#15

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Haechan havia dito que o julgamento era em uma hora, e fiz questão de me arrumar o mais rápido possível. Acordei a casa inteira com meus gritos e coloquei uma música do Day6 que ecoou e faltou tremer as paredes.

Jisung levantou me xingando, Chenle me deu a voadora de sempre e Jeno não levantou, apenas resmungou alto.

Voltei para o quarto e dei de cara com um Jeno com cabelo bagunçado, sentado na cama e fitando a parede com os outros semicerrados. Deus, que pecado.

– Bom dia — disse e sorri. Ele jogou seu corpo contra o colchão e eu me aproximei dele. Me sentei ao seu lado e tirei a franja de seus olhos — hoje é o julgamento. Por favor, se arrume rápido.

Ele imediatamente se sentou na cama. Tocou minha bochecha e me deu um selinho rápido.

– Vai dar tudo certo, você vai ver. – Apenas assenti. Eu queria muito que Chenle ficasse livre do pai dele, não aguentava o ver sofrer. E Jisung certamente não queria que ele se machucasse. Corri para o banheiro, tomei um banho rápido, troquei de roupa e nem passei maquiagem. O que eu não faço por Chenle?

  
  
  
  

[...]

  
  
  
 

Eu me sentei ao lado de Jeno, e Haechan se sentou atrás de nós, acompanhado de Mark. Pelo visto, eles devem ter voltado. Um rabugento a menos. Jisung estava apreensivo, e ver Chenle no julgamento apertou tanto o meu quanto o coração dele.
Como eu não sei nada da lei na Coréia, fiquei apenas encarando o pai de Chenle, que estava sentado ao de um advogado.

Queria explodir aquela cabeça dele.

Haechan já havia trabalhado com um ou dois advogados, sem contar que a família era cheia de promotores e juízes. Então, sempre que a palavra passava do promotor para o advogado, ele nos explicava a situação.
Meia hora de julgamento se passou e eu já estava ficando inquieto. Era a hora da decisão do juiz. Apertei a mão e Jeno, que me olhou e bagunçou meu cabelo.

– Vai dar certo — Jeno sussurrou.

– O réu é culpado — eu gritei.
Sim, eu gritei no meio de um tribunal. Se eu me importei? Claro que não.

O juiz limpou a garganta e bateu aquele martelo contra a madeira.
— declaro trinta anos de prisão.

O pai de Chenle começou a gritar e ameaçou avançar no filho. Jisung foi mais rápido que eu e logo estava ao lado dele, o abraçando pela cintura. Eu estava quase pedindo ao juiz aquele martelo emprestado para matar o senhor Zhong. Olhei para Jeno, que sorria.

– Eu falei que daria certo — ele se levantou e eu o abracei. Agora restava saber com quem Chenle ficaria. E, apesar de odiar Jisung, eu espero que Chenle fique com ele.

Chenle andou até nós e me deu um abraço forte.

– A gente vai te proteger, Lele — murmurei e o senti soluçar — se você chorar, eu fico triste — ele se afastou de mim e limpei suas lágrimas. Abriu um sorriso sincero em seguida e acabei em um misto de choro com sorriso e ele me abraçou dessa vez.

– Você é um idiota, Nana –  ele disse e afagou meu cabelo.

– Com quem você vai ficar, Chenle? — Jeno indagou.

– Nenhum parente meu ficou ciente do julgamento — disse ao se afastar de mim. A família do Chenle era tão desestruturada assim? — tanto porque eu não deixei, quanto porque eles não se importam — Jisung o puxou pela cintura e beijou o topo da cabeça dele.

– Resumindo: Chenle vai morar comigo, ja falei com uma tia, ela irá mexer uns pauzinhos pra dar certo  — Chenle arregalou os olhos e observou Jisung por alguns segundos e sorriu.

Eu estava feliz. Chenle estava feliz. Todo mundo estava feliz. O que podia dar errado?

  
  
  
  
  

[...]

 
  
 
   

Tudo podia dar errado. Eu estava atrasado para gravar o dorama, Jung estava na porta me esperando e eu acabei indo sem tomar café. Dei apenas um beijo em Jeno e saí correndo.

– Jesus amado, eu vou perder o cabaço hoje — disse quando cheguei perto do carro. Jung acelerou o carro e em quinze minutos já estávamos na frente do set. Eu corri logo para o camarim e troquei de roupa. Acenei para o diretor e nos preparávamos para gravar as últimas cenas. O dorama era pequeno, coisa de seis ou sete episódios.

E eu já não aguentava mais aquele inferno, quanto mais rápido acabasse, melhor. Mark estava lindo como nunca, mas havia algo diferente nele: ele estava feliz. Não que não estivesse nos outros dias, mas dessa vez parecia em excesso. Haechan devia estar fazendo bem para ele. Acompanhei o olhar de Mark e encontrei seu foco: meu assistente. Acenei para Haechan, que enrubesceu e eu ri.

– Vamos filmar em cinco minutos! — o diretor exclamou. Eu suspirei e me sentei na cadeira do cenário. Só queria ir para casa e receber beijos do meu mel.
 
  
  
  

[...]

  

  
  

Quando eu cheguei na casa de Jisung, Chenle cozinhava, a bicha enrustida comia chocolate e Jooheon estava jogando.

– Cheguei, seus veados! — exclamei e recebi um dedo do meio de Jisung, uma risada de Chenle e uma ignorada de Jeno. Ele estava concentrado demais no jogo. Aproximei-me dele e o assustei. Jeno deu um grito e eu comecei a rir. Me puxou pelo pulso e eu caí no sofá, ainda rindo.

– Eu vou te matar, Jaemin — o mostrei a língua e me sentei direito. Jeno se aproximou de mim e me deu um selar demorado, mas que foi suficiente para me fazer arrepiar e querer mais — estava com saudades — sorri e o beijei de novo. Sem hesitar, subi em seu colo e ele aprofundou o beijo ainda mais. Eu experimentava sensações diferentes quando Jeno me tocava, e eu amava isso.

– Arrumem um motel! — Jisung gritou. O mostrei o dedo do meio enquanto ainda beijava Jeno.

O ar faltou e eu me afastei um pouco de Jeno: aqueles lábios finos dele me faziam ir para o mal caminho, não sei como consegui sobreviver tanto tempo longe dele. O dei um selinho rápido e me levantei, correndo até a cozinha.

– Le! Eu preciso de um vídeo para o meu canal — sorri.

– E o que eu tenho a ver com isso? — bufei.

– Você prometeu que me deixaria fazer um tutorial de maquiagem.

– Quê? — ele engasgou com o ar e me olhou. Fiz um bico com os lábios e ele rolou os olhos — depois de comermos, então.

Saltitei e senti a mão de Jeno em minha cintura e estremeci quando ouvi sua voz rouca ao pé do meu ouvido.

– Vamos para sua casa. Eu não aguento mais — meu coração parou e eu o olhei. Ele queria aquilo tanto quanto eu. E quem era eu para recusar?

– Pode ser amanhã, Le? — ele arqueou uma das sobrancelhas — vou para casa agora — puxei Jeno pela mão e avisei Jisung que pegaria uma carona com o motorista dele.

– Onde você vai? — Jisung exclamou. E, da porta, eu gritei de volta:

– Arrumar um motel!

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A fic ta acabando :c amo vocês meus neneins sz

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