Capítulo 8

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Abro os olhos lentamente. A claridade me cega, minha boca está seca. Ah droga...um hospital de novo?

Olho para o lado. Minha mãe está sentada ali, só que dessa vez ela não vem ao meu encontro. Lucas entra pela porta e senta ao meu lado na maca.

- Como você tá?

- Quero um pouco de água - falo e sinto minha garganta rasgar.

Ele se levanta, pega uma garrafa de água e coloca lentamente em meus lábios.

- Onde você estava com a cabeça Judy? - fala minha mãe - você sabe o que poderia ter acontecido com você?

- Estou há quantos dias aqui?

- 4 dias Judy - fala o Lucas - você teve sérias lesões na cabeça.

- Ah meu Deus...e a Vick? - pergunto baixo.

- Depois que saimos da festa a polícia apareceu lá...a Victória sempre quis ser melhor que os outros mas tava na merda. O pai perdeu tudo e ela estava com drogas.

- A polícia....meu Deus, Alis.

- Ela tá bem...conseguiu fugir na hora que a polícia entrou na casa.

- Quando eu saio daqui?

- Você estava muito ferido - fala minha mãe se levantando - ainda está na verdade...vão fazer mais alguns exames e talvez daqui dois dias te liberem.

Ela se aproxima de mim e toca meu rosto.

- Preciso trabalhar, só... - ela suspira - não faça algo assim de novo...eu morri de preocupação e olha que ainda nem estou recuperada do incidente com o Dino.

Quando ela saí do quarto meu pai entra. Ele olha pra mim e para o Lucas. Estamos de mãos dadas.

- Lucas - ele fala - já pode ir para casa...você já passou tempo suficiente com seu IRMÃO.

- Mas pai...

- Nada de pai...vá agora - ele fala entre dentes.

O Lucas se levanta e me beija a testa, sussurrando:

- Te amo.

Depois que ele saí meu pai vai até a janela e fica de costas para mim.

- Você acha isso certo Judy? Digo...dois homens se relacionando?

- Victor eu...

- Eu sou seu pai...e eu não gosto disso - ele se vira - eu quero que tenhamos um relacionamento de pai e filho, entende? E fica difícil você sendo assim...e mais difícil ainda você querendo se deitar com seu próprio irmão.

Aquelas palavras são como um soco no meu estômago.

- Eu te amo meu filho...pode não parecer...por tudo que eu fiz...ainda vou explicar tudo o que aconteceu...me explicar...

Ele se aproxima.

- Mas amo meu outro filho também. E pode ter na certeza, nem que eu tenha que mandar ele para o outro lado do mundo, mas eu vou afastar vocês dois...

Ele abre os olhos para me mostrar que não está brincando.

- Eu volto a noite, espero que descanse filho.

Quando ele saí do quarto, o que me resta é chorar.

O Encontro do Amor - LIVRO 2 (Romance Gay)- CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora