Cilada.....parte 6

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Ao analisar as coisas de forma fria e objetiva,não me fez sentir como a adultera que pensei que sentiria. Na verdade me sentia bem comigo mesma, até feliz por ter realizado a fantasia ou sonho,como seja,de tantos anos.

Sei que não agi de maneira correta, aos olhos da sociedade em que vivemos,mas por mais que tentasse,não me sentia arrependida,muito pelo contrário,estava grata e radiante.

Acabei o banho e me vesti ainda massageando onde doía, sai direto pro quarto como Paul tinha mandado,como uma boa e obediente moça.

Ele esperava por mim e sorria de orelha a orelha quando entrei,as bochechas rosadas e os cabelos levemente despenteados davam-lhe um ar juvenil,parecia realmente um adolescente a espera de sua primeira namorada.

Sorri em retorno e sentei onde ele apontava pra mim,a seu lado na cama.

Ele acariciou meu rosto e beijando novamente minha testa falou ainda olhando em meu rosto como se a me examinar.

"O café está quase pronto. Nós perdemos a hora,por isso John veio ver se estávamos bem. Já é quase meio dia, os telefones já estão funcionando,mesmo com o tempo ainda chuvoso,mas nada comparado a ontem,é apenas uma garoa.

Você tem umas trinta chamadas não atendidas e acho melhor começar a retornar, por falar nisso,ele conseguiu se comunicar com amigos que moravam perto do Tim e ontem mesmo avisaram onde e o que aconteceu. O Tim deve estar chegando a qualquer momento com o reboque e a cavalaria,por tanto temos pouco tempo pra ficarmos a sós e sermos apenas um do outro como noite passada. Só quero que saiba que te amo e sempre a amarei,de forma que não precisa ficar comigo nunca mais se não quiser,mas o que me deu essa noite jamais sairá de mim e minha lembrança,bem como do meu corpo.

Você realmente é única, tem o dom de se metamorfosear,se moldando ao estilo de seu companheiro de uma forma que nunca vi antes. Sua entrega é de tal forma completa que às vezes parecia não ser você em meus braços,mas uma extensão de mim mesmo,tamanha integração e sincronia."

Senti meu rosto queimar,mas fiquei grata e lisonjeada,pois sabia que aquele era um elogio enorme,que ele estava sendo franco, totalmente sincero.

Abaixei um pouco os olhos,encabulada de mais pra olhar nos seus,ao me lembrar de alguns momentos;mas ele levantou meu rosto delicadamente,e pareceu deliciar-se ao perceber que estava corada por me lembrar do que ele comentou, interpretou meu silêncio como uma concordância.

Tocou meus lábios com os dedos,fazendo o contorno da minha boca, sem tirar os olhos dos meus,foi se aproximando bem de leve e roçou seus lábios nos meus, novamente se afastou,afagando meu rosto, sorrindo de forma apaixonada e encantada,como alguém que esta em um estágio entre o sonho e a realidade,mas não quer acordar de verdade.

Suspirei,mas sabia que precisava quebrar aquele encanto,pois já tinha ido longe de mais, precisávamos voltar ao mundo real e a nossas vidas.

"Paul,precisamos conversar sobre o que aconteceu entre nos, em como isso afeta nossas relações,tanto entre nós como com nossos cônjuges,não acha?"

Ele apenas concordou com a cabeça,ainda com cara de apalermado;então continuei.

"Sei que foi especial pra você tanto quanto pra mim,mas acabou. Você precisa voltar pra sua família e tentar se entender com a sua mulher. A experiência que tanto queria,que tirava o seu sossego,você conseguiu, agora pode usá-la pra melhorar a sua relação familiar. Pois é isso que eu vou fazer.

Não vou ser hipócrita em dizer que esquecerei,você sabe que ficará pra sempre gravado em minha alma e minha memória nosso momento juntos,assim como todos os sentimentos e sensações que experimentamos ,mas é só.Não podemos ter mais do que isso, você sabia disto desde o início.

Sonhos ou Désjà Vus Los Angeles Onde histórias criam vida. Descubra agora