My Fucking Brother » BTS•Jjk•[EM REVISÃO]

•Fourteen•

             Jungkook POV'S

  — Cara, você vai acabar fazendo um buraco no chão se continuar andando em círculos assim. - Taehyung disse para mim, tentando, em vão, quebrar o clima tenso que tinha se formado. Jimin deu um espaço para que eu me sentasse ao seu lado e assim eu o fiz, me sentando e escondendo minha cabeça com as mãos para tentar esconder as lágrimas que voltavam a se formar na parte debaixo dos meus olhos.

      O pessoal tinha concordado em passar a madrugada comigo no hospital enquanto esperávamos por alguma notícia, de preferência, boa. Yoongi já estava em seu décimo terceiro sono. Ele tentara ao máximo ficar acordado, mas não conseguiu por muito tempo. Jimin me abraçava e dizia que ficaria tudo bem. E eu queria mesmo que ficasse. Hoseok roía as unhas, tão preocupado quanto eu. Ele estava com olheiras, mas se recusava a dormir até saber se Yasami ficaria bem. Eu também estava assim. Taehyung, apesar de fazer piadas e brincadeiras para tentar nos alegrar, estava tão triste e preocupado quanto todos nós. Jin e Namjoon ficavam abraçados ali, no maior silêncio. Enquanto Jimin acariciava meus cabelos, acabei adormecendo...

*****

  — Quem aqui é parente da paciente? - eu e Yoongi acordamos com a voz da enfermeira.

  — Eu. - respondi, me levantando.

  — Nós também. - Jimin respondeu, falando por todos os 6, enquanto se levantava. — Somos amigos dela.

  — Como ela está? - perguntei.

  — Bom, ela ainda não acordou, mas está respondendo bem ao tratamento e suas feridas estão cicatrizando aos poucos. Já podem vê-la, mas um de cada vez. - ela disse, enquanto nos guiava para a sala em que Yasami estava e nós assentimos.

      O primeiro a entrar foi Jimin. Ele tinha pego uma flor no pequeno jardim que havia por fora do hospital. Ele a colocou em um vaso e botou a flor na mesinha que se encontrava ao lado da maca. Deu um beijo de leve na sua testa e saiu, sussurrando algo que eu não consegui ouvir porque eu só estava observando pela enorme janela da sala.

      O segundo a entrar foi Yoongi. Ao contrário do que eu esperava, ele acariciou seu rosto e beijou sua testa, deixando uma singela lágrima escapar dos seus olhos.

  — Eu vi essa lágrima, Min Yoongi. - falei quando ele saiu da sala.

  — Cala a boca. - ele respondeu, limpando as lágrimas que tentavam escapar de seus olhos. Ele tentava ser forte, mas estava difícil. Então eu apenas o abracei e ele retribuiu.

  — Pode chorar... Não precisa segurar. - e foi aí que as lágrimas começaram a jorrar de seus olhos. Sorri fraco. — Ela vai ficar bem. - concluí e ele assentiu.

       Depois quem entrou foi Jin. Ele acariciou os poucos fios que se encontravam na cabeça dela e arrumou seu lençol, com o objetivo de deixá-la mais confortável. Ele sempre foi quase como um segundo pai para a Yasami. Se preocupava muito com ela.

     Em seguida, Namjoon entrou. Ele a abraçou de leve e, depositando um leve beijo em sua testa, saiu.

     Taehyung que, até aquele momento tinha se mostrado forte e sorridente, caiu aos prantos quando entrou na sala. A enfermeira teve que tirá-lo de lá para ele não passar mal. O abracei, dizendo que ficaria tudo bem. E eu queria que ficasse.

     Depois quem entrou foi Hoseok. Ele carregava um cachorrinho rosa de pelúcia. Ele colocou o cachorrinho ao lado de Yasami e, mesmo do lado de fora da sala, consegui ouvir altos barulhos da máquina que media os batimentos dela. Me desesperei e entrei mesmo sem Hoseok ter saído.

  — O QUE HOUVE??! - gritei desesperado.

  — SEI LÁ, ISSO COMEÇOU A APITAR DO NADA!! - ele respondeu, tão desesperado quanto eu. — ENFERMEIRAAA!! - ela veio correndo e começou a examinar Yasami enquanto eu e Hoseok roíamos as unhas. Ela suspirou aliviada ao ver que não era nada sério.

  — Não se preocupem. Isso costuma acontecer com os pacientes porque as batidas do coração deles aumenta quando eles gostam de algo. No caso, acho que foi a pelúcia que você colocou ao lado dela. - ela disse, referindo-se à Hoseok. Assim que ela disse isso, olhamos para maca a ponto de ver Yasami, ainda inconsciente, abraçar forte a pelúcia e esboçar um pequeno sorriso, mostrando suas fofas covinhas. Sorrimos ao ver a cena. — Wow, isso é um progresso! - ela concluiu, animada, e pegou o telefone que se encontrava alí, discando algum número. — Tenho que avisar isso ao médico!!

     Hoseok deu um beijinho na testa dela e eu segurei sua mão, me ajoelhando ao lado da maca e olhando para ela. Seus olhos ainda estavam inchados, mas os hematomas haviam sumido. Sua boca ainda estava arranhada, mas, no geral, ela estava limpa.

  — Volta, por favor... Acorda... Eu... Eu não consigo ficar sem você... Você é quem me impede de fazer merda. Eu devia estar lá com você, você ficou em perigo por minha causa. Eu não devia ter te deixado na mão, não devia ter te abandonado. Eu sou um péssimo irmão... E, se eu não consigo falar isso pra você quando você tá consciente, eu posso falar quando você tá inconsciente. Eu te amo maninha. - falei enquanto a olhava e logo a máquina voltou a apitar muito alto.

  — Pelo jeito ela te ama muito também. Mais do que você imagina. - a enfermeira falou. — Mas o horário de visita acabou, meninos. Temos que chamar o médico para ele voltar a examiná-la. - ela concluiu e nós assentimos.

     Assim que eu me levantei e comecei a andar até a porta de saída da sala, ouvi uma doce, fraca e infantil voz.

  — Hoseok! - olhei para a enfermeira que tinha deixado o telefone cair no chão e estava cobrindo a boca com as mãos. Depois olhei para Hoseok que estava boquiaberto. Desviei meu olhar para onde aquela voz tinha saído e vi Yasami, sentada na maca e abraçando sua pelúcia. Logo ela soltou a pelúcia para abraçar Hoseok que já se encontrava sentado na maca.

  — Nunca mais me assuste desse jeito, entendeu?! - o mesmo falou, tentando segurar as lágrimas. Ela assentiu. Eu não consegui conter um sorriso ao ver ela bem. Olhei para ela, que logo desviou o olhar.

     Claro. Era esperado que ela ficasse com raiva.

  — Eu me preocupei muito com você. - falei com a mais pura sinceridade. Ela continuou a me ignorar. — Ah, qual é...! Não pode ficar assim comigo pra sempre.

  — Ah não? Você sabe pelo o que eu passei?! - ela se pronunciou à mim, me olhando raivosamente.

  — Não, mas consigo imaginar. - falei.

  — Imaginar não é a mesma coisa que passar. - ela disse, firmemente. Abri a boca para falar algo, mas as palavras não saíam. Eu só queria voltar no tempo e conseguir concertar tudo aquilo. — Eu quero sair daqui... - ela prosseguiu, visto que eu tinha ficado calado.

  — Logo logo você receberá alta e poderá sair, okay? - Hoseok falou, tentando confortá-la. Pareceu dar certo.

     Aquele momento em que o seu amigo cuida melhor da sua irmã do que você mesmo.