Olá jovens Descendentes!
Nas últimas semanas não houve capítulo e pedimos desculpas. 🙏 Estávamos com muita correria com faculdade e cursinho.
Eu vou morrer.
Pensei engolindo seco dando por mim o que eu havia feito. Miles devia ser muito mais habilidoso que eu e havia perdido, por mais que Stella repetisse "não vou ficar com esse escovão de nilon mas nem morta" para me consolar precipitando a derrota, eu não podia amarelar agora.
Hugo agitava o clã no meio da arena, jogando beijos para Stella e apontando para o próprio dedo em sinal de que venceria para conquistar matrimônio com a Bruxa.
Um arrepio percorreu minha coluna só de imaginar minha amiga ao lado daquele projeto de Capitão Caverna, que vida infeliz e que morte horrível. Por outro lado já inventei toda uma história em que a donzela Stella casa-se com o jovem (e cabeludo) Hugo, mas ao invés de deflorar com o cônjuge, seria com seu amante (não tão) secreto, cujo amor era sabido por cada ser vivo nesta dimensão.
Que a divindade que olha por essa dimensão afaste de nós tal cenário vulgar!
Meu nome era gritado pela arquibancada, já havia perdido tempo demais. Icei as camadas da saia volumosa para tentar andar com mais rapidez, mas o espartilho me impossibilitava de segurar mais pano, bufei e tratei logo de alcançar o zíper nas costas. O traje caiu com delicadeza, mas para mim que vestia algo tão pesado podia jurar que fez um "bum". Recriminada pelo olhar de meus torcedores (exceto de Andrew, que já presenciou momento similar outro dia) desabotoei os colchetes na frente do espartilho e desci as escadas na lateral do parapeito ajeitando as alças finas da camisola, vulgo roupa de baixo.
Haviam levado Miles, mas Stella segurava o parapeito como se a qualquer momento pudesse ter uma ação desenfreada. Encarei meu oponente, Hugo estava tão confiante; com motivos! Acabou de ganhar de Miles e eu não tinha tanta habilidade para ganhar dele, mas precisava tentar.
Isso me lembra a vez no campeonato de natação há alguns anos. A sensação de derrota eminente era a mesma. Naquela ocasião eu tinha medo de perder para a tal da Andreza Miranda. Por quê? Vamos voltar no tempo: eu entrei no ginásio com meu pai que tirou o dia para ir comigo ao campeonato, minha mãe estava viajando para comprar roupas para a loja e tia Lucinda estava na arquibancada com uma placa enorme cheia de glitter e pompons piscantes berrando meu nome. Até aí, tudo ótimo, até aí, tudo bem, pessoas conversando alto, as outras concorrentes se alongando, de repente uma onda de aplausos preencheu o ginásio seguido pelo nome de Andreza clamado como se ela fosse a própria reencarnação de Jesus Cristo.
Andreza entrou com o nariz empinado acenando para seus torcedores com uma mão enquanto a outra segurava sua jaqueta sobre o ombro. Os garotos mais velhos que também iam competir depois de nós secavam a garota de feições persas. Nada disso me fazia temer Andreza. Ser bonita? Eu também sou. Ter torcida? Eu também tenho, observe tia Lucinda chacoalhando o cartaz na arquibancada e meu pai bem atrás de mim massageando meus ombros. Ter cabelo longo e castanho feito uma calda de chocolate? Fora ser castanho eu tenho. O que eu temia em Andreza era ela competir há muito mais tempo, nadar há muito mais tempo. Eu não desisti aquele dia, no campeonato, e perdi, assisti Andreza subir no pódio, desdenhar das colegas que foram lhe cumprimentar, dar um sorriso desprezível para mim e sair rebolando para o meio do grupo de garotos.
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A MALDIÇÃO (O Ritual #2)
FantasiEXCLUSIVAMENTE NO WATTPAD O que tudo aquilo significou? Abigail passou a se questionar muito sobre isso. O segundo livro da Trilogia "O Ritual" lhe levará para dentro de um clã, ou para algo que Abi ainda não era capaz de entender. Quando estava se...