Ponto de equilíbrio

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—O que foi? Por que não para de me olhar desse jeito? -Luiza sentiu o olhar de Marcelo em si, enquanto preparava o suco de Joaquim para que o menino tomasse após terminar sua alimentação.

—Não sei, ao certo. Estou apenas admirando essa beleza tão singela e natural, as vezes acho que não estamos vivendo isso tudo de verdade, sabe? É difícil acreditar que estou sendo feliz novamente. – a voz do moreno era completamente sincera. Seus olhos sorriam ao pronunciar cada palavra e, com isso, Luiza não podia sentir-se mais feliz.

—Eu fico muito contente em fazer parte dessa felicidade, Marcelo. Você não imagina o quanto idealizei, sonhei com esse momento. – com um sorriso largo, a loira pegou o suco que já estava na mamadeira e rodeou a mesa a sua frete para encontrar o motivo de toda a sua alegria.

— Eu preciso e quero que sejamos assim pra sempre, Lú; naturais, sinceros, amigos, amantes... Não consigo mais projetar o meu futuro sem que você esteja ao meu lado. – Marcelo acariciava o rosto da jovem que sentou ao seu lado sorridente, enquanto expunha seu coração para ela.

—Eu também quero o mesmo. Vocês são o meu futuro! -declarou.

Luiza ficou ao lado de Marcelo brincando com Joaquim naquela manhã de uma quarta feira qualquer. A jovem babá, e agora namorada de seu patrão, amanheceu na casa dele, pois não havia ido a faculdade na noite anterior e se deu o presente de assistir a um filme na tv enroscada nos braços de Marcelo, num sofá de três lugares. Ela estava feliz, tudo estava se encaixando e, definitivamente, ela sabia que não havia mais nada no caminho dos dois, uma vez que Marcelo conseguira provar veemente o quanto gostava dela. Aquele foi um dia feliz, inteiramente feliz.

Eram lembranças como essa que Luiza acabara de ter que lhe davam forças para continuar respirando e lutando para sair livre e ilesa das mãos do Thiago. Como ela pôde se envolver com alguém como ele? Como ela não enxergou antes o monstro que era Thiago? Perguntas como essas, volta e meia, apareciam em sua mente como um farol forte. Por fim, a loira impediu que o sentimento de culpa a tomasse por completo, uma vez que este já estava enraizado em seu peito a muito tempo e reuniu forças para, mais uma vez, suplicar que ele a soltasse para que, ao menos, ela pudesse, em algum momento de distração, conseguir usar o celular ou o notebook do homem que tanto a maltratava.

—Thiago, pelo o amor de Deus, me solte. Eu estou sentindo muitas dores nos pulsos e tornozelos. Eu estou me comportando, não há motivos para você me manter assim. -Luiza suplicava pela compaixão de seu sequestrador, deitada de conxinha ao seu lado, enquanto o mesmo jogava um jogo idiota em seu celular.

— Não sei, não, Princesa. O que você me daria como garantia de que não vai aprontar nada? -perguntou desviando os olhos da tela para olhá-la de lado.

—Eu não tenho nada para te dar, Thiago. Por favor, eu prometo que não vou gritar nem correr. Não tem como sair daqui, não é mesmo? Você mesmo quem assegurou isso. Eu não vou fazer absolutamente nada, só não aguento mais tantas dores. – A loira já estava a ponto de enlouquecer, pelas suas contas e por ter conseguido ver rapidamente no visor do relógio de braço de Thiago, já passavam das 16 Hrs da tarde, ela não tinha ideia do que aconteceria dali para frente, porém já não aguentava mais aquela agonia.

—Acho que você tem muito a me oferecer, Lú. Que tal começar com um pedido de desculpas por ter me traído? -falou sarcasticamente com um sorriso de lado, já sentado de frente para a moça.

—Como é que é? Quando foi que eu fiz isso, Thiago? Que loucura! -disparou com a voz um pouco alterada.

—Não tente negar, querida. Brigamos e você cuidou logo em correr para os braços do primeiro que abriu a porta para você. -respondeu prontamente, demonstrando realmente acreditar em tudo o que estava dizendo.

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