Festa de Fim de Ano!
Ao acordar logo pela manhã os pequenos flocos de neve encontrava-se com minha janela fazendo divertidos desenhos no vidro, arrancando-me um sentimento de serenidade.
Depois de passar tempo suficiente olhando para fora, resolvi tomar um banho e colocar uma roupa quente o suficiente para não me deixar congelar naqueles 7 graus que fazia ao lado de fora.
Peguei meu celular relendo a mensagem que Ryan havia me mandado na noite passada que deixou-me acordada por longas horas até ser vencida pelo cansaço:
"Acho que devemos conversar definitivamente sobre o que estamos passando para colocar um fim nessa angustia que eu sei que você também está sentindo. Odeio te sentir desse jeito e odeio ficar impotente por causa disso."
Era a verdade, nenhum de nós poderia negar estar desgastado por esses "segredos" que ainda guardávamos e que nos assombrava a cada dia mais.
A biblioteca era o melhor lugar onde poderíamos conversar e por isso meu caminho era até o prédio H. A brisa gélida me atingia em cheio porém isso não era o que mais me incomodava no momento.
Andando pela calçada do campus, pude escutar alguém falar comigo e quando me virei ele não parecia tão surpreso quanto eu.
— Podemos conversar?
Parei no meio do caminho, vendo a expressão cabisbaixa de Enzo a minha frente e de uma vez por todas nós precisávamos acertar nossa situação. Assenti com a cabeça, e ele pediu para que o acompanha-se pelo jardim até nos sentarmos no enorme banco na frente da República.
— Então...
— Eu quero pedir desculpas pelo modo que agi esses últimos meses. – O lutador começou demonstrando seu ressentimento. — Sei que é difícil de entender, e que não foi a melhor coisa que fiz. Porém, eu não sabia mais o que fazer para protegê-lo.
— Eu te entendo e faria o mesmo se estivesse no seu lugar. – Confessei.
A imensidão branca diante de nós parecia fazer o clima de paz se impregnar como o fim para todo aquele tormento.
— Não Lana, você não faria. – Pela primeira vez ele olhou pra mim e esboçou um sorriso constrangido. — Você é o tipo de pessoa que não consegue sentir raiva só porque alguém te fez mal ou machucou você.
— Nem sempre, mas somos humanos Enzo e só errando que vamos aprender a fazer a coisa certa.
Coloquei a mão em cima da sua dando-lhe meu apoio e assumindo minha parcela de culpa em toda a história, por mais que eu amasse a Penélope não era justo também ela tê-lo afastado nesse momento.
— Afastei você e consequentemente afastei a garota por quem eu estava apaixonado. – Seus olhos refletiam a derrota. — A Penélope nunca vai me perdoar pelo que eu fiz.
— Eu os afastei por um erro meu e sinto muito por isso, conversei com ela sobre isso já e eu tenho certeza que ela estará disposta a te escutar se você quiser.
— Você acha?
Sorri em sua direção, pois realmente sabia que minha melhor amiga iria o escutar se ele se propusesse a falar com ela depois das férias de inverno.
— Ligue pra ela. – Incentivei. — Há essa hora ela deve estar deitada de baixo das cobertas em casa.
— Será que ela vai me atender? Ela vem me ignorando há semanas.
— É véspera de Natal, tudo pode acontecer.
E por incrível que pareça aquela frase ficou pregada na minha cabeça depois de nossa conversar naquela manhã. No momento que cheguei a biblioteca pude notar a presença de Ryan sentado na beira da janela olhando para a neve que caia ao lado de fora como se estivesse perdido em pensamentos profundos e perturbadores sem nem ao menos perceber minha presença.
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SMOKING HEART | HIATUS
Chick-Lit[...] Ele chegou como uma bala perdida, estraçalhando tudo ao seu redor. Com suas botas de combate e suas tatuagens, a sua fama todos conheciam. Não era de se esperar que um cara como ele, não quisesse nada á mais que uma boa noite de sexo, cerveja...