Sorrir ganhou um novo significado

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Finalmente as horas se passaram e chegara a tarde em que Luiza receberia alta médica. A moça não se aguentava em si mesma de tanta ansiedade, logo ela estaria de volta à casa de Marcelo, uma vez que ele não permitiu que fosse para o seu próprio apartamento e de Júlia, alegando que, na casa dele, a loira teria todo conforto e cuidados necessários.

Sem demora, Júlia ajudou sua melhor amiga a se vestir adequadamente para ir embora, arrumando os poucos pertences da moça numa mochila que trouxera consigo. Luiza estava linda em sua simplicidade, um vestido solto, florido e longo caia maravilhosamente em seu corpo magro, com o cabelo num rabo de cavalo que Júlia tinha feito. Só de pensar em ver cotidianamente o rostinho risonho e fofo de Joaquim, o sorriso de Luiza se alargava. Ele não tinha saído de sua barriga, mas ela sentia que o pequeno era seu, tudo dentro dela dizia isso com muita força e convicção. Ela o amava como um verdadeiro filho.

_Amor, já está pronta? Logo seu médico passará aqui para nos liberar. -Marcelo, assim como Luiza estava radiante por ver que aquele terrível pesadelo encontrava-se a poucos minutos de terminar. Logicamente, o jovem pai sabia que eles teriam muito a percorrer para superar o acontecido, mas, também, sabia que o amor que os unia era forte o suficiente para isso.

_Estou. A Lavinha veio com o Joaquim? -perguntou sorridente olhando para o motivo do seu sorriso.

_Não. Ela preferiu ficar em casa arrumando tudo para a sua volta. Estão todos muito animados e o papai também está lá em casa com o Pedro. Espero que não seja um problema, meu bem. -falou olhando diretamente nos olhos de sua namorada.

_Não há problema nenhum, amor. -hesitou ao processar o "lá em casa" pronunciado por Marcelo com total naturalidade. "Será que ele percebeu como isso soou?" era o que a jovem pensava numa velocidade quase luz. Respirando profundamente e tentando conter a alegria que aquelas pequenas três palavras lhe causaram, a moça tentou disfarçar: _ Cadê esse médico que não chega? Quero sair daqui o mais rápido possível. -sorriu amarelo olhando de Júlia para Marcelo.

Júlia, que muito conhecia de Luiza, entendeu perfeitamente o que se passou na mente da amiga, visto que ela, também, havia notado o quão espontâneo Marcelo foi ao dizer aquilo. Sorrindo, e já imaginando o que viria pela frente, a morena piscou uma única e singela vez para sua amiga em sinal de concordância. "Luiza merece ser feliz mais do que tudo nesse mundo", pensou, uma vez que a loira já tinha sofrido demais num curto período de tempo. Saiu de casa cedo, por não suportar a presença da madrasta com seu pai, após a morte prematura de sua mãe. O pai sempre fora frio e temperamental com Luiza, sua única filha, mas depois que sua esposa morreu, o homem ficou intratável, então, sem pensar duas vezes, a jovem moça preferiu correr atrás do seu sustento e felicidade.

O médico chegou no quarto da moça e lhe deu alta como estavam esperando. Rapidamente, o casal e Júlia rumaram para casa de Marcelo, esse que permaneceu em silêncio por todo o caminho, despertando a curiosidade de Luiza, pois esse não era o comportamento habitual do seu namorado. Ela, simplesmente, não quis pensar muito sobre o comportamento dele, preferiu olhar a paisagem do caminho que a levava para um lugar que ela, sem sombra de dúvidas, poderia chamar de lar. Ao estacionar o carro na entrada da casa, Marcelo desceu e foi até a porta da moça para ajuda-la a sair do carro e caminhar com a mesma até em casa. Júlia saiu do veículo e o fechou, juntos eles entraram na residência. Para alegria e surpresa de Luiza, ela ouviu o barulho de aplausos e viu muitos sorrisos largo do lado de dentro da casa. Lavinha, o esposo, Pedro e Joaquim direcionavam para ela olhares alegres e emocionados por ver a moça bem e ali na frente deles em segurança. A primeira a caminhar em largos passos até a eufórica Luiza foi Lavinha com Joaquim ainda batendo palmas, o pequeno só parou quando chegou próximo a sua querida babá lhe estendendo os bracinhos para que ela o pegasse no colo, porém, com um aperto imenso no coração, a loira apenas o abraçou com uma certa dificuldade, pois não conseguia esticar muito os braços, dando-lhe um demorado beijo na bochecha corada do bebê.

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