Mais uma semana se iniciava e com ela alguns compromissos na faculdade, como provas. Acabava de chegar à empresa um pouco atrasada mas pelo visto não era a única, havia mais um garoto que aparentava ser um pouco mais velho que eu, de cabelos negros, pele clara, corpo esguio e alto.
Sua camiseta branca e colete azul combinavam perfeitamente com a gravata. Suas vestes eram normais para o local onde estávamos mas seus trejeitos pareciam estranhos, o que me causou certo receio. Poderia jurar que já havia o visto algumas vezes peregrinando pela sala de programação.
— Talvez não fomos apresentados, me chamo Daniel Hammer – dirigiu-se a mim com a mão estendida e um sorriso perverso no rosto.
— Me chamo Alexandra.
— Ah claro, ouvi todos os mexericos. Seja bem vinda e se precisar de ajuda pode solicitar-me – seu olhar passeava pelo meu corpo.
— Agradeço, espero ser útil se caso você precisar de algo também.
— Também espero! Todo mundo precisa de alguém para alguma coisa não é?
Daniel mais parecia um enigma que eu estava disposta a desvendar, por que ele me olhava como quem já me reconhecia? Por que sabia meu nome?
Estar presa em um ambiente tão pequeno com ele me fazia temer a algo que não conseguia imaginar. Cogitei ir pelas escadas para evitar mais uma conversa e também para acalmar meu instinto que me fazia fantasiar coisas terríveis em consequência do seu sorriso sempre aparentando satisfação, despreocupação e maldade.
Como imaginei as coisas pioraram depois que entramos sozinhos naquele espaço. Daniel estava tão próximo do meu corpo que consegui sentir sua respiração e o ritmo dela, era como se desejasse tocar-me.
Os segundos de pânico chegaram ao fim depois que a sala finalmente surgiu entre as portas do elevador.
Cheguei a minha mesa com a aparência assustada e um pouco nervosa, foi o bastante para Chris e Kat me interrogarem:
— Viu um fantasma ou o Henry por aí? – Chris não sabia sobre meus possíveis sentimentos pelo Henry, mas agora até cogitei que já tivesse demonstrado.
— Não foi o Henry porque o mesmo continua encarcerado em sua sala desde que chegou há poucos minutos. – disse Kat nos informando sobre algo que realmente não precisávamos saber.
— Quem é Daniel Hammer e porque ele me assusta tanto? – fixei o olhar em ambos que pareciam não entender a pergunta.
— O que o depravado do Daniel fez agora?
— Tivemos uma conversa estranha antes de entrarmos no elevador e eu pude senti-lo próximo demais. Ele também sabe meu nome e disse que ouviu "mexericos".
— Ele não é nada além de um homofóbico que se acha dono disso tudo por ser "o primo que não tem graduação" em nada do Senhor Hammer e, esperto demais para ter algum processo na justiça. Também adora chamar atenção algumas vezes e não sabemos como teve a capacidade de chegar até aqui. Mantenha-se afastada e ele não poderá te machucar – Kat desabafou.
Enquanto perdíamos tempo conversando sobre alguém que aparentemente não havia caráter algum, uma voz em meio a alguns ruídos veio do fundo da sala:
— Katie Sherwood? Pode vir até aqui? – Henry enunciou em alto e bom som. Todos na sala pararam suas atividades e nos direcionaram a sua atenção.
— Falando no diabo – Chris sussurrou baixinho quase inaudível.
Kat apenas saiu em tropeços sem compreender o motivo de uma chamada tão inesperada e formal.
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Sentimentos Sigilosos
RomanceHenry Cavill é diretor na empresa de sistema de informação do seu melhor amigo Armie Hammer, onde tem bastante reconhecimento e prestigio. Bem sucedido e conhecido por ser um homem frio e impessoal, que guarda consigo um passado sombrio no qual luta...