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PRÓLOGO

💊

Trabalho.

De acordo com o nosso maravilhoso e amigo, dicionário:
S.m: Aplicação da atividade. Serviço; esforço; fadiga; ação ou resultado da ação de um esforço.

Mas não é isso que significa pra mim.
Particularmente amo o que faço, e arrisco dizer que se for real essa coisa de reencarnação, escolheria de novo ser clínico geral na próxima vida. É minha paixão. Gosto de ajudar meus pacientes, colocar um ponto final em suas dúvidas sobre a suspeita de alguma doença.

Ajeitei meu jaleco branco e sai do restaurante. Estava na hora do almoço e geralmente depois das duas era quando tinha menos pessoas para atender.

Chegando no hospital, meneei a cabeça em uma suave saudação à Taehyung. Meu melhor amigo e secretário. A vida foi boa comigo... Imagina só, ter uma secretária rabugenta no meu pé? Acho que não aguentaria...

Entrei em meu consultório e, olhei minha agenda e estava um pouco extensa demais... Ah, será um longo dia. Assim que eu gosto. Desocupação é intediante e não te leva a pensar coisas boas. Por isso sempre tento ocupar meu tempo, nem que seja com coisas bestas como ler HQ's ou assistir filmes da Marvel ou DC.

Sem querer acumular tarefas, comecei a repassar alguns documentos e receitas médicas apenas por precaução.

É melhor prevenir do que remediar, uh?

Concentrado no que estava escrevendo, nem ouvi a porta sendo aberta. Só notei que não estava sozinho, quando ouvi alguém pigarrear a garganta, como se quisesse mesmo chamar minha atenção.

Levantei meu olhar até onde presumi vir o som e ali estava. Minha primeira paciente do horário da tarde. Aparentava ter meia idade, estava trajando uma blusa azul clara e uma saia longa preta, sapatilhas de cor bege um pouco desgastadas, com uma bolsa preta em seu ombro, ela me olhou esperando que eu lhe permitisse entrar.

- Boa tarde. Sente-se aqui e fique a vontade, por favor. - Disse sorrindo e lhe indiquei a cadeira na frente de minha mesa.

Ela era tímida, veio em passos pequenos e se sentou, meio receosa.

- Boa tarde, doutor.

Voz rouca. As cordas vocais dela estavam... Danificadas (?)

- Qual seu nome, por favor?

- Martha... (N/a: quem entendeu, entendeu.)

- Então, como se sente? O que te traz aqui?

- Estou com a garganta inchada, meu pescoço coça as vezes e veja meu braço - Ela ergueu a manga de sua blusa azul clara e notei rapidamente o que queria me mostrar. - Apareceu essas manchinhas vermelhas na minha pele. Algumas dores na parte superior das costas e as vezes, dor de cabeça.

Já suspeitava o que poderia ser.

- Martha, já foi em outro estabelecimento?

- Sim, em três. - Nossa...

- E qual foi o diagnóstico apresentado?

- Todos eles disseram ser dengue, mas no momento em que fizeram o exame para comprovar a doença, deu negativo.

Puxa... Bom, agora era minha vez. Eu ainda tinha uma segunda suspeita... Mas ela era rara... Não seria possível... Só vi esse caso em um livro da faculdade... Nunca presenciei... Não poderia ser... Né? Hora de comprovar.

- A sensação que sente em sua garganta... Consegue descrever ela pra mim?

- É difícil de falar, não consigo nem beber água direito... - Disse ela com a rouquidão na voz, e dessa vez, pior do que no início da consulta.

É... Só podia ser...

- Martha, esses sintomas se encaixam em uma doença rara chamada Escarlatina. É contagiosa, portanto tome precauções para não passar à algum parente ou alguém próximo. Não divida seu utensílios como escova de dente, talheres, copos, batom... - Falei já escrevendo a receita com os remédios de tratamento e os intervalos para a dose do mesmo. - Por favor, arrume esses medicamentos e se caso não for isso, retorne aqui, tudo bem?

- Ah sim... Obrigada doutor. - Ela sorriu e eu retribui, feliz em ajudar. Espero realmente que ela melhore, não estudei tão profundamente em Escarlatina mas pelo o que sabia, os sintomas eram dolorosos.

Ouvi o barulho da porta fechando e sorri a encarando. Deus, eu amo isso.


I Don't Know - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora