Os dias passam e meu relacionamento com o Lucas começa a descer por água a baixo. Ele quer uma coisa que não posso dar...que não devemos ter. Será que é tão errado estar apaixonado pelo seu meio-irmão?
Enfim chega meu aniversário de 18 anos. Convido poucas pessoas. Inclusive a Alis vem de Chicago só para isso.
Minha mãe, junto com a mãe da Elle e dá Alis preparam o almoço. O pais cuidam da carne. Menos o Sr. Victor Lessons, ele se acha muito importante para ficar impregnado com o cheiro de fumaça. Ele está sentado, debaixo da grande macieira que tem no nosso quintal.
Eu, Alis e Elle estamos sentados.
- Juntos de novo né - fala a Alis, ela não se toca que eu e a Elle não somos mais tão amigos - Ei gente, vocês estão estranhos.
- Estranho? Eu...não, não.
- Nem eu...estou super tranquila.
O Henry a chama e ela vai ao seu encontro.
- Então - fala a Alis - vai me me contar ou vou ter que descobrir?
- A Elle está estranha...ela não fala, nem conversa mais comigo.
- Mas porque isso?
- Eu não sei.
Eu já estou aflito. O Lucas não veio com nosso pai. Será que ele não vem?
- Vamos comer - grita minha mãe - o almoço está servido.
Os adultos vão para uma mesa grande perto da macieira. Cerveja e vinho serve de bebida para eles.
Nós adolescentes, ficamos em outra mesa. Bebemos suco.
- Olha o que eu trouxe - fala o Henry me entregando uma garrafinha de metal.
- O que é isso? - pergunto.
- Vodka...vamos jogar no suco.
Não penso duas vezes e despejo o conteúdo na garrafa de suco.
- Droga Henry...você sabe que eu não bebo - fala Elle.
- Desculpa meu amor...mas eu adoro.
Todos rimos, menos a Elle. Olho para o lado e vejo que o Lucas se aproxima.
- Eu achei que você não vinha - sussurro.
- Não podia perder o aniversário de 18 anos do meu a...irmão. Tinha que entregar seu presente.
Depois do almoço, os adultos já estão um pouco alterados. Todos entram em casa e se jogam no sofá, nas cadeiras e até mesmo no tapete da sala para descansar. Até mesmo meu pai.
Passamos o resto da tarde conversando. Quando tenho a oportunidade puxo a Elle para o lado.
- Porque você está tão estranha comigo?
- Não estou estranha com você Judy.
- Ah vá...o que foi?
- Judy é que...eu sempre te apoiei...não vejo problema em você ser gay...mas você se relacionar com o seu irmão? Isso é errado e você sabe disso.
- É por isso que você está distante?
- Muitas pessoas já sabem Judy...elas comentam.
- Quer dizer que você vai trocar nossa amizade por eles?
- Não, claro que não...só resolva tudo, tá bem?
Balanço a cabeça.
- Grande consideração Mariellen.
- Desculpa Judy...acho que já tá na hora de irmos.
Elle abre a bolsa e me entrega uma caixinha.
- Feliz aniversário Judy - ela dá um beijo no meu rosto e vai embora.
A Alis logo vai também. Ela me dá uma coleção de livros.
- Cinquenta Tons de Cinza, Alissa?
- Sim...eu aprendi muitas coisas com esses livros - ela fala piscando.
Eu começo a rir.
- Por que você teve que ir pra tão longe - Faço biquinho.
- É a vida meu amor, pessoas vem e vão...e até já encontrei alguns gatinhos na escola nova - ela ri - tenho que ir....PAPAI E MAMÃE VAMOS! - ela grita.
Amo essa louca.
Depois que todos vão, só fica a família. Minha mãe preparou um grande bolo de chocolate, com granulados, recheado com mais chocolate ainda.
- Isso é um presente para diabetes Angelica - fala meu pai.
Ele sorri e se aproxima de mim, me da um breve abraço, depois abre minha mão e coloca uma chave.
- Meu presente para você.
Fico com aquelas chaves não mão, os olhos arregalados.
- Um...um carro? Nossa...eu não sei o que falar...
Ele sorri orgulhoso.
- Sim...daqui a alguns meses você se forma...vai precisar se locomover até a faculdade.
- Você não acha que um carro é demais Victor? - Fala minha mãe - Deveria ter me comunicado.
- Ah Angelica...passei a vida toda do Judy sem lhe dar um presente, quero que esse seja especial.
Como se um carro fosse curar a falta que ele fez durante anos.
- Conversamos depois - termina minha mãe - esse é o meu - ela me entrega uma caixa - Não é um carro, mas é de coração.
Abro a caixa, tem um grande agasalho de lã bordado.
- Eu que fiz...é pra noites de frio.
- Que bom Dona Angelica...ele vai precisar disso pra meu presente - fala o Lucas.
O que o Lucas tem em mente? Meu pai e minha mãe o olham.
- O que você está aprontando Lucas? - meu pai pergunta.
- Vamos fazer uma viagem! - fala ele sorridente.
- O quê? Não, isso não - falo.
- É meu presente e você tem que aceitar.
- Ok, se eu por um acaso aceitar...pra onde seria?
- A casa de Veraneio da família.
- Na Carolina do Norte? - fala nosso pai.
- Sim pai, na Carolina do Norte.
- Meu Deus é do outro lado do país - fala minha mãe.
Nosso pai está de cara feia.
- Eu não quero os dois sozinhos...ainda mais tão longe.
- Pai - fala o Lucas - eu já tenho 19 e o judy tem 18...já somos bem grandinhos né?
Ele não fala nada.
- Porque vocês não vem junto? - eu falo torcendo para que eles possam ir. Ficar só com o Lucas vai ser difícil.
- Não Judy - fala o Lucas - a viagem é só nossa. Minha e sua.
Engulo em seco com suas palavras.
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O Encontro do Amor - LIVRO 2 (Romance Gay)- CONCLUÍDO
RomansaSerá que o próprio sangue pode ser uma barreira? A chegada de Victor Lessons na vida do jovem Judy trouxe segredos e descobertas a tona. Ele também é pai de Lucas, o garoto por quem ele está loucamente apaixonado. Com isso, eles não podem ficar junt...