Império Otomano, Oriente Médio

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100 ANOS ATRÁS


-Vocês são canadenses, pelos deuses, o que estão fazendo aqui? - Zuko enfaixou a perna do parceiro e já partiu para outro companheiro.

-Acima de tudo somos descendentes Zuko. - Glória terminou de preparar uma poção de analgésico e distribuiu pelos frascos pequenos.

-Pare de reclamar Vampiro mal agradecido, isso tudo irá cair, a missão da nossa equipe é garantir que o número de civis mortos seja o menor possível. - cuspi mais uma boa quantia de sangue no lenço enquanto amortecia a dor de uma garotinha.

-Isso é um absurdo, - Glória distribuía os frascos a quem estava em melhores condições - olha para essas pessoas Stevan - minha mulher me alcançou e tocou meu ombro limpando uma lágrima - isso está errado, pelos deuses!

-Eu sei, Glória, eu sei, infelizmente estamos fazendo o possível. - eu não havia contado a minha mulher sobre o sangue.

Há pouco tempo descobri que a habilidade magnífica de analgesia local exauria muito das minhas forças, mas eu não podia parar agora, eu poderia acabar com minha vida, mas salvaria outras milhões.

-Três mil, Voulièr. - Zuko balançou um papel que um soldado lhe trouxera - Chutando raso três mil por dia nessa merda de guerra, mas aposto cinco ou seis, sete mil por dia ao final.

-Não. - balancei a cabeça - Chame todos! - gritei - Agora!

Rapidamente a grande equipe de veteranos de Mang Hale estava em minha frente, perfeitamente alinhada, sem tempo para tomar dos meus subordinados logo os motivei:

-Nós saímos de nosso país, de nossa dimensão, de nossa casa e nossas famílias por essas pessoas, eu estou aqui com minha mulher liderando vocês por eles - apontei para os feridos que nos olhavam de olhos esbugalhados - não importa quem seja o inimigo, não importa o que é essa guerra, ela não é nossa, não viemos para matar sob hipótese alguma e nem nos envolver, viemos para curar.

-Não pensem que estamos sozinhos, não pensem que somente nós "cruzamos" - Glória fez aspas no ar - o oceano, Elíseos, Pégasus, Meraki e Caém estão por aí.

-Cinco Irmandades ocidentais rastejando nas sombras orientais? Isso nossos bisnetos não verão nos livros de história. - Zuko bateu palmas dispensando as equipes e voltando para o trabalho.

-Senhor? - Kal Torpo, um dos descendentes da equipe de Meraki entrou na tenda em minha direção.

-Que foi Torpo? - enfiei o lenço no bolso para que o garoto não visse.

-Senhor, precisamos de analgésicos para a unidade três de Meraki.

-Já acabou Kal? - Glória surgiu como assombração atrás de mim.

-Sim senhora, civis em estado grave, pouca mobilidade, os Bruxos estão fazendo o possível, mas a poção demora um pouco e achamos que aqui poderia ter mais para ir adiantando. - Torpo disse firme.

Glória o chamou e os segui enquanto minha mulher colocava poucos frascos dos que tinha preparado em uma bolsa.

-Perdão senhora, mas isso é pouco.

-Eu vou com você Torpo. - disse beijando Glória no rosto.

-Stevan! - minha mulher segurou meu braço.

-Glória, cuide deles, você já está com vários caldeirões quase prontos com analgésicos, eu posso ajudar enquanto os Bruxos não terminam.

-Tome cuidado por favor. - ela me abraçou, forte e aconchegante e por algum motivo eu senti a despedida, talvez fosse o cenário de guerra, ou talvez por eu estar abusando dos poderes.

A MALDIÇÃO (O Ritual #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora