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- Nana, tens a certeza que não é nada? - Reconheci imediatamente aquela voz, fazendo-me amaldiçoar o meu próprio corpo.

- Maria, tenho a certeza que isto se deve só ao stress.

- É a segunda vez!

- E então? Tem mesmo de se dever ao que tu pensas?

- Não tem? Quando foi a última vez que te envolveste com alguém?

- Duh, com o teu irmão! - Sussurrei, de forma a que mais ninguém soubesse do sucedido, principalmente o meu pai ou a Francisca.

- E algum de vocês se precaveu?

- Eu, com toda a certeza. Tomo pilula.

- E não te poderás ter esquecido nesse dia?

- Não Maria, eu nunca me esqueço disso.

- Tens a certeza?

- Tenho! - Falei, já fumegando pelas orelhas devido à insistência da morena. Mas se havia coisa que não tinha era essa certeza.

- Pronto, se tu dizes que tens a certeza quem sou eu para contestar. Consegues comer algo agora?

- Sim, por favor. O bolo da Bela está a chamar por mim.

- NANA!

- Shhhhhhhhhhhh não quero saber. - Atirei à morena, desatando a correr em direção à cozinha, não demorando a ocupar um dos lugares em redor da mesa super recheada. - Bom diaaaaaaaaaa!

- Bom dia minha filha. Estamos muito bem dispostos hoje.

- Hoje? Eu estou sempre bem disposta papá. - Apressei-me a responder-lhe assim que vi os olhares das morenas que agora me ladeavam.

- Nem sempre Nana. Mas adiante. Vais á faculdade hoje?

- Sim, só por uma aula mas sim. Depois venho pra casa porque, ao que parece, hoje vou passar o dia inteiro com estas pestes.

- Precisas que te vá buscar?

- Nah, obrigada pai, mas eu hoje levo o meu carro para me poder despachar mais depressa.

- Tudo bem. Sendo assim, até logo. Portem-se bem, meninas. - Despediu-se de cada uma com um beijo na testa e virou costas, sorrindo tranquilamente.

- Bem meninas, não sei quanto a vocês mas eu vou-me arranjar porque já estou - encarei o relógio pendurado religiosamente sob a porta para o jardim, assustando-me assim que me deparei com as horas. - É, já estou definitivamente atrasada.

- Só nas horas?

- MARIA!

- Esquece, esquece. Mas também podes esquecer essa ida à faculdade porque se é só por uma aula e já estás atrasada, nem vale a pena o esforço.

- Maria, a desencaminhadora. Francisca, promete-me que nunca vais deixar a tua irmã levar-te por estes maus caminhos.

- A minha irmã? Ou os meus irmãos?

- Uh?

- Nana, eu podia ser pequenina mas lembro-me perfeitamente que o Bernardo tentava levar-te por maus caminhos sempre que podia.

- Falas como se o teu irmão não fosse o maior beto de todos os tempos.

- Era pois, mas mais beta que ele só tu mesmo. - Maria respondeu e as morenas em meu redor gargalharam.

- Parva. Vá, vamos fazer o quê hoje?

- Caetana, tu já compraste o outfit para a festança do meu pai?

- Como assim festança?

- Ah pois. Festança. Com F grande. Já compraste?

- Hmmm, não. Presumo que seja isso que vamos fazer hoje então?

- Ora minha querida, acertaste.

- Que bom. Agora, me aguardem. Eu vou-me vestir, volto já. - Fugi da sala a sete pés e dirigi-me ao quarto o mais rápido possível. Depois de optar por conjunto o mais confortável possível, juntei-me ás duas que me aguardavam ainda em redor da mesa. - Porra, vocês ainda estão aí?

- Claro, onde houver uma mesa com comida podes ter a certeza que é lá que encontras a Maria. Mas vá, vamos lá.

- Vamos. O último a chegar ao carro é um ovo podre. - E dito isto desatei a correr casa fora, passando pelo hall de entrada para recolher as chaves do meu veículo antes de retomar caminho até à garagem. Ocupei o meu lugar atrás do volante enquanto esperava pelas outras duas. Gargalhei quando vi a pequena Francisca entrar para o banco traseiro enquanto a mais velha aparecia com cara de poucos amigos na entrada da garagem.

- Nana, isso não se faz a uma mulher grávida.

- Ups, castigo. - Dei marcha ao carro e só paramos no Colombo. Horas mais tarde já só pedia um analgésico e o resto do dia no SPA. - Jovens, podemos arrumar com isto o mais rápido possível?

- Ainda agora chegamos.

- Mas eu não me estou a sentir muito bem.

- Muito bem como?

- Calma Maria, só me dói a cabeça.

- Só? - Fulminei-a com o olhar, fazendo-a abrir o sorriso mais amarelo de que tenho memória. - Pronto, vamos lá comprar algo para ti e depois vamos embora.

- Obrigada. - Puxei ambas pelas mão e dirigimo-nos a uma das minhas lojas de preferência. Meia hora depois estava a experimentar um vestido sem mangas num bonito tom de alperce. Cada detalhe abraçava as curvas do meu corpo da melhor maneira, salientando a minha tão clara cor de pele e os meus olhos. A linha coberta com lantejoulas do mesmo tom percorria todo o meu decote, cruzando depois e indo terminar na minha cintura. Daí pra baixo o tecido era fluído mas, ao mesmo tempo, capaz de fazer sobressair as minhas curvas de mulher. A Maria olhava-me, com um brilho tão sincero no olhar, esse que acabei por associar à gravidez, enquanto sorria largamente.

- Nana, é esse.

- Achas?

- Tenho a certeza. É esse mesmo.

- BOA. Agora vamos embora que tenho fome.

- Outra vez?

- Maria, eu estou sempre com fome.

- Ai estás? Essa é nova.

- Maria, vamos comer por favor?

- Pronto, vamos lá. - Respondeu, por fim, com um trejeito de reprovação marcado no rosto.

Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

- Benny, vamos sair logo?

- Estarei a ouvir bem? A Caetana Marques a querer ir laurear a pevide?

- Ora claro, não posso ficar sempre metida em casa.

- Na depressão, né Nana?

- Qual depressão qual quê?

- Sim Nana, o teu estado depressivo e de pseudo gravidez?

- Shhhhhhhhhhhh fala baixo! E não me digas que a Maria já te andou a meter bichinhos na cabeça?

- Eu estive doente!

- Prontos, não insisto mais! Queres ir onde ?

- Ao sítio do costume, duh!

--//--

CHEGUEEEEEEEEY, CHEGUEI CHEGANDO BAGUNÇANDO A ...  pronto, já chega. 

Voltei, meus amores. Passando não sei quanto tempo. E com um capítulo fatela. Está fatela? Digam-me a vossa opinião ;)


Com buito abor, 

Maria Havaiana 

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⏰ Última atualização: Oct 14, 2019 ⏰

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