Eu não sabia para onde estava indo. Só sabia que eu estava correndo e não queria parar. Mas, quando minhas pernas cansaram, me sentei em um banco qualquer e fiquei olhando a paisagem enquanto as lágrimas rolavam pelas minhas bochechas.
— Oi, posso me sentar aqui? - meus olhos pararam em um menino que parecia ter, mais ou menos, a minha idade. Assenti pra ele e ele sentou-se do meu lado. — Meu nome é Hyun.
— Yasami. - me apresentei, sorrindo e tentando esconder as lágrimas, mas não adiantou.
— Por que está chorando, Yasami? Você é tão linda para deixar lágrimas caírem... - ele disse e senti minhas bochechas esquentarem.
— Desentendimentos com o meu irmão. - falei.
— Eu não tenho irmão, mas sei como é isso...
— Então você tem sorte. - falei e ri baixo.
— Quer ir no parquinho comigo? - ele perguntou e eu assenti. Então ele puxou minha mão até um parquinho lá perto onde tinha dois balanços, uma gangorra, um escorrega e uma casinha.
*****
Após brincarmos em todos os brinquedos dali, ouvimos uma voz.
— Hyun, vamos!
— É a minha omma. - ele disse. — A gente se vê depois?
— Claro. - falei, sorrindo. Então ele saiu enquanto acenava para mim. Continuei me balançando no balanço quando vi um vulto que me parecia familiar. Espero que seja quem eu tô pensando. — Hoseok? - ele parou de andar e veio até mim.
— Yasami? - ele perguntou quando se aproximou mais, se abaixando para ficar do meu tamanho. — O que faz aqui sozinha, baixinha? - quando baixei a cabeça, ele não deixou eu responder. — Brigou com o Jungkook de novo, né? - assenti, dizendo:
— Não foi uma briga qualquer... Ele disse coisas horríveis para mim... Me magoou muito...
— Não fiquei triste. Quando ele tá com raiva, ele fala coisas sem pensar, mas vocês são irmãos, devem fazer as pazes de um jeito ou de outro.
— Com outros irmãos sim, mas comigo e o Jãocu é diferente... Ele é tão orgulhoso quanto eu.
— Quer que eu te leve em casa? - neguei com a cabeça.
— Tudo menos lá, por favor.
— Então eu deixo você ficar lá em casa, tá? - sorri e o abracei.
— Obrigada, Hoseok. Eu preferia ter você como irmão. - ele riu e me colocou em seu colo, logo me levando para sua casa.
Ao chegarmos lá, ele explicou o ocorrido para seus pais que, até então, não me conheciam e a gente ficou brincando de várias coisas até o anoitecer. Eu só não me ofereci para dormir lá porque se oferecer é um ato feio.
— Eu só não deixo você dormir aqui porque amanhã você tem aula e eu também.
— Tudo bem... - falei meio triste.
— Agora vem, vou te levar em casa. Seu pai e seu irmão devem estar preocupados.
— O appa sim, mas o Jãocu acho difícil. Ele queria que eu sumisse...
— Não considere as palavras dele. Ele falou sem pensar, tenho certeza. - ele disse e eu assenti, meio desconfiada ainda. Ele me levou até seu carro, me colocando no banco traseiro, e dirigiu até em casa.
*****
Chegando lá, ele parou o carro enfrente aos portões dourados e fez sinal para que eu descesse. Se despediu de mim e saiu. Eu entrei pelos portões, mas, antes de entrar na casa, espiei pela janela da sala, onde meu pai e meu irmão "conversavam".
— QUER DIZER QUE VOCÊ DEIXOU ELA SAIR SOZINHA??! - meu pai gritava.
— Eu não, ela que saiu correndo! - Jungkook tentou se defender.
— POR QUE, JUNGKOOK, POR QUE?
— Nós brigamos...
— E AÍ É QUE ESTÁ!! EU NÃO POSSO DEIXAR VOCÊ NO COMANDO QUE VOCÊS SEMPRE BRIGAM!! É SEMPRE ASSIM, NÉ JEON JUNGKOOK??!! POR QUE VOCÊS NÃO PODEM SE COMPORTAR COMO IRMÃOS NORMAIS?! E AGORA ELA ESTÁ SOZINHA NAS RUAS E PODE ATÉ TER SE PERDIDO E- - meu pai foi cortado com o barulho das portas de vidro se abrindo. Era eu. Quando ele me viu, correu até mim e me abraçou. — Graças à Deus, você está bem!! - Jungkook abriu a boca para falar algo, mas as palavras não saíam. Era evidente a expressão de culpa em seu rosto, mas eu apenas o ignorei e subi para o meu quarto. Enquanto subia, uma lágrima isolada escorreu pela lateral do meu rosto, mas eu a limpei rapidamente.
Fiquei deitada na minha cama até o meu pai entrar no meu quarto, beijar o topo da minha cabeça e sair do quarto enquanto apagava a luz. Fechei os olhos, mas não dormi de imediato. Não conseguia. Senti olhares me observando, mas não me virei e continuei de olhos fechados, fingindo dormir. Ouvi passos se aproximando da minha cama e um leve beijo sendo depositado em minha testa.
— Eu não queria falar aquilo, foi da boca pra fora. Eu que não devia ter nascido, o Jungkook ganancioso que só se importa com ele mesmo e orgulhoso demais para falar um "eu te amo". Então eu vou falar enquanto você tá dormindo para que você não comece a me zoar: eu te amo. Muito. Posso não demonstrar, mas eu te amo e me preocupo com você. Pronto, falei. - sorri, me virei e o abracei.
— Perdoado. - ele pareceu surpreso.
— Estava acordada esse tempo todo? - ele perguntou, arqueando uma sobrancelha.
— Sim! - respondi sorrindo.
— Danadinha. - ele disse e eu ri. — Vê se não sai correndo para as ruas de novo. Eu me preocupei com você.
— Desculpe, o que disse? Eu não ouvi.
— A senhorita ouviu muito bem! Não vou repetir, falar essas palavras foi muito difícil. - eu ri. — Mas, sério, eu pensei que você tinha se perdido. Te procurei por todos os cantos próximos aqui de casa.
— Você... me procurou? - perguntei com um brilho no olhar.
— Sim, eu não queria que o appa me matasse.
— Ah, você só me procurou por causa do appa. - falei e revirei os olhos. — Não tinha com o que se preocupar, o Hoseok me deixou em casa. - ele riu.
— Você sabe que eu não te procurei só por causa do appa, né?
— Olha, vindo de você, eu não duvido nada. - ele sorriu.
— Boa noite, Yasami.
— Boa noite, Jãocu. - ele saiu do quarto e não demorou muito para que eu pegasse no sono.
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My Fucking Brother » BTS•Jjk•[EM REVISÃO]
Fanfic"Eu te odeio pelo simples fato de não saber como te odiar". "É pecado eu querer ficar com meu irmão ao invés de uma babá qualquer?" "Eu sou criança, mas não sou idiota. Eu sei o que acontece nessa casa". Um livro para provar que amor entre ir...