Prólogo

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Dedicatória

Este livro vai para aquelas pessoas que têm coragem o bastante para enfrentar seus próprios corpos e viver um dia de cada vez.

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Julho de 2012.

Minhas mãos tremem, mas eu tento controlar meu nervosismo e não demonstrar o quanto estou emocionalmente mexido com essa situação toda. Porém, basta olhar para os outros quatro rostos iluminados de alegria para eu saber o absurdo que estou fazendo ao refrear minhas emoções.

Sorrio sinceramente pela primeira vez, um sorriso largo, cheio de transparência, completo de toda a felicidade que sinto neste momento. Seguro a caneta com força e, antes de assinar meu nome ao final da folha, olho para minha companheira de vida e minha maior incentivadora.

Deus! Como eu sou sortudo por tê-la ao meu lado!

Seus olhos castanhos brilham emocionados, com lágrimas represadas que ela mantém sem deixá-las cair, mas sei que, assim que nós dois estivermos a sós, nada a impedirá de me abraçar apertado e dar vazão a cada uma delas, gargalhando e chorando como eu já a vi fazer várias vezes.

Mônica balança a cabeça, transmitindo-me a alegria que sente e me incentivando a escrever logo meu nome no papel. Entretanto, eu ainda hesito. Essa será a minha primeira assinatura em um contrato com uma gravadora, a primeira de muitas, eu espero. A partir de hoje, um sonho se realiza na minha vida e mais uma alegria se soma a tantas outras que tive neste ano.

Primeiro, foi o nascimento de minha filha, Amanda Kaufmann Fontenelles. Eu nunca poderia imaginar sentir aquela emoção, era como se meu mundo tivesse ficado pequeno, só dela. Quando a peguei em meus braços, chorava tanto que tive medo de deixá-la cair, de que algo de mal lhe ocorresse e entendi o que minha mãe sempre me disse sobre filhos. A partir daquele momento, eu deixei de ser o Carlos Eduardo Souza Fontenelles e passei a ser o pai da Amanda.

Tudo o que me importa, tudo o que penso para o meu futuro, todos os meus sonhos foram adaptados para que ela coubesse neles e fosse a motivação de cada um deles.

A segunda alegria veio junto à notícia de que a banda da qual eu faço parte – a Off-Road – despertou interesse de um dos melhores empresários do ramo da música no Brasil. Eu estava tão empolgado com a possibilidade de, enfim, poder viver do meu sonho que pedi a Mônica em casamento.

Pode parecer meio louca a situação, pois ela ainda é menor de idade, mesmo já sendo mãe. Na verdade, os seus pais nunca concordaram com nosso namoro. Eu sou um homem simples, nascido e criado na periferia da cidade, onde minha mãe lutou para criar sozinha minha irmã e a mim depois que nosso pai se mandou e nunca mais deu notícias.

Dois Corações [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora