banheiro

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 Sinto suas mãos Me puxarem levemente, automaticamente sinto meu rosto ficar quente.
 Abaixo a cabeça e olho para meus pés ainda sendo puxado por ele, eu me sentia mal pelo Jean mas, ele falava demais! Subimos algumas escadas até o terceiro andar e entramos em um local com algumas faixas escritas "não entre, quebrado" antes de entrarmos ele falou:

- Yuri..esse é o local que eu me escondo as vezes..eu nunca trouxe ninguém aqui...então é secreto!

 Era um banheiro completamente abandonado cheio de destroços e azulejos quebrados, entramos e sentamos em uma bancada de mármore meio quebrada, o olhando enquanto o mesmo me olhava.

 -Então...por que me trouxe aqui Altin? 

-hm..foi só pra você conhecer mesmo... E sair um pouco de perto do Jean..ele é um completo chato..fala mais que os cotovelos! 

Dou uma risada baixa, aquilo era verdade..

 -É verdade... Altin você é algo do Jean...? Vocês se parecem um pouco. 

-Hm..não gosto de tocar nesse assunto..por que ele é um completo idiota..mas, ele é o meu primo. 

-Entendo.. Agora posso concordar que vocês mesmo se parecem sem ter qualquer peso na consciência..!

 -Mas ele veio de outro país! Que nem eu..não somos do Japão. 

-hm...- a manga da minha jaqueta sobe um pouco. E Otabek percebe isso tanto que percebe o leve roxo meio amarelado em minha pele, ele tenta tocar em meu braço perto do machucado porém eu paro segurando seu pulso forte. 

-não... Por..favor..não toque nisso... 

-O que foi isso Yuri? 

-ah..ahm..ah...eu..cai da bicicleta... Eu..- solto o pulso dele, havia ficado vermelho por ter apertado forte, levanto e me Afasto um pouco.

- Jean...já deve ter voltado...Desculpe.. Irei indo... -Saio dali em passos rápidos e abaixo minha manga.

 Ao chegar na sala deparo com um Jean sentado em minha cadeira segurando uma caixinha de leite enquanto olhava pra baixo com um olhar triste, sorrio e vou até ele. 

-Olá bebê chorão... -digo. Ao me olhar ele abre um sorriso de ponta a ponta.

 -Na onde estava..? Estive te procurando...você estava com o Otabek..? Ele..ele é melhor do que eu..?- Faço carinho em sua cabeça em silêncio. 

-Ninguém é melhor que ninguém..todos somos iguais perante a lei.-Repito o que eu havia lido em um livro que Wanda havia me dado.

 -perante a lei..?uh.. Yuri é bem esperto...! 

-E eu estava no banheiro.. Não queria te esperar pra ir nele...-Pego a caixinha de leite da mão dele e tomo. 

 -Certa vez eu li que leite ajuda a crescer.-Ouço. A voz de Otabek estava um pouco alta, suponho que ele estivesse atrás de mim. 

O sinal toca e todos nos sentamos. 

Algumas horas depois. 

 Arrumou minhas coisas e pego minha bolsa, estava na hora de voltar. Eu até ficaria esperando Yuuri vir me buscar porém, mais cedo havia pedido para Yuuri e papai para que me deixassem ir embora sozinho por que eu queria conhecer as coisas sozinho, fiquei muito feliz quando ambos concordaram. 

Quando atravesso a porta para ir embora sinto algo segurando a barra da minha jaqueta, olho para trás e vejo ambos de tonalidade café com leite me olhando.

 -Ei Yu...vamos ir juntos! - Diz o de Olhos claros.- Mas não se importe com Otabek, ele vai comigo por que nosso avô convenceu minha mãe de eu ter que ir com ele, já que ele mora perto da gente..
Olho pra ele, ele olhava me com um olhar cabisbaixo. 

-Certo vamos então...
Começo a andar novamente, ambos me seguem, minhas costas estavam ardendo por causa da bolsa que encostava em meus machucados, mordo o lábio. 

Jean não calou a boca um momento sequer o caminho todo, já Otabek, em um momento sequer soltou algo mais alto que um suspiro.

 Ao me despedir deles entrei em casa, coloquei a bolsa no suporte de bolsas e tirei minha jaqueta me sentido livre. Respiro fundo e sinto um cheiro gostoso no ar e ouço uma melodia meio baixa vinda da cozinha, vou até a mesma e vejo o de olhos puxados cozinhando algo que parecia bem gostoso pelo cheiro, me aproximo dele e encosto minha cabeça em suas costas, o mesmo parece se arrepiar. 

-Y-yuri! Que susto...! Eu pensava que era o.. B-bem..que horas chegou que eu não ouvi? 

-Cheguei agora a pouco.. Cadê o Viktor..? Quer dizer... O pai... 

-Ele está quase para voltar, estou fazendo o jantar para você e já vou embora.. Só estou esperando ele chegar também- ele para de mexer nas panelas.- Estou fazendo Katsudon para comer, espero que goste!

 -Eu vou gostar de todas as comidas que você faz Yuuri..pois eu sei que vai faze-las com amor..

 -Ah..Yuri..você é um amor- ele vira para mim, se agacha e me abraça com força. 

-Tio Yuuri..você está me machucando...-ele me solta com rapidez, corado. -M-me Desculpe..eu..eu... -T-tudo bem..você não sabia... 

-Ah..Yuri..seu pai não me contou tudo o que aconteceu com a sua mãe mas...espero que você fique bem logo... 

-Se você.. Cuidar de meus machucados, eu irei contar tudo pra você... 

 Ele sorriu meio fraco e foi atrás do kit de primeiros socorros, ao voltar colocou o mesmo em cima de uma mesa, fui até ele e o mesmo me pegou no colo e me coloco sentado de lado em cima do balcão, tirei a blusa e ele olhou minhas costas, não demora muito para que eu ouço ele começar a soluçar baixo. 

-Yuuri não chore...eu vou ficar bem...

 - Como...como..uma criança de 9 anos passou por tudo isso e está falando que tudo vai ficar bem...olha i-isso..como..alguém podê fazer isso com você... Você é tão dócil... Tão esperto...como alguém conseguiu...? Isso está quase inflamado... 

-Bem..espero que você cuide bem de mim... 

 E assim foi, contei tudo para ele, desdo garoto que eu vi no quarto do castigo até quando ela estava bêbada, não muito tempo se passou quando ouvi a porta abrindo. Papai havia chegado, ao vê-lo na porta sorrio dócil, ele trazia consigo uma caixa meio pequena com várias outras coisas dentro de uma sacola, o mesmo vem até mim com um sorriso meio fraco, Yuuri coloca minha blusa novamente e beija a minha cabeça, ele estava corado por ter visto o papai, talvez ele sinta algo por ele. 

 -Yurio, quer decorar seu quarto? Trouxe várias coisas para colocar nele que eu tenho certeza que irá adorar!    

Say My NameOnde histórias criam vida. Descubra agora