"As memórias nunca morrem."
- Paulo e Maria como pais do Bernardo, certo? - Assim que o vi assentir, uma sensação de melancolia voltou a invadir-me. - Claro que me lembro. Que tem eles?
- Convidaram-nos para jantar com eles, no próximo sábado.
- Aceitaste pai?
- Claro que aceitei. Espero que não te importes.
**
- Claro que não me importo. Continuo a adorar o tio Paulo e a tia Maria. E eles sempre me pediram para não me afastar deles. Mas foi exatamente o contrário que eu fiz, comecei a reduzir o contacto só pelo simples facto deles serem os pais do meu melhor amigo. Ugh, eu não valho nada. - A este ponto, as lágrimas já me corriam pela face, pela terceira vez neste mesmo dia. Os meus pais apressaram-se a envolver-me num abraço forte, enquanto os meus soluços se iam intensificando.
- Caetana, meu amor. Nunca mais digas isso. Nunca mais digas que não vales nada! É completamente compreensível que tenhas feito isso. As saudades conseguem ser cruéis, eu sei. Mas nós estamos aqui contigo, prontos para te segurar se algo correr mal e te atirar para o chão. - Disse a minha mãe, muito sabiamente. Estava infinitamente agradecida por tê-los na minha vida.
- Dão-me licença para que me levante da mesa?
- Onde vais?
- Para o quarto. Preciso de descansar. Desculpem.
- Não te preocupes. Vai lá. Eu vou estar no escritório caso precises de algo.
- Está bem papá.
Sábado, 18 de Fevereiro de 2017
Tentava arranjar-me tão bem quanto o meu corrente estado de nervos me permitia. Olhei-me ao espelho, ajeitando o cabelo loiro liso. Maquilhagem? Nada demais mas o suficiente para destacar os meus olhos claros. O vestido preto, de mangas rendadas e saiote a bater pelo joelho, delineava as curvas que agora tinham tudo de mulher e nada de criança. Calcei os meus scarpins nude, agarrei no meu blazer da mesma cor e na minha pequena pochete e saí do quarto, dirigindo-me ao hall de entrada onde os meus pais já me aguardavam.
- Meu amor, estás tão linda!
- Obrigada mãe. Vamos?
- Vamos.
Deu a mão ao meu pai e juntos fizeram todo o caminho até ao carro usualmente designado para a minha mãe. Enquanto o meu pai abria a porta à minha mãe, eu apressei o passo até à porta traseira do carro de luxo cinzento. Em poucos minutos estávamos a caminho e eu não podia evitar mas sentir-me sufocada nos meus próprios pensamentos. Como será que eles iriam reagir? Bem? Será que iriam compreender o porquê do meu afastamento? E mais importante: será que o Bernardo, o meu Berna, também iria? Paramos em frente ao restaurante do costume e aí eu apercebi-me de que estava a suster a respiração. À entrada do Cantinho do Geraldes - um dos meus restaurantes de eleição - estava uma jovem morena, cuja cara não me era estranha. Assim que o meu pai estacionou o carro, abandonamos o mesmo e, muito lentamente, começamos a dirigir-nos para a porta do estabelecimento.
- Tio Henrique, Tia Carlota! - Falou a jovem morena.
- Maria, minha querida! - Respondeu a minha mãe, enquanto envolvia a outra mulher num carinhoso abraço. - Esta é a Cae...
- Nana! Oh meu Deus, tu estás tão diferente miúda! Estás loira, muito loira. E o que é feito das tuas ... sardas? - O sorriso dela desapareceu, para dar lugar a uma cara de espanto.
- Está tudo bem, Maria?
- Está sim, não te preocupes. É só que já lá vai algum tempo e tu mudaste tanto. Da última vez que te vi ainda tinhas cabelo tão ou mais ruivo que o Ed Sheeran.
*****
UPSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS A MARIA SUSPEITA DE ALGO!
Mas primeiro, como raios é que vocês se sentem? Velhas e acabadas como eu ou quê? Era suposto ter postado este capítulo mais cedo esta semana mas por muitas circunstâncias fora do meu controlo, não postei eusheu
Agora sobre o capítulo: acho que, tiverem minimamente atentas ao rumo da história, as coisas se começam a compor. Além disso, "Cantinho do Geraldes" AHAHAHAH
Quero as vossas opiniões ;-))))))))))))))))))))))))))))))))
Breijinhos da habaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiana
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Dear Lover
Romance"O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende." "Num momento, num olhar, o coração a...