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- Nana! Oh meu Deus, tu estás tão diferente miúda! Estás loira, muito loira. E o que é feito das tuas ... sardas? - O sorriso dela desapareceu, para dar lugar a uma cara de espanto.

- Está tudo bem, Maria?

- Está sim, não te preocupes. É só que já lá vai algum tempo e tu mudaste tanto. Da última vez que te vi ainda tinhas cabelo tão ou mais ruivo que o Ed Sheeran. 


**

 Gargalhei com a sua expressão. Ali estava a Maria. A mesma que andava sempre de olho em mim e no Bernardo sempre que o moreno fofinho largava a bola só para estar comigo. Vai dar em namoro, dizia ela. Nunca lhe respondemos, mas de qualquer maneira, nunca poderíamos. - Mas bem, estás muito linda, miúda! Sabes que o Bernardo sempre adorou loiras? Tenho a certeza que se fosse hoje, dava em muito mais que uma simples amizade de criança. - Ela atirou, fazendo-me corar tão violentamente quanto possível para uma pessoa de pele clara como a minha.

- Maria!

- Ficas tão fofinha quando coras. Vamos agora? Os meus pais e a Chica estão mortinhos de saudades tuas.

- Ai meu Deus, tenho a certeza que a Chica já está uma mulher lindissima.

- Está mesmo. Mas só podia, tinha que sair à raça. Olha, estão ali! - Falou, apontando para uma mesa onde estavam sentadas 4 pessoas, que eu depreendi serem os seus pais, a Chica e ainda um outro rapaz. Muito rapidamente, a morena agarrou a minha mão fria e puxou-me até à mesa, fazendo-me correr tão desastradamente que se alguém me estivesse a observar iria com certeza rir-se da minha figura. Assim que chegamos mais perto da mesa, a Maria pigarreou, chamando a atenção das mesmas 4 pessoas que ocupavam a mesa. Assim que os seus pais me olharam, senti o meu mundo cair ao chão. A saudade voltou com toda a força, para me atormentar, e não pude evitar mas deixar cair algumas lágrimas.

- Caetana, és tu? - Perguntou, muito ternamente, a mulher mais velha. A mãe do Bernardo. Assenti ao de leve com a cabeça, fazendo a D. Maria levar as mãos ao meu rosto para me enxugar as lágrimas. - Meu amor, não chores. Parte-me o coração ver-te desse jeito.

- Desculpe, tia. É só que...

- É só que nada. Estamos aqui, todos juntos.

- Nem todos. - Atirou a pequena Francisca. - O Bernardo devia estar aqui. Agora está sempre ocupado com a Alicia.

- FRANCISCA! Ele esteve cá à muito pouco tempo!

- Ai esteve? - Perguntei, algo magoada, depois de ocupar o lugar imediatamente ao lado da morena mais nova.

- Esteve Nana. Veio cá numas mini-férias. - Atirou Paulo, o pai do jovem que ainda fazia o meu coração mirrar com a saudade. - Devíamos ter combinado este jantar nessa altura.

- Hey, é completamente compreensível. Ele sempre que cá vêm quer é aproveitar a companhia das pessoas que mais lhe importam. - Atirei, fazendo o maior dos esforços para não chorar.

- Tu eras uma das pessoas que mais lhe importavam. - Francisca voltou a falar, olhando-me nos olhos. Aí eu pude ver a tristeza que tomava conta da pequena.

- Chica, tenho a certeza que ainda é. Só não se vêm à muito tempo.

- Tempo demais. - Sussurrei e, ainda que muito baixinho, a Maria captou as minhas palavras, lançando-me depois um olhar cheio de carinho e, ao mesmo tempo, de compreensão.

- Fazemos assim: o pai faz anos em Maio. E como vamos fazer uma festança, eu acho que os tios e a Caetana deveriam ser convidados.

- CLARO QUE SIM! - Paulo e Francisca falaram ao mesmo tempo, deveras apressados. - Por favoooooooooooor Nana. O Bernardo vai cá estar nesse dia. - A pequena falou, o mais baixo que conseguiu, ao mesmo tempo que me atirava um olhar de súplica.

- Depois eu vejo, Kika. Com a faculdade, é-me difícil conciliar tudo. Por isso não vou prometer nada, meu anjo.

O sorriso que brotou na sua face foi o suficiente para me dar alento para o resto da noite. Muitas coisas foram lembradas, muitas memórias foram trazidas ao de cima, deixando-me sempre um quê de emotiva. Era inevitável, tendo em conta que o meu peito se fazia doer sempre que as recordações de outrora e de um rapazinho muito franzino, de bola na mão, assomava à minha mente. Em cada uma dessas memórias, eu forçava-me a não deixar a minha parte fraca vencer. Guardava sempre a vontade de retroceder no tempo e mudar tudo o que havia sucedido. Talvez tudo fosse diferente - talvez o Bernardo ainda fosse uma constante na minha vida -, diferente para melhor contudo? Sempre achara que o destino é o grande guia em cada uma das nossas vidas mas, como seria ele capaz de nos fazer sofrer e chorar deste modo? Ou de cada vez que nos leva um alguém que nos é tão querido, para uma outra vida no além?

Nessa mesma noite, e à semelhança de muitas outras, deitei-me com as lágrimas. Lágrimas essas que brotaram dos olhos e caíram nas almofadas. Essas que por sua vez se apressaram a guardar mais um segredo meu: estava, irremediavelmente, a morrer de saudades do moreno. 



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Ups sorrehhhhhhhhhhhh eu disse que ia publicar um por semana e já estou a falhar sorry babes

Bem, espero que gostem deste capítulo que tem qualquer coisa de muito dramático eusheu e tem lugar no restaurante do Geraldes AHAHAHAHAHAH sorreh de nuevo


Façam-me o favor de me deixarem os vossos votos e criticas fachabore.


BUITO ABOR, 

maria habaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiana

Dear LoverOnde histórias criam vida. Descubra agora