— Senhor Jungkook? - era Sandra quem falava, com marcas de lágrimas abaixo dos olhos, o que significava que ela tinha ouvido a conversa. — Se tiver algo que eu possa fazer para ajudá-lo, eu-
— Sandra, está dispensada.
— O QUE? - ela pareceu surpresa.
— Olha, eu agradeço o que você tem feito por mim e pela Yasami, mas seus serviços não são mais necessários, eu que devo cuidar disso. Se eu precisar de você novamente, eu ligo, okay?
— Desculpe, senhor Jungkook, mas seu pai pediu para eu ficar responsável por vocês.
— Bom, nesse caso, não considere isto uma dispensa, considere como um tempo de folga. Eu tenho que concertar isso. Então pode ir, vá passar um tempo com sua família.
— Tem certeza que você e a senhorita Yasami vão ficar bem?
— Não posso prometer que ficaremos, mas eu vou fazer de tudo para que fiquemos bem.
— Tudo bem... Se precisar de algo, o senhor tem meu número. Pode me ligar que eu venho correndo. - assenti e ela saiu. Poucos minutos depois, ouvi uma buzina e saí da casa.
Todos os meninos chegaram no mesmo carro, o de Jin, já que o carro dele era grande e, consequentemente, cabiam todos ali dentro. Peguei as coisas, inclusive a maleta cheia de dinheiro, que eu precisaria e entrei no carro, logo guiando Jin para o endereço indicado no meu celular. Eu já tinha dito para eles o que iríamos fazer e eles tinham concordado.
*****
Quando chegamos no local indicado, saímos do carro e nos deparamos com um grande depósito cheio de caixas e móveis. Um cara nos esperava do lado de fora do depósito.
— Que bom que chegou. - ele disse, se referindo à mim. — A brincadeira estava boa, mas sua irmã é muito fraca e dormiu logo. Então... o dinheiro. - ele concluiu, vindo em minha direção e estendendo a mão.
— Está com o meu amigo. - me pronunciei pela primeira vez, dando espaço para Yoongi passar.
Ele se aproximou do cara, segurando uma enorme maleta cheia de dinheiro. Enquanto ele esticava a mão para entregar a maleta, Taehyung, sorrateiramente, pegou os fios do controle que eu tinha dado à Yoongi, e que este o segurava com a outra mão atrás de suas costas, e colocou por dentro das roupas do cara sem ele perceber. Então, quando a mão do cara encostou na maleta que, por sinal, Yoongi ainda segurava, Yoongi apertou o botão do controle.
— Bultaoreune... - ele disse, vendo o cara começar a queimar e pegando a maleta de volta.
— HYUN! - o cara gritava e um garotinho, que eu pensava ser amigo da Yasami, chegou com um balde de água, jogando nele. Enquanto Namjoon segurava o cara para ele não fugir, Yoongi enchia ele de socos e Hoseok ligava para a polícia, eu adentrei no depósito, à procura dela.
A cena que eu vi quando entrei lá foi a pior cena que eu poderia ter visto na minha vida. Yasami estava presa com correntes em uma cama. Ela estava sem suas roupas, seus olhos roxos e inchados e em sua boca inchada e vermelha havia enormes marcas de cinta. Ela mal tinha mais cabelo. Apenas alguns fios no topo de sua cabeça. Com certeza, alguém tinha passado uma faca ali ou sei lá. Nenhum corte de cabelo resolveria aquilo. Haviam hematomas por todo o seu corpo, principalmente braços, pernas e barriga. De sua boca, saía sangue já seco. Em seus olhos, marcas de lágrimas eram perceptíveis. Era tarde demais. Aquele cara havia abusado dela tanto fisicamente quanto sexualmente.
Corri até ela e quebrei as correntes que prendiam suas mãos, vendo que nelas tinham as marcas das correntes. Peguei ela no colo. Pensei realmente que ela estivesse morta, mas, assim que coloquei meu ouvido em seu peito, pude ouvir as batidas do seu coração. Ele batia fracamente e lentamente, mas batia.
— Yasami, acorda por favor. - falei com a voz trêmula enquanto a balançava, na esperança de que ela acordasse, mas isso não aconteceu. Lágrimas já queriam escapar pelos meus olhos. — Não faz isso comigo, eu já perdi a omma e o appa, não vou perder você também!
Minhas lágrimas começavam a cair em suas bochechas. Aquelas bochechas que antes eram coradinhas e fofas e agora estavam pálidas. Peguei um lençol que se encontrava na cama e a enrolei. O lençol logo passou de branco para vermelho por conta de seu sangue. Vi suas roupas sujas e ensanguentadas no chão. Resolvi deixá-las lá mesmo.
Calma, Jungkook. Ainda não é tarde demais.
Né?
Saí correndo de dentro do depósito com Yasami no colo e não vi mais o cara nem o menino. Provavelmente, a polícia já deveria ter levado eles. Bom pra eles. Senão, eu tinha quebrado eles em vários pedaços. Eu só não entendi como um criança dessa estava envolvida em um crime grande como esse. Aquele cara acabou com a infância daquela criança.
E acabou com a inocência da Yasami também.
— GENTE, ALGUÉM ME AJUDA!! - não consegui conter os gritos desesperadores. Jin entendeu, entrou no carro e fez sinal para todos entrarem.
— PARA O HOSPITAL MAIS PRÓXIMO!! - Jimin gritava desesperado enquanto nós entrávamos no carro.
Jin ia dirigindo e Yoongi ia no banco ao seu lado. No banco de trás, eu levava Yasami no colo e Jimin estava sentado ao meu lado. Hoseok estava do meu outro lado. No banco mais atrás ainda, quase no porta-malas, se encontravam Namjoon e Taehyung. Jin dirigia o mais rápido que podia até parar na frente de um hospital qualquer. O primeiro hospital que nós vimos.
Eu fui o primeiro a sair do carro, levando Yasami, ainda enrolada no lençol, no colo. Não demorou muito para alguns paramédicos chegarem. Com a minha ajuda, eles tiraram o lençol dela e a vestiram com uma daquelas mantas de hospital. Depois a colocaram em uma maca e a levaram para a sala de atendimento. Eu e o restante do pessoal fomos obrigados a ficar na sala de espera.
Esperando... E esperando... E esperando...
Notas da autora
Acho que vocês já devem ter percebido que eu respondo à todos os comentários. Então, cara, pode comentar que, uma hora ou outra, eu vou responder. E eu aviso logo que, se vocês pensarem que eu falei alguma merda nos comentários ou sei lá, não se assustem porque eu sou dessas que responde qualquer coisa só pra não deixar a pessoa no vácuo.
Ah, e podem comentar mais, eu amo ler os comentários de vocês 💖😆😄
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My Fucking Brother » BTS•Jjk•[EM REVISÃO]
Hayran Kurgu"Eu te odeio pelo simples fato de não saber como te odiar". "É pecado eu querer ficar com meu irmão ao invés de uma babá qualquer?" "Eu sou criança, mas não sou idiota. Eu sei o que acontece nessa casa". Um livro para provar que amor entre ir...