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- CAETANAAAAAAAAAAAAAA!

- Maria, porra, estou a 2 metros de ti.

- Epá, acordaste na cama errada hoje? - Essa sua afirmação fez-me engasgar com a minha própria saliva ou não fossem todas as lembranças daquela noite, agora mais nítida que nunca, a assomar-me à cabeça.

- Não, Maria. Desculpa.

- Que se passa, Nana querida?

- Vamos entrar, por favor?

- Não, eu quero que me digas agora o que deixou tão irritadiça.

- Como é que hei de te dizer isto?

- O quê, Nana? Conta-me.

- EUDORMICOMOTEUIRMÃO.


Tinha a completa noção de que as minhas faces estavam tão ou mais vermelhas que um tomate maduro mas nesse preciso momento, fui apanhada desprevenida pela reação da morena à minha frente, que irrompeu em gargalhadas.

- Eu sabia Nana!

- Uh? Desde quando?

- Desde que te vi pela primeira vez depois de ter acontecido. As coincidências era muitas.

- E nem sequer pensaste em dizer-me?!

- Como assim dizer-te? Espera, tu ainda não te tinhas apercebido?

- Não Maria! O teu irmão mudou por completo.

- Não mudou assim tanto.

- Sim, pra ti pode nem ter mudado mas não te esqueças que, enquanto eu me despedi dele aos 13 anos, tu continuaste a crescer ao lado dele. E além disso, deitar-se com outras mulheres enquanto namora? Esse não é mesmo o Bernardo que eu conheço- conhecia.

- Nana? Tu viste-o com a Alicia?

- Oh sim. Eu ontem fui sair com a Benedita e dei "de caras" com ele. Agarrado a outra. Mas o rosto dele continuava a ser-me familiar e quando juntei as peças todas, percebi o que tinha acontecido. Depois o meu eu curioso foi pesquisar mais sobre ele. Foi então que percebi que afinal eu era a outra. Nem que tivesse sido só durante uma noite, mas fui. - Só quando a Maria elevou a mão ao meu rosto e enxugou as minhas lágrimas com o polegar é que dei por mim a chorar.

- Nana, lamento muito.

- Não és tu que tens de lamentar nem é a mim. É o teu irmão que tem de o fazer e aos teus pais porque não foi este Bernardo que eles educaram.

- Eu sei. E eu já o chamei à atenção por diversas vezes.

- Então porquê que ele o continua a fazer?

- Porque é um idiota.

- Se o é. - Nesse preciso momento, e talvez em muito devido aos aromas que se faziam sentir no restaurante naquele momento, uma náusea assomou ao meu corpo. Não tive tempo para mais além de desatar a correr, deixando atrás de mim uma Maria confusa. Mal irrompi pela casa de banho, levantei o tampo da sanita e debrucei-me sobre a mesma, deixando sair tudo o que havia ingerido durante o dia: pouco ou quase nada. Momentos depois senti alguém a afagar-me ao de leve as costas.

- Nana, há algo que me queiras dizer?

- Uh? Tipo o quê, Maria?

- Estes enjoos, são frequentes?

- Honestamente? Foi o primeiro.

- Mesmo assim.

- Mesmo assim nada, Maria. Tenho quase a certeza que ainda estou ressacada.

Dear LoverOnde histórias criam vida. Descubra agora