Uma maldita gripe

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O dia amanheceu tranquilo para Luiza que sem demora se arrumou , organizando uma muda de roupa na mochila e os livros necessários para aquele dia e foi para o seu trabalho. Chegando na casa na qual trabalhava, a moça notou que estava atrasada e praguejou mentalmente por morar tão longe. Após tocar a campainha umas três vezes, seu patrão veio atendê-la com o nariz corizando e inchado, olhos vermelhos e voz fanha.

—Oi, Luiza, Bom dia! Pode entrar, o Joaquim ainda não acordou. –falou dando ênfase ao pronunciar as letras P e B.

—Bom dia! Você gripou? –perguntou entrando na casa, colocando sua mochila em cima do sofá e sentando no mesmo.

—Acho que sim, mas estou bem, já me enchi de remédios. Não posso faltar ao trabalho hoje. –falou rapidamente enquanto caminhava para cozinha afim de terminar o seu suco.

—Entendo, então não tome nada gelado e tente ficar em temperaturas ambientes. –falou seguindo-o.

—Tudo bem. Preciso que você prepare algo bem forte para o Joaquim almoçar, pois não quero que ele adoeça e o seu almoço eu trago quando voltar pra cá. –disse amigavelmente, sorrindo levemente enquanto enxugava o nariz.

—Okay, não se preocupe. Farei uma papinha de verduras e suco de laranja. –disse sorrindo em resposta.

—Muito obrigada por estar cuidando tão bem do meu tesouro, ele é tudo o que eu tenho. –sua voz soou pesarosa, porém firme. Mas Luiza pôde sentir o quanto o Joaquim realmente importava para o pai.

—É o meu trabalho, Sr. Marcelo, só estou cumprindo com minhas obrigações. –falou enquanto bebia um pouco de água natural.

—Obrigada ainda assim. Bom, eu já vou se não acabo me atrasando, você já tem o meu celular, qualquer coisa pode me ligar, ou também pode ligar para a mamãe, entretanto o meu pai ainda está doente, daí ela não poderá vir até aqui, mas se algo acontecer me ligue que eu venho no mesmo instante. –colocando o terno e a bolsa que usava de lado, Marcelo se dirigiu até a porta e saiu desejando um bom dia para Luiza que sorriu voluntariamente.

Luiza organizou o pouco de coisas que tinha por ali e foi até o quarto do Marcelo, onde Joaquim dormia tranquilamente. Ele era uma criança encantadora, e Luiza já se sentia completamente apegada ao menino o que poderia ser um problema, pois a qualquer momento seu patrão poderia demiti-la, mas ela simplesmente ignorava esse pensamento e deixara-se levar pelo o amor que crescia em seu peito por aquele ser tão pequenininho.

Enquanto a moça estava sentada ao lado de Joaquim na cama, ela observava uma foto de cabeceira onde Marcelo beijava a barriga grande de Verônica e ela sorria olhando a cena. Ele pareciam ser um casal perfeito, daqueles que só vemos em filmes ou novelas... Joaquim mexeu as pálpebras e virou para o lado de Luiza, quando abriu os olhos ele sorriu largo e balbuciou um "Gagal", ela sorriu maravilhada com o jeitinho contente do pequeno e buscou o mingal que já estava pronto para lhe dar.

A manhã passou tranquilamente, Luiza já estava dando a papinha de Joaquim quando Marcelo chegou por volta das 12:30. Ele entrou tirando o terno e a bolsa rapidamente, se dirigiu para a cozinha e colocou o almoço de Luiza em cima da mesa, ela notou que ele havia piorado de forma bem rápida. Ele sentou na mesa e deitou a cabeça entre as mãos, em sinal de puro cansaço.

—O que houve? Está pior? –perguntou a moça olhando para o homem esgotado a sua frente.

—Sim, minha garganta, cabeça e corpo doem. Eu não sei como pude ficar assim tão rápido... –falou levantando os olhos que já estavam marejados por causa da gripe.

—Você deveria estar com a imunidade baixa. Tem se alimentado corretamente? –a moça parecia preocupada, Marcelo estava realmente exausto.

—Mais ou menos... Bom, eu trouxe almoço para nós dois. Espero que goste de bife e batata frita... –sorriu levantando-se com um pouco de dificuldade.

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