Say My Name

Por favor!

Yuri, 9 anos.

Era sempre assim, estudava em casa, limpava a casa, dormia em casa, vivia em casa. Nunca coloquei meus pés para fora dessa casa, por que minha mãe não deixava. E bom, quem era eu para ir contra ela.

Minha mãe era uma pessoa muito rígida e nada muito dócil, mas sua aparência angelical falava ao contrário, sua pele pálida seus cabelos longos grandes cor de ouro, seus grandes cílios loiros e seus olhos cor verde, qualquer um se enganaria fácil por essa aparência não é? Entretanto para a minha desgraça pessoal, só eu conheço o verdadeiro ela.

-Flashback on-

-Não mãe! Por favor! E-eu.. Eu não fiz por mal! - Yuri gritava choroso, mas calou-se quando recebeu um tapa forte no rosto.

- EU DISSE PARA CALAR A MALDITA BOCA!- Ela gritou, e me puxou para o quarto do castigo.
Aquele quarto, ah.. Aquele quarto.. era na onde meus demônios se soltavam e viam me pertubar. Dessa ela vez me prendeu com as mãos para trás com aquelas grandes correntes de aço, elas eram tão geladas e pesadas. Amarrou a minha boca e saiu do quarto fechando a porta.
Escuridão, e sorrisos era o que eu via ali dentro a todo instante, sem ter escapatórias eu permanência choroso e tremendo.

-FlashBack off-

Esse tipo de coisa eu passava todos os dias, ela só esperava que eu fizesse algo, mesmo que seria algo tão pouco.

Mas ao decorrer dos dias, eu já não me sentia sozinho, alguém que eu sabia que era fruto de minha mente, estava comigo.

As horas se passaram até que eu comecei a ouvir passos dentro de casa, ouço o barulho um pouco irritante das chaves  sendo deixadas em cima da mesa de vidro da sala, vejo pelos seus pés que ela entrou na cozinha, me estremeço continuando em silêncio. Volto a estudar de cabeça baixa, não iria olha-la, ela odiava a cor dos meus olhos.

- Amanha vai vir uma professora para vir te ensinar, se contar algo para ela, eu vou matar você, me ouviu? -ela diz parando em minha frente.
- O-ok.. - falo tremendo.
- Agora suba para seu quarto e vá dormir.
Levanto e pego minhas coisas de cabeça baixa, ando rápido até meu quarto e fecho a porta, me deito na cama e choro baixo, ainda tremulo.
Eu sabia que ela podia fazer aquilo, na verdade ela podia  me matar a qualquer hora que ela quisesse.
Sinto algo passar a mão em minha cabeça e começo a chorar mais ainda, abro os olhos e vejo um menino me fazendo carinho, eu havia conhecido ele dentro do quarto do castigo no escuro, ele apareceu no meu pior momento para me alegrar, foi no dia em que eu vi a morte de perto.
Meu choro foi cessando e o sono chegando, se não fosse aquelas mãos, não iria conseguir dormir novamente.

06:45

Acordo com minha mãe na beira da minha cama me olhando, seu rosto era de pura tristeza e pena, nunca havia visto ela com aquele olhar, coro um pouco.
- Sua Professora está vindo, não gaste meu dinheiro a toa. - sua expressão havia mudado para uma fria tão rápido que havia pensado que era apenas coisa de minha cabeça.
Afirmo com a cabeça e ela sai do quarto, minutos depois ouço seu carro saindo da garagem e indo embora, me levanto e vou pro quarto dela, começo a mexer em algumas coisas, estava tentando encontrar uma foto do meu pai. Alguns minutos depois arrumo tudo e vou para sala, bem na hora ouço a campainha tocar, abro a porta e vejo uma mulher meio gordinha da pele morena, seus olhos eram cor de mel e seus cabelos estavam soltos em um black power, meus olhos brilham.
- Bom dia! Seu nome é Yuri Plisetsky? - seus olhos transbordavam confiança e sua boca sorrisos quentes.
- Ola..Meu nome é Yuri.. Pode entrar.- tento dar o meu melhor sorriso e abro passagem para ela entrar, ela entra e eu fecho a porta.
- Certo! meu nome é Wanda e você pode contar comigo para qualquer tipo de matéria.
- Vem.. Vamos estudar logo antes que a mãe chegue.. - Vou com ela até a cozinha e me sento na cadeira, coloco meus materiais em cima da mesa e entrego meu caderno para ela.
Ela abre e folheia.
- Nossa... Você está em um nível alto... Essas contas são do sétimo ano, está 3 anos adiantado para sua idade! Isso é ótimo, você frequentou a escola?
- Não.. minha mãe nunca deixou eu ir para escola...
- Certo... E como você aprendeu?
- Ela me trás livros para estudar.. Então tudo o que faço é estudar...- olho para baixo e tremo de leve.
Ela concorda com a cabeça suspirando baixo.
Passamos a tarde toda estudado, ela explicava bem até, pedi para que ela me ensinasse apenas coisas do sétimo e das turmas avançadas, não queria ter que ficar no Abc sempre.
No final ela foi embora antes de minha mãe chegar, foi melhor assim pois iria morrer de vergonha se minha mãe brigasse na frente dela.

Ouso a porta da sala abrir, seus passos estavam pesados, pego o meu livro que estava lendo e vou andando rápido pro meu quarto, meu coração estava palpitando tão rápido que eu sentia medo dele pular para fora de vez.
-YURI DESCE AQUI AGORA.- Ela grita do seu quarto, pela sua voz eu deduzo que ela está bêbada.
Tremo e deixo meu livro de lado e desço, vou até ela e a olho segurando algo em suas mãos.
-Quantas vezes eu disse que odeio pessoas espertinhas?- ela estava segurando um chicote de tamanho médio. -QUE MERDA ESTAVA FAZENDO LÁ NO MEU QUARTO?!

Como..como.. Ela descobriu..?eu.. Arrumei tudo não foi..? Não.. Eu deixei uma caixa desarrumada e a mãe sempre foi perfeccionista nas coisas dela.
- ME RESPONDE! -Ela gritava.
- Eu..eu.. Fui tentar achar uma foto.. Do..meu... -sinto uma dor agonizante vindo da minha bochecha esquerda, logo essa parte começa a queimar.
-VIKTOR NIKIFOROV NUNCA VAI SER SEU PAI! ELE TE ABANDONOU!

E assim foi minha noite, ela me bateu até cansar, aqueles chicotes haviam feito cortes em mim que ficariam para sempre em meu corpo e em minha alma.