Delphine despertou e ficou alguns minutos observando Cosima dormir. A tranquilidade que a morena exibia poderia facilmente mantê-la naquela cama, apenas olhando a doçura da namorada ao dormir, fosse outro dia, fosse outro momento, o faria sem se importar com o decorrer das horas, sem se importar com o mundo externo, até que ela também despertasse.
Cosima havia tardado a dormir, e pelas olheiras visíveis na face alva, concluía que a preocupação a fizera demorar mais do que havia imaginado, ela mal havia descansado na viagem, por isso Delphine levantou-se fazendo um esforço descomunal para não acordá-la.
Após um banho revigorante, a necessidade por um café a fez ligar para o serviço de quarto, e enquanto aguardava que trouxessem o café da manhã procurou no notebook alguns arquivos que já havia mentalizado no dia anterior e na pasta com as especificações das Ledas brasileiras, encontrou sem muito esforço o nome Gabriela Sousa.
Ao lado do computador estava o jornal com a notícia que havia perdido a conta de quantas vezes lera, ainda procurava algo que pudesse ter deixado passar, mas o jornal não dizia muito, apenas que Gabriela estava desaparecida e que era uma modelo publicitária que morava na cidade do Rio de Janeiro.
Delphine batia os dedos na pequena escrivaninha enquanto desviava os olhos do computador para o jornal, inquieta, como se a resposta para o que precisava fosse saltar em algum ponto entres eles, e foi exatamente o que aconteceu quando a notificação surgiu no canto inferior da tela do notebook indicando a chegada de um novo e-mail. Algo em Delphine dizia que aquele e-mail seria a contestação de um outro que enviara para Patrícia na noite anterior e assim que abriu a caixa de mensagens, veio a confirmação.
Bom dia Dra. Cormier.
Espero que tenham conseguido descansar da viagem, e que o aposento esteja ao agrado.
Sobre o jornal, o trouxe porque a notícia me pareceu de interesse de vocês (aliás, nosso).
Foram tantas novidades e o calor pareceu estar incomodando tanto quanto o cansaço da viagem e o que aconteceu foi que esqueci completamente desse detalhe.
Fico contente que o objetivo tenha sido alcançado, que agora vocês possuem conhecimento sobre esse assunto, isso não chega a ser urgente, ou algo assim, visto que é uma notícia sem muitas informações e que por não ser tão famosa Gabriela possa estar apenas querendo um pouco de atenção.
Se quiser, podemos nos encontrar mais cedo do que havíamos planejado, assim atualizarei vocês com as informações que serão passadas por minhas fontes no Rio.
Atenciosamente,
Patrícia Carvalho.
Gabriela Moreno, Delphine leu novamente o nome da jovem que retratava a capa. A notícia dizia que ela estava desaparecida há cinco dias, e dentre as outras informações que tentava entender no texto em português, lia que a última vez que ela havia sido vista tinha sido em uma boate. Sabia que seus conhecimentos com a linguagem escrita ainda eram fracos, por isso teria que encontrar com alguém para ajudá-las na compreensão.
Virou-se olhando mais uma vez para a cama onde Cosima dormia tranquilamente e decidiu que seria melhor esclarecer sobre o que aquilo tudo se tratava o quanto antes. O tempo jogava contra elas e desde muito antes já tinham estabelecido que o segundo dia em Belém era para localizar a Leda 473R42, ou Juliana, como Cosima sempre a corrigia. Era necessário estabelecer uma comunicação. Não podiam perder tempo se distraindo com outros eventos, mas a notícia sobre o desaparecimento de Gabriela definitivamente mudava o foco das coisas, e se tudo não fosse tão simples como parecia ser?
Delphine pegou o celular ainda cogitando se seria uma boa ideia ligar para Patrícia, ainda era cedo demais, mas se a ex-monitora havia respondido o e-mail subentendia-se que ela estaria acordada. Elas precisavam de mais esclarecimentos, precisavam saber no que poderia implicar aquele sumiço nos planos que tinham trilhado, e se mais Ledas também tivessem sumido?
Delphine procurou a carteira com cigarros no criado mudo e assim que encontrou-a caminhou até a sacada, sem antes confirmar que Cosima ainda dormia.
Acendeu o cigarro e assim que deu a primeira tragada procurou o contato de Patrícia, esperando a chamada ser encaminhada.
- Alô - a voz feminina foi ouvida do outro lado da linha, e Delphine se apoiou no parapeito da sacada satisfeita por aquela ligação ter sido atendida.
- Patrícia? É a Dra. Cormier, Delphine. Me desculpe por ligar tão cedo.
- Ah sim, Delphine, isso não é um problema. Na verdade eu já estava acordada, inclusive acabei de responder seu e-mail. – explicou Patrícia animadamente.
Pela voz, Delphine concluía que ela realmente parecia estar desperta há algum tempo.
- Cosima e eu temos alguns compromissos hoje, por isso resolvi ligar para esclarecer, achei mais prático a ligação que o e-mail. Temos o dia cheio e então será quase impossível nosso encontro. – Delphine fez uma curta pausa, não sabendo se seria pertinente comentar o assunto por telefone, mas era a opção mais rápida que teria. - Te liguei também porque preciso esclarecer alguns pontos, espero que não se importe que seja por telefone. A notícia no jornal sobre Gabriela Moreno, ela é a Leda 448C11?
- Exato, ela usa um nome artístico pelo que sei, o nome dela é Gabriela Sousa e provavelmente esse código é o dela. Posso verificar se quiser.
- Não será necessário! – respondeu Delphine prontamente para não fugir do assunto.
- Sabe Delphine, não deveria encucar com essa notícia, não deve ser algo relevante, já aconteceu com outros famosos por aqui.
- Encucar? – indagou Delphine um pouco desabituada do termo.
- Digo, se preocupar, ficar com isso na cuca, entre aspas, cabeça.
- Ah sim, talvez não devesse, mas ela é uma Leda e agora que o Dyad ruiu, talvez devêssemos nos preocupar sim, depois de tudo o que aconteceu conosco, não tem como não ficar um tanto cuidadosa com uma notícia dessa natureza.
- Vou buscar mais informações para que fiquem tranquilas. Estou tentando contato com o ex monitor dela, mas o meu e-mail não foi respondido ainda. - Patrícia fez uma pausa esperando por Delphine e quando a loura não respondeu, a outra prosseguiu - Como disse, ela pode apenas ter sumido para chamar a atenção, estou descartando a hipótese de algo mais grave, aqui no Brasil as coisas são um pouco diferentes.
- Espero que você esteja certa, e vou esperar por notícias boas. – Delphine afirmou sem muita certeza se realmente aquilo aconteceria.
- Entrarei em contato o mais breve possível, te retorno nesse número, pode ser?
- Sim! Vou aguardar.
- Bom passeio!
- Obrigada! – agradeceu Delphine desligando o telefone. Não podendo disfarçar a preocupação no suspiro profundo que preencheu seus pulmões.
Enquanto descartava o cigarro que havia queimado sem que o tivesse tragado uma segunda vez, Delphine pegou-se a observar o sol surgir, pintando de um tom amarelo melancólico os prédios que se perdiam no horizonte.
Pela temperatura ambiente já elevada naquela hora, concluía que aquele seria mais um dia quente. Em algumas horas ela encontraria com a Leda Juliana, que trabalhava como guia turística e que levaria ela e Cosima, mais um grande grupo de pessoas para conhecer alguns pontos turísticos daquela capital.
A loura pensou que poderia relaxar um pouco com um cigarro mas não havia acontecido e por mais que Patrícia houvesse tentado acalmá-las, sobre o desaparecimento de Gabriela não ter ligação com o fato dela ser uma Leda, ainda restava um pouco receio, uma pulga atrás da orelha, e antes que pudesse alcançar o maço para acender outro cigarro, o telefone tocou e talvez pela rapidez que o atendeu, ou talvez por estar com os pensamentos muito longe dali Delphine atendeu sem saber quem estaria do outro lado.
- Oui!
- Delphine! – a voz de Sarah pode ser ouvida do outro lado da linha..
- Sarah! Tudo bem? Aconteceu algo? - A loura perguntou preocupada, era cedo demais para Sarah estar ligando, já que no Canadá o relógio marcava 4:30 da manhã.
- Está tudo bem, te acordei?
- Não, eu já estava acordada…
- Me desculpe por ligar a essa hora, mas ontem Cosima me mandou um áudio e eu acordei para beber água e só vi agora, ela me parecia preocupada com algo, eu tentei retornar mas o telefone dela está desligado, é muito cedo aí?
- 6:30, ela ainda está dormindo…
- Tudo bem, posso ligar mais tarde, só queria saber se estavam bem.
- Estamos bem, chegamos ontem a Belém e Cosima ficou estressada com o calor, talvez seja isso… - Delphine não queria preocupar Sarah e suas irmãs, já tinham o bastante para se preocuparem - como está tudo por aí?
- Está tudo bem, Kira perguntou de vocês ontem - Delphine ouviu a risada de Sarah do outro lado da linha - os gêmeos estão cada vez mais gordos, Donnie já está sentando, mas Arthur ainda está preguiçoso… estamos com saudades.
- Também estamos, mas temos um trabalho a fazer.
- Nós sabemos, mas vocês sabem que podem dar uma pausa e nos visitar um pouquinho, não sabem?
- Faremos isso quando terminarmos de curar as ledas no Brasil, é uma promessa.
- Que ótimo, estamos com saudades, acho que já falei isso né? Agora preciso desligar, dê um beijo em Cosima.
- Pode deixar, eu dou sim.
- Quando puderem, nos mande notícias.
- Mandaremos, até mais.
- Quem era? – a voz sonolenta de Cosima fez com que Delphine virasse para encará-la.
- Sarah! - limitou-se a dizer Delphine enquanto encarava Cosima que esfregava as costas das mãos nos olhos. - Me desculpe, não queria te acordar!
- Não foi você que me acordou - justificou Cosima ajeitando as abas do robe que vestia, e caminhando para a área da sacada - O serviço de quarto apareceu. Trouxeram o café da manhã… Foi você que pediu? - indagou curiosa enquanto observava a paisagem do nascer do sol que se delineava ao longe.
- Foi sim! Eu estava precisando de um café e você sempre acorda com fome então…. - Delphine correu os olhos pela mulher que tanto amava, a serenidade ao falar acalmou um pouco das inquietações até então. - Embora você estivesse dormindo tão calmamente eu imaginava que deveria estar faminta, você sempre acorda faminta. - insinuou Delphine mordiscando o lábio inferior com malícia. E talvez pelo sono que ainda estava presente ou a fome que realmente lhe habitava, Cosima ignorou a investida.
- Você estava me olhando dormir?
- Isso é algum crime? - indagou a loura em tom ofendido, se conformando mais uma vez em ter suas investidas ignoradas pela namorada.
- Estou processando o quanto isso é estranho! - ela semicerrou os olhos aproximando-se de Delphine e ficando ao seu lado, os cotovelos apoiados no beiral e o olhar ao longe - Você faz isso sempre?
- Sempre! - garantiu Delphine - Isso não deveria lhe incomodar tanto, você parece um anjo! - Delphine abraçou-lhe pelo ombro, trazendo Cosima para mais perto e dando-lhe um beijo na bochecha.
- Por favor, não saía sem dizer para onde foi. - murmurou enquanto repousava a cabeça no ombro da amada. - Ainda estou assustada por acordar e você ter sumido.
- Eu só vim até a sacada para fumar um cigarro. - disse Delphine - Não é como se eu tivesse sumido, só não queria atrapalhar seu descanso.
- O que Sarah queria? - Cosima disse tentando quebrar o silêncio que havia pairado após a última fala de Delphine.
- Ela disse que acordou e viu que você tinha mandado uma mensagem, aí ligou para ver se está tudo bem. E eu disse que estava e que estávamos sentindo saudades!
- Ah… Não queria preocupa-la - Cosima soltou um longo suspiro.
- Falei com Patrícia também, ela disse para não nos preocuparmos, tem quase certeza de que Gabriela está bem e logo vai aparecer.
- E o que você acha?
- Eu acho que temos que dar um passo de cada vez, e não adianta nos preocuparmos com isso agora. Vamos esperar por notícias, temos algumas Ledas para curar antes de ir para o Rio - Delphine tentou passar confiança em suas palavras - Está com fome?
- Um pouco - Cosima se afastou e esticando os braços se espreguiçou levando em seguida a mão na boca e soltando um bocejo preguiçoso, fazendo Delphine rir - Prometo ser rápida no banho, me espera pra comer? - perguntou enquanto voltava para o interior do quarto.
- Claro que espero. - afirmou baixando os olhos, vendo Cosima baixando o robe em um movimento lânguido. - Enquanto isso vou aproveitar e esterilizar as lentes de contato.
- Elas me incomodam tanto, são mesmo necessárias? - indagou a morena virando-se para ela, deixando a peça cair ao chão e a nudez brindando Delphine.
- Você sabe que são!
- As usarei então! Você vêm? - pediu Cosima encarando-a com um sorriso malicioso nos lábios que matinha entreabertos.
- Eu já tomei banho. - murmurou Delphine em um embate que criava para não segui-la. - E também preciso separar algumas coisas, não me leve a mal chéri, mas não podemos nos atrasar.
- Promete que vai me compensar depois? - insistiu Cosima já na porta que dava acesso ao banheiro.
- Prometo! - garantiu Delphine dando um leve piscar de olhos, sem deixar de mostrar-se indecisa com a oferta que Cosima fazia ali.
- Não esperava uma resposta diferente dessa! - afirmou Cosima - Mas caso mude de idéia, não hesite! - finalizou deixando Delphine sem ter o que dizer.
Delphine abriu a pequena maleta que continha as doses já separadas das curas que seriam distribuídas para as Ledas, na maleta havia doses injetáveis e cápsulas dissolúveis em forma de comprimido que poderiam ser misturadas a líquidos, caso não houvesse possibilidade de aplicar as injetáveis.
Nada era simples naquele trabalho pois, em teoria, as jovens mulheres não deveriam saber que eram clones, e na maioria das vezes, devido a cronologia no nascimento posterior naquela parte do continente, a doença ainda não havia se manifestado, e mesmo trabalhando com várias abordagens para encontrá-las, não era em todo lugar que a desculpa de uma vacinação de urgência para uma doença típica do clima ou da região funcionava. Haviam sempre algumas Ledas receosas e desconfiadas, para dizer o mínimo.
Delphine ainda lembrava que não era em todas situações que havia recursos para tal, muito menos os contatos como Patrícia. Eram muitos países para viajar e o tempo um inimigo. Agradecia imensamente aquele método de dissolução desenvolvido por Scott e Cosima que acabara resolvendo, em partes a ministração da cura. Sabia que o mais importante era que a cura fosse dada, independentemente do método, quer a clone soubesse ou não.
Como o esperado Cosima demorou no banho, e por mais que Delphine se sentisse tentada a chamá-la, sabia que seria melhor não o fazê-lo. Assim que a morena saiu, com a toalha enrolada no corpo ainda úmido os alertas de Delphine mais uma vez gritaram.
- O café vai esfriar. - lembrou Delphine sem deixar de interromper o que fazia para olha-la.
- Já terminou com tudo? - pediu Cosima buscando a mala, colocando-a no sofá ao pé da cama, e abrindo o compartimento principal, para escolher algo adequado para o passeio.
- Ainda não! - justificou-se Delphine, demandando mais tempo que o necessário para organizar o conteúdo que retirara da maleta para guardar na bolsa de mão. Não podiam se atrasar. - Mas as lentes já estão prontas.
- Já decidiu o que vai vestir? - pediu Cosima avaliando a camisola curta que ela trajava.
- Ainda não sei. Vou optar por um vestido, algo leve, não quero sofrer nesse calor e não quero te ver de mal humor por causa dele.
- Talvez o calor não seja em todo o culpado por isso! - alfinetou Cosima sem deixar de exaltar o mal humor por ter sido ignorada as diversas vezes que tentara sem sucesso seduzir a namorada.
- Não se esqueça dos óculos escuros, e não os tire em hipótese alguma, não quero que aconteça aqui o que aconteceu em Bogotá! - afirmou Delphine ignorando as insinuações da morena.
- A culpa foi toda e inteiramente minha! - ironizou Cosima. - Se eu não tivesse aparecido você ia ser devorada!
- Use os shorts jeans, e a regata! Vai parecer como as nativas daqui. - afirmou Delphine mais uma vez ignorando as palavras que Cosima ironizava.
- Você gosta não é?! - a afirmativa saiu sem que Cosima contivesse e ao ver a desaprovação de Delphine em seu humor pelo revirar de olhos que ela deu, resolveu ser mais polida. - Você disse algo leve, vou optar por uma camisa. Você já tentou usar regata com esse calor?
- Não! - Delphine respondeu prontamente sem entender a pergunta.
- Não é leve, parece que ela se funde ao meu corpo quando começo a suar, sem contar com as marcas que ficam em minhas costas. Vou optar pela camisa e o shorts, mesmo achando minhas pernas brancas demais.
- Ótima escolha! - disse Delphine com o olhar direcionado para as pernas de Cosima enquanto a assistia tirar as roupas escolhidas da mala e voltar para o banheiro.
Delphine buscou o vestido e sem a preocupação que Cosima tivera em ocultar a nudez tirou a camisola e o vestiu, em seguida passou os dedos entre os fios louros e girando algumas vezes do meio as pontas formando um coque frouxo que segurou até que lembrasse onde deixara as presilhas, mas antes de encontrá-las Cosima apareceu já vestida.
- Estou pronta! - limitou-se a dizer enquanto buscava a bolsa e ajeitava no ombro, encarando-a com os braços cruzados na altura do peito.
- Vamos tomar o brunch então, estava só te esperando…
- Perdi a fome!
- Vou calçar minhas sandálias para podermos ir. Você viu minhas presilhas?
- Estão aqui! - afirmou Cosima estendendo o braço até o no criado mudo e alcançado o objeto a ela. - Seu celular está tocando! - disse pegando o aparelho e estendendo a loura que ainda prendia os cabelos. - É a Patrícia.
- Acho melhor atender! - Delphine terminou de arrumar o cabelo e pegou o telefone atendendo-o em seguida - Patrícia?
- Delphine, estou ligando para te informar, recebi a resposta do ex monitor da Gabriela.
- E o que ele disse? - indagou Delphine curiosa pela resposta, sentando sob a cama e observando Cosima já próxima ao carrinho com as bandejas do café da manhã pegando uma torrada e dando uma mordida generosa. Aquele seria um longo dia.
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ORPHAN BLACK: Brazilian Files
Hayran KurguEntre as perdas e ganhos até a cura tão sonhada para as clones Ledas, Cosima e Delphine continuam longe de casa. Na longa viagem pela América Latina elas desembarcam no próximo destino: Brasil, o país com o maior número de clones a serem encontradas...