CAP 10

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(Até a próxima, Babies 😉😘)

Era o segundo dia, e Jungkook ainda estava sumido. A empresa tinha comunicado a polícia para organizar uma busca secretamente. Os pais dele queriam tornar o caso público, mas a empresa orientou que não era uma boa ideia, talvez o achássemos antes disso, não tinha necessidade de causar um caos. Todos estavam cansados, o celular de Jungkook caía direto na caixa postal, tínhamos ido a todos os lugares possíveis. Nenhuma pista. O que ele estaria pensando numa hora dessas? Ele talvez tenha achado que eu me casei com o Jin, e que tudo o que tivemos não significou nada, por isso entrou em crise? O que se passava na cabeça dele...? Eu me senti muito culpada por toda essa situação, não conseguia dormir. Me demiti da BigHit e eles entenderam minha decisão sem questionar. A essa altura já sabia o porque de tudo isso.
  Quando fui pra casa, me deixei vencer pelo cansaço. Há dois dias eu e os meninos não tínhamos o luxo de dormir ou algo assim. Mas meu corpo já não aguentava mais. Eu acabei dormindo no sofá de casa. De repente me vi em um lugar que se parecia muito com minha escola do ensino médio. Eu vestia meu antigo uniforme e havia muitas pessoas ao redor. Quando olhei pra trás, vi Jungkook que estendia a mão pra mim e chorava. Quando fui até ele, as pessoas sumiram. Ele foi andando até um lugar que se parecia com a quadra de esportes da época. Eu o segui, e quando eu entrei havia uma luz focada nele, e ele dizia pra mim repetidamente "You make me begin, you make me again" e sorria. Então eu acordei. Era um sonho. Aquele sonho deixou meu coração apertado. Talvez fosse meu subconsciente cobrando o fato que eu não achei ele e que não lembrei dele antes. Percebi que era de manhã, e que eu tinha combinado com o Suga de ir com ele pelas rodovias procurar por Jungkook. Era umas 8h da manhã, uma manhã fria e cinzenta. Tanta coisa aconteceu que eu não vi as estações mudarem, era um inverno rigoroso. Quando terminei de me arrumar, entrei no carro e fui até a porta da casa deles pra pegar o Suga e e dirigi rumo às extremidades da cidade. Dirigi horas em silêncio, se eu não falasse Yoongi não falaria, então deixei assim. Mas Yoongi não aguentava mais e precisava falar:
  – Sabe... Taehyung e Hobi choraram a noite toda, eu pude ouvir. Ninguém fala porque tem medo, mas precisa ser dito... As chances de sobrevivência de uma pessoa sem agasalho, sem comer, num inverno desses, não são muito altas. Alguém tem que dizer, eu odeio ter que ser eu a dizer mas...
  – Yoongi, relaxa. Jungkook é um homem forte e esperto, ele ficará bem. – E lá estava eu, mentindo pra mim mesma, porque Yoongi não acreditou nisso nem um segundo sequer.
  Continuamos em silêncio, e estava chegando a tarde. Fomos nos encontrar com o restante do pessoal na delegacia pra saber as notícias... Nada. Os pais de Jungkook já não queriam mais suportar aquilo em segredo;
  – Olha, eu acho melhor anunciar amanhã sobre o desaparecimento do Jungkook. –  Disse Jimin.
  –  Eu concordo. As vezes podem tê-lo sequestrado ou algo assim. Não sabemos, são muitas as hipóteses do que pode ter acontecido – Completou Jin.
  – As armys e todo o resto unido procurando ele será de grande ajuda. Até porque elas  já não estão engolindo mais a resposta "JK está em Busan se recuperando de um resfriado". Elas estão perguntando nas redes sociais. –  Disse Tae.
  – Isso é verdade. Vamos aguardar até amanhã e ter um pouco de positividade e acreditar na capacidade do nosso Jungkook. – Finalizou Namjoon.
Depois disso, fomos pra casa dos meninos, comer algo. Mas eu mesma não comi nada, não conseguia comer e pensar que o Jungkook estava com fome. Uma conversa negativa se iniciou e a discussão veio. Minha cabeça estava explodindo com ela confusão toda, eu estava no meu limite. Eu me levantei da mesa, peguei as chaves do meu carro e saí dirigindo em alta velocidade sem sequer olhar para onde estava indo. Os meninos vieram atrás, e por mais que Seokjin dirigisse rápido eles não podiam de fato me alcançar. Eu estava chorando e não sabia mais o que pensar e o que fazer. Por fim eu cheguei ao meu limite parei o carro em qualquer que fosse o lugar e desci pra chorar. Eles me alcançaram e vieram logo saber porque eu fiz aquilo. Eu não tinha resposta, só não podia mais ficar lá. A culpa e  desespero estavam me consumindo, eu descobri tarde demais que amava ele. Então, quando levantei do chão e ergui a cabeça, percebi onde eu estava. Minha antiga escola. Só que a realidade era mais fria e triste, diferente do sonho. Estava escuro já, e eu fui caminhando e relembrando... A cada lembrança que vinha eu chorava pois eram todas sobre o Jungkook, lembranças que eu havia esquecido. Lembrei de quando ele ficava bravo por eu sentar ao lado dele na hora do almoço, e lembrava das travessuras dele. Ninguém sabia o quão atentado era aquele menino, que de quieto só tinha cara. Lembrei de quando íamos a quadra e conversávamos sobre nossos sonhos e ele cantava pra mim. Dizia que era meu show particular. Eram boas lembranças, mas de acordo com a circunstância do momento só me fizeram chorar. Quando cheguei na porta da quadra, tentei abrir mas a dobradiça estava congelada. Namjoon num chute só abriu ela pra mim. Estava triste e escura, diferente dos nossos dias alegres lá. Apenas alguns feixes de luz entravam pela janela. O ar frio entrou junto comigo e eu fui caminhando e olhando para a escuridão. De repente chutei algo... Era um celular quebrado. Em seguida Jimin chutou uma lata de bebida e percebeu que havia várias garrafas de bebidas alcoólicas. Uma dessas garrafas que Jimin chutou em seguida atingiu algo. Ou melhor, alguém. No canto escuro da quadra, lá no fundo, estava sentado no chão, Jungkook, que não falava e nem se mexia. Estava completamente imóvel. Quando os meninos o perceberam correram até ele, aliviados, procurando ferimentos. Quando Yoongi iluminou com a lanterna perceberam vários ferimentos, de alguma briga que Jungkook poderia ter se metido. Ele cheirava a álcool, e estava meio desacordado. Eu fiquei paralisada ao ver aquela cena, não me senti  feliz por vê-lo, mas sim culpada. Eu saí dali pois não podia encará-lo naquele estado. Os meninos logo saíram com ele de lá e levaram ele pro hospital. Foi como instinto, eu dirigi até lá, e o achei na quadra, como no sonho...

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