No tocante sabor da vida, voar é beijar quem gostamos.
E quem pudera contrapor os meus desejos,
Amotados sobre a flácida cara em chamas,
De um sonho entre o doce ardor de nossos beijos,
Cristalizados com a forma que me chama.
Dança, anda, meu bem, veja com podemos voar.
Sobre as águas que se sabem florear,
Sonha, eu era uma pequena ave sem as penas,
Hoje, sonho as faces dessas tulipas pequenas.
Ao beijo do que nem veio por inteiro,
Ao sonho do que se entrega o verdadeiro.
Cresça! Cresça para mi mais uma noite,
Deita, deita em minhas armaduras e o coite.
Que perjúrio tem sido imaginar, pecamos,
Pecamos justamente por amar?
Vejamos, nesta lista amar não é sentença,
Mas que então pudera eu me agraciar,
Uai, absorvida estamos, e que a noite vença,
Posso eu me entregar a apreciar;
Venha, vinde ao meu sol, e esquente,
A noite nunca esfriou a lua, reflete.
Venha, pequena doce aquarela,
Sobre a tangente inexistente Cinderela.
É frescor o dia de hoje, com sabor de puro doce mate, como quem não sabe o que fazer, e os relâmpagos sempre querendo me dizer, que o rítimo da vida é o chão, mas o sentido é sempre o céu.
Eu levei um tiro naquela noite, o amor é bala, confesso, e coisas e mais coisas passam em minha mente, meus pais, meu amor, minha doce calma ilustre que se vai, e o dia em que corri sem dizer tchau como o costume. Eu sou um caos, um caos que não conhece as trevas claras. Pare de me desejar! Eu gritava dentro de mim. Como dizia um poeta a qual conheço, Wipstacher era seu nome: "meus poetas gritam", era isso, meus burros gritavam, não tinha eu a consciência de pensar como quem cria versos, mas que verso que meu bem estava sendo, doce, doce e bem intenso era o que eu sentia. Será que vale a pena eu dizer sobre quem sou?
Estamos muito acostumados com a nova era, ouvi dizer agora a pouco que a vida dava tempo, mas quem sabe se eu pudesse ter pra mim como pensar. Hoje, hoje pensam por nós, e isso é uma tragédia. Não consigo acreditar que não há o que acreditar. Parece loucura, eu sei, mas desculpa falar sempre sobre isso, estou frustrad... E sim, eu deveria me acalmar. Você deve estar sem entender, mas é que tudo, tudo mesmo, se baseia em como foi confuso entender. Era preciso explicar como que foi, era preciso dizer o que me fez desencantar. O mundo de hoje em dia é uma correria, e ja deves ter percebido quão bagunça é a minha vida. Merda! Eu podia inutilmente deixar a vida que nada faria diferença nas outras vidas das pessoas, todas cronologicamente mortas, apontadas para o fundo, e a melancolia sempre toma conta dos que não tem no que acreditar. Eu estava prestes a fundar sem ver a vida, sim, li ontem, "quem rejeita o Filho não verá a vida" João 3:36. Eu devo estar enlouquecendo, pois esse livro meche comigo, sei lá, parece besteira, mas meche. E se mais alguém souber que eu leio, certamente nem vida eu vou ter pra ver a vida nesse dia ai.
Sigamos pois estou na confusão, marquei de me encontrar com o amorzinho mas deixei de ir, parando pra pensar, amorzinho é tão melado que to enjoando já. Chega! Essa coisa de não saber o nome de quem gostamos parece ideia de quem tem distúrbios sérios. Foi nesse momento que pensei, sim, eu tenho problemas mentais. Meus pais, um é psicologo, e outra é enfermeira médica num hospital que tem seu nome, quem eu deveria procurar? Meu tio ou a mulher que ajudava no serviço la de casa? É óbvio que a mulher que ajudava no serviço la de casa, vulgo minha confidente. A Luciel tem a minha idade, seus pais eram comerciantes na West Bow, uma rua da Escócia que ficou mundialmente conhecida por sua singularidade na arquitetura e no barulho, a propósito, essa cultura de gritar nas feiras e grandes praças de compra e venda é culturalmente oriundo da West Bow Street, engraçado não? Já eu acho que na Grécia isso já era assim, na Antiga Roma, o problema sempre foi a nossa raça que é desorganizada e borbulhenta.
A Luciel cresceu comigo, se tornou mais amiga de meus pais do que de mim, e hoje, trabalha pra eles cuidando de toda a casa da família. Moramos eu, meus pais, a Luciel e o filho querido e adotado de Mainha, o Edwerd, sim, Edwerd foi um nome dado por mim, ele tem 3 aninhos hoje, é mais meu filho do que de meus pais, que só chegam em casa a noite pra dormir, receber ligações do trabalho e sair correndo pro hospital. Edwerd costumava me chamar pra brincar de futebol, e sempre dava um jeito de atendê-lo, pois é importante sabe, a tecnologia tomou conta de nosso meio, é quase difícil alguém gostar dessas coisas clássicas e antigas. Fico pensando comigo mesmo, o Ed nem tem culpa, vai crescer, vai ter toda uma educação secularizada, sem saber sobre a existências de outras possibilidades e pior, nunca, mas nunca vai ouvir falar sobre a esperança que é acreditar. Não sei se estarei aqui pra conversar com ele sobre sexo, as garotas de sua sala, a peculiaridade que se deve ter e o respeito que se deve cultivar. Hoje, somos muito, mas muito mau acostumados em querer tudo e ter na mesma hora. Isso já é de costume, o mundo se tornou o rei da possessão e do achismo, por exemplo, se eu não pensasse diferente, certamente acharia que o amor da minha vida é propriedade minha. Isso não faz sentido, mas sim, é mais comum que chuva em tempos de verão.
Eu não consegui ir ver o por do sol com a criatura lá, foi difícil não ir, eu confesso, meu coração ansiava de vontade, minha boca falava sozinha dizendo: você precisa ir, você marcou, não é justo, que descaração em... Precisava de um tempo, eu precisava saber o que estava sentindo, eu não conseguia acreditar na possibilidade de amar tão instintivamente que o conto de Romeu e Julieta parecia natural pra mim. A verdade nisso tudo, é que se você achar que morrer pra não ficar sem seu amor que morto esta, é uma loucura, você de fato ainda não sacou que a loucura é o próprio amor disfarçado de sobriedade.
Eu estava cert... Eu precisava de tempo, mas que restara agora? Eu simplesmente não dei notícias, e legal, a miséria a qual reclamo e amo de paixão, o infortúnio de meus devaneios, a lacuna de minhas crateras, o vácuo de meu buraco negro, sim, sabia onde eu morava, e não fez questão alguma de me visitar. Ainda bem, se não ia dar muita bandeira de que estávamos apaixonados. Credo! Porquê estou falando assim? Nem eu sei se esse amor é reciproco. A amizade é a doce reciprocidade de quem ama, mas o amor é a prova arriscada de quem já amou e a todo custo diz, que deixaria tudo e todos por um pouco mais de afeto. Eu estava numa divisão entre a amizade e o relacionamento, sem saber se se eu avançasse, tudo iria desabar ou ser como a água no cimento. Amores vem e vão, mas amizade fica. E essa era a questão.
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Anjos Doentes
PoetryNo tempo em que uma sociedade ateu condiciona todos a não acreditarem em nada, os personagens qual inicialmente não revelam o seu sexo, buscam incansavelmente por uma direção. Crescidos e condicionados a não crer em absolutamente nada, cansam dessa...