Quatro

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— Definitivamente não! — grito com Luti

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— Definitivamente não! — grito com Luti. — Você só pode estar louco por achar que eu iria aceitar me internar de novo! Lembra a confusão que deu daquela vez? Isso quase afundou a banda e...

— Você, do jeito que está, vai afundar a banda, Cadu! — ele me diz sério. — A situação em Porto Alegre estampou a maioria dos sites de fofocas e revistas. Você cantando bêbado, fora do tom, caindo no palco... não é pior que passar umas semanas em reabilitação.

— Não vou! Não preciso disso! Já estive lá!

— Cadu...

— Estou sóbrio agora, não estou? — Olho em volta. — Tem um bafômetro aí? Eu não bebi nada hoje!

— São 9h da manhã, Carlos Eduardo! — Cris diz sarcástico. — Você pode até não ter bebido nada hoje, mas o bafômetro iria te reprovar ainda assim. Você cheira a bebida, de ontem, provavelmente.

Eu sabia que essa ideia esdrúxula veio desse babaca! Pensar que eu o cogitei para padrinho do meu casamento com Mônica! Idiota! Cristóvão está doido para se livrar de mim, essa é a verdade. Eu não sou a porra de um alcoólico, eu só bebo de vez em quando para afogar as mágoas, só isso! Mas ele quer me fazer parecer um doente viciado em álcool e colocar meus amigos contra mim.

— Cadu, mano, nós queremos o melhor para você...

— Não vou, Luti. É minha decisão final, caralho!

Ando até a porta para sair da sala de reuniões do estúdio onde ensaiamos, mas, antes que eu a alcance, o que Cris diz me tira o chão:

— Você acha que as notícias que veiculam por aí não vão te atingir? Vão, sim, Cadu, principalmente em sua situação com a Amanda e...

— Seu filho da puta, deixa a minha filha fora da situação! — Eu voo para cima dele, mas Luti me segura. — Eu sei bem o que você quer! Quer me ver fora da banda!

— Essa nunca foi minha intenção! — ele rebate. — Se eu quisesse você fora, não estaria aqui, implorando para te ver bem de novo!

— Cadu, você está nervoso, cara... — Luti ainda tenta me conter. — Vamos sair daqui! — Empurra-me para fora da sala. — Cris, depois conversamos.

Sinto meu corpo inteiro tremer de raiva ao me lembrar do que Cristóvão disse sobre as notícias sobre mim interferirem no meu processo da guarda de Amanda. Maldita imprensa, que não me larga!

— Mano, sério, você precisa se controlar!

— Você acha que as notícias podem me prejudicar no processo? — Luti assente. — Imprensa desgraçada!

— Bem, só há publicação se tiver sobre o que publicar. — Dá de ombros. — Eu sei que tudo o que passou nesses anos foi barra, meu amigo. Eu acompanhei cada momento seu com a Mônica, ia ser seu padrinho, sou o padrinho da Amanda. Já são quase seis anos, mano, é hora de retomar as rédeas da sua vida.

Dois Corações [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora