INFERNO GÉLIDO

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Meu grupo estava junto, mas somente eu parecia apreensiva, Regina parecia muito animada para liderar essa catástrofe sem tamanho que o Torneio se tornará mediante minha participação. Os Líderes nos deram alguns minutos para conversarmos entre nós enquanto testavam o monitoramento.

-Abigail, você está bem confiante né? - Caio cruzou os braços.

-Por quê? - franzi o cenho pois na verdade eu estava me borrando.

-Vai entrar no Torneio sem nem sua faca? - Pietro pôs as mãos na cintura e só então percebi que todos estavam equipados com facas, bolsa de sangue, saco de Bruxa, penduricalhos e até cantis, fechei os olhos me xingando, quantas vezes Andrew pegou no meu pé para não esquecer da faca. Da faça pelo menos!

Busquei meu Caçador na arquibancada e não o vi, engoli seco me sentindo uma imprestável que seria eliminada em dois tempos.

-Você deve ficar só na torcida! - alguém disse atrás de mim.

-Abihole! Suas coisas! - Rose passou por entre os Líderes balançando meu cinto, ao longe aos pés da escada, Stella fazia poses que podemos aqui traduzir como "me agradeça depois".

A Bruxa foi para o quarto bem depois de eu sair e deve ter visto meu cinto. Mas por que Rose é quem está com os holofotes?

-Nossa Abihole. - Rose olhou ao redor ainda ofegante - É muita gente olhando daqui. É isto, - me entregou o cinto suspirando - estou mesmo fadada a chamar a atenção.

Claro que estava, sorri para Stella que deu de ombros, ela sabia que Rose não se importaria em ter tantos olhos em cima de si.

-Obrigada Rose. - prendi o cinto e a gêmea me deu um abraço.

-Eu sempre estou no monitoramento, fique tranquila, é só uma gincana escolar. Ouça as regras e saberá que não precisa pânico.

-Tá bom, obrigada. - conferi os bolsos e havia algo que não era meu.

A pedra triangular na guarda da faca reluzia sob a luz do sol, mal tive tempo de olhar a arquibancada e Regina já me puxou para o meio do grupo.

-Gente é o seguinte: alguém aqui já participou de um Torneio? - a capitã nos abraçou num círculo e todos negaram - Certo. Se estivermos todos juntos vamos nos ajudar beleza? - todos concordaram - Isso aqui só vai ser bom se a gente trabalhar em equipe, independente de como for, ninguém, eu repito: ninguém pode ficar para trás, e se ficar que seja resistindo até o fim.

-E se estivermos separados? - Brenda choramingou e por um lasco do momento eu me tranquilizei ao ver que não era a única nervosa.

-Foquem no jogo. - Pietro lambeu os lábios. A competição era saborosa? Talvez Pietro gostasse desse gosto azedo na língua - Façam aquilo que sabem fazer: lutem ferozes como garotas, senhoritas, e nos veremos todos juntos no museu da Mão dos Deuses com um belo troféu exposto lá na ala dos vencedores intercontinentais.

-Certo. - dissemos juntas.

-E vocês, - Regina piscou para Caio e Pietro - lutem bravamente como garotos.

-Vamos começar a competição aqui? - Caio riu - Porque se formos - fechou a cara - desafio cada um a chegar até fim.

-Tudo certo. - Margô avisou aos Líderes - Capitães na frente, equipes enfileiradas atrás. Todo mundo estenda os cintos e absolutamente todas as armas, seus amigos e você estão sob feitiço e não saberão o que os outros guardam, fiquem tranquilos.

Desfivelei o cinto e estendi como Margô estava exemplificando, Anne desfilou pela arena puxando a gola da túnica que muito provavelmente ela foi obrigada a usar e estendeu as mãos.

A MALDIÇÃO (O Ritual #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora