Acordei com a visão um pouco desfocada. Zumbidos ecoavam pelos meus ouvidos. À medida que minha visão ia melhorando, eu fui analisando o local. Parecia um depósito, cheio de móveis misturados, como uma mesa ali, uma cama mais no canto, uma banheira na frente e uma pia do lado. Poucas luzes amareladas piscavam e iluminavam aos poucos aquele local.
Tentei me mexer, mas não consegui. Foi aí que percebi que eu tinha os braços e pernas amarrados em uma cadeira. Me remexia tentando me soltar, em vão. Tentei gritar ou pedir por ajuda, mas a voz não saía. Logo vi que minha boca estava coberta por uma fita. Eu pensei estar sozinha, mas a primeira coisa que eu vi foi uma enorme mão puxar com força a fita de minha boca. Ela foi puxada com tanta força que eu senti minha boca ser puxada para fora junto, fazendo eu gemer de dor.
Então eu vi um homem alto e musculoso me encarando e sorrindo. Fiquei com medo.
— Que bom que acordou. - ele disse.
— O-onde estou? - perguntei com o fiasco de voz que eu tinha.
— Não importa e sou eu quem faço as perguntas aqui. - ele respondeu. Foi aí que eu lembrei: Hyun tinha me enganado e eu tinha sido raptada e trazida para esse local. A raiva me consumiu, mas não havia nada que eu pudesse fazer. Além do mais, eu era apenas uma criança fraca e indefesa. — Agora seja uma boa menina e me dê o número do seu irmão.
— Não. - falei firme.
— Não te deram educação na sua casa? Tem que respeitar os mais velhos! Me dê o número dele!
— Não! - exclamei.
— GAROTA INSOLENTE! - ele gritou, pegando uma cinta e batendo na minha boca com toda a força, o que fez eu gritar de dor. — Tudo bem... Eu sei aonde vocês moram. Posso ir lá e conversar com ele pessoalmente. O que acha? Eu só acho que vai ser pior para vocês dois...
— O-o que quer com a gente?
— Dinheiro. - Hyun disse, aparecendo atrás dele.
— Só isso? Dinheiro? Se tivesse me pedido, Hyun, eu teria dado, dinheiro nós temos de sobra.
— Não é só isso. Queremos tudo o que vocês têm. A herança toda! - o homem completou, se ajoelhando no objetivo de ficar do meu tamanho.
— Então você se aproximou de mim naquele dia não para ser meu amigo, mas para espionar e saber mais sobre mim e meu irmão com o objetivo de ficar com o nosso dinheiro! Você sabia que o appa estava doente, então só estava esperando para tentar roubar nossa herança quando ele morresse! Eu tenho nojo de você!! - exclamei, olhando raivosa para Hyun. A sorte dele era que ele não estava tão perto de mim porque, se estivesse, eu teria cuspido na cara dele.
— Wow, finalmente você sacou a parada. - o homem respondeu quando viu que Hyun não iria fazê-lo. — Então, garotinha, ou você dá o número dele, ou vamos ter que fazer do jeito difícil. - olhei para Hyun, que pareceu não se importar se eu ia morrer ou não, mas era perceptível uma expressão de culpa em seu rosto. Engoli em seco. Como eu pude confiar tanto nele? Ele só virou meu amigo para espionar à mim e à minha família? Hesitei, mas, por fim, dei o número do Jungkook para ele. — Boa garota. - ele concluiu, sorrindo. Fez sinal para Hyun pegar alguma coisa e este pegou seu celular. Então ele discou o número do Jungkook, logo colocando no viva-voz.
— Alô? - não demorou muito para ouvirmos sua voz, não tão grossa assim, do outro lado da linha.
— Jeon Jungkook? - o homem começou.
— Sim, sou eu.
— É bom que comece a separar todo o dinheiro que você tiver e trazer para mim, no endereço que eu vou lhe indicar. - conseguimos ouvir suas risadas do outro lado da linha.
— Quem é você? É um louco, só pode. Como conseguiu meu número?
— Sua irmã foi boazinha em me dá-lo.
— Y-yasami...? - sua voz agora saía falha.
— Se não acredita, escute você mesmo. - ele disse, colocando o celular perto de mim. — Vai garota, fale com o seu irmãozinho. - balancei a cabeça negativamente. Não queria falar, queria que Jungkook pensasse que isso era mentira e que estava tudo bem, apesar de não estar. Eu também queria acreditar que aquilo era tudo um pesadelo e que, logo logo, eu acordaria. — Bom, se não vai falar por bem, vai ser por mal. - ele completou, socando o meu estômago e depois a minha cara e fazendo eu vomitar sangue e gemer de dor.
— J-Jãocu... - falei fracamente. Do outro lado da linha, ouvia-se apenas sua respiração pesada. Ele já tinha percebido que aquilo não era trote.
— Olha só, ela está chamando o irmãozinho. Espero que se apresse, Jungkook. Não quero ver esse rostinho lindo acabado.
— Escuta aqui, eu não sei quem você é nem o que quer comigo e minha família, mas eu logo te aviso: se tocar um dedo em um fio de cabelo dela-
— Me traga o dinheiro o mais rápido que puder ou quem sofre é ela. - ele foi cortado pelo homem. — Vou até te dar o privilégio de escolher como ela vai morrer: fisicamente ou sexualmente? Ela realmente tem um rostinho muito lindo e eu odiaria ter que acabar com sua inocência. - antes de Jungkook responder, ele concluiu. -— Até mais, Jungkook. - e desligou na cara dele. Enquanto eu tremia de medo, ele olhou para mim, sorrindo maleficamente. — Vamos brincar?
Jungkook POV'S
Ele desligou na minha cara... AQUELE FILHO DA PUTA DESLIGOU NA MINHA CARA! Eu estava puto. Desculpa, mas não tem outra palavra para descrever meu estado, então eu realmente estava puto. Puto por esse cara e por mim mesmo por não ter ficado de olho nela. Sou um péssimo irmão.
Eu ia jogar meu celular na parede quando senti ele vibrar. Destravei a tela e vi uma mensagem de um número desconhecido. Ele me indicava um endereço. Devia ser aquele cara que queria que eu levasse o dinheiro. E eu levaria, mas precisaria da ajuda do pessoal nessa.
O primeiro pra quem liguei foi Hoseok. Taehyung estava com ele, então foi mais fácil. Depois de quase ficar surdo com os gritos deles do outro lado da linha, eles disseram que já estavam à caminho.
Depois, liguei para Jimin. Ele precisava saber. Quando falei desesperado o que tinha acontecido, ele disse que viria o mais rápido possível.
Depois foi a vez do Yoongi. Ele reclamou por eu ter o acordado, mas, quando expliquei o porquê da ligação ser urgente e importante, ele concordou em vir.
Por último, Jin e Namjoon. Eles também estavam juntos, então foi mais fácil explicar para os dois, que não hesitaram em vir.
Aquilo era tudo culpa minha. Ao invés de eu ter ido atrás da minha irmã, eu pensei que ela ficaria bem e voltei para casa. Eu não me preocupei com ela por um segundo sequer. Eu sou muito orgulhoso para demonstrar o quanto eu me importo com ela.
Agora só tenho que esperar os meninos chegarem... E esperar... E ficar me culpando pelo resto da vida.
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My Fucking Brother » BTS•Jjk•[EM REVISÃO]
Fanfic"Eu te odeio pelo simples fato de não saber como te odiar". "É pecado eu querer ficar com meu irmão ao invés de uma babá qualquer?" "Eu sou criança, mas não sou idiota. Eu sei o que acontece nessa casa". Um livro para provar que amor entre ir...