltando ao lugar – mas preciso que me faça um favor.

― Sem chance – cortei – dia de folga, amigão.

― Então realmente iremos perder o trato com o Sr. Hall – bufou.

Sentimentos SigilososWhere stories live. Discover now