#09

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A Mary ta curtindo todos os caps das adaptações, não sei se fico com medo ou se choro, so sei que to tremendo. Boa leitura. Lembrando que o Jeno esta narrando agora.
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Jaemin provavelmente estaria confuso. Eu o evitei por muito tempo, e pouco a pouco fui deixando de o ignorar. Até mesmo porque ele parece não se lembrar. Jaemin não se lembra de que estudamos fotografia juntos nas férias de verão nos últimos dois anos. E quando me transferi para esse colégio, ele me perguntou como eu me chamava. Isso fez eu me sentir menor que um grão de areia. Então, a solução plausível que encontrei foi o ignorar. Não queria conversar com meu amor platônico, sabendo que ele sequer lembrava meu nome ou como meu rosto era.
Tudo bem que eu era mais novo e parecia um feto na época e Jaemin me ignorava de vez em quando, mas eu procurava ser educado com todos. Já ele sempre queria ser o centro das atenções e não aceitava "não" como resposta.

Quando o vi aqui, eu fiquei tão feliz, porém tão triste ao mesmo tempo. Jaeminnão se lembrava de mim. Eu me lembrava de todos, até mesmo de Chenle, que falava comigo e perguntava como meu dia estava, já que estudamos no fundamental juntos. Assim que Jaemin disse para eu o deixar me amar, meu coração parou. Só Deus sabe o quão importante Jaemin é para mim desde o primeiro dia da aula de fotografia.

Eu o quis ignorar e preencher-me com a crise existencial que tenho. Só que algumas crises são mais fortes que as outras, e por vezes, falho ao esconder a tristeza. Percebi que não o teria tão perto daquele jeito novamente, então deixei que meu coração seguisse meus sentimentos.

Me deixe te amar — Jaemin sussurrou. E, instantaneamente, acariciei seu rosto antes de selá-lo lentamente.

Eu simplesmente deixei a decepção — por Jaemin sequer lembrar-se de mim — de lado e fiz o que eu queria fazer há tanto tempo: beijá-lo.

Um Jaemin em silêncio era melhor que um Jaemin tagarela. Eu o devia beijar mais vezes, até mesmo porque seus lábios eram tão macios e convidativos que eu tinha certeza que depois disso eu não resistiria ficar longe deles.
O primeiro selar que o dei, foi apenas o encostar de nossos lábios. Quando a onda de choque percorreu meu corpo, pedi passagem com a língua, e Jaemin não tardou em permitir. Ter sua língua na minha, sua respiração contra a minha, seus arfares abafados contra os meus, era a oitava maravilha do mundo.

Eu não queria que aquilo acabasse, caso contrário, eu devia pensar em uma boa desculpa.
Deslizei minha mão, que antes estava em seu rosto, até sua nuca e acarieicei seu cabelo sedoso. Ele comprimiu um grunhido e eu sorri entre o beijo. E foi nesse momento que Jaemin tocou meu peito e afastou-se um pouco, ofegante, de mim.

Seus olhos arregalados procuravam o que dizer, e eu apenas mordi meu lábio inferior e encarei seu lábios inchados. Eu queria mais. Eu queria mais do sabor de Jaemin. Não esperei outra permissão, estava de saco cheio daquilo. Apenas o puxei para outro beijo, esse mais voraz e sedento. Tanto da minha parte quanto da dele. A mão de Jaemin, que antes estava em meu peito, subiu para meu pescoço e depois ele a deixou em minha nuca — fazendo leve carícias ali.

Eu enlouqueceria.

Precisávamos de ar, mas eu não queria me desvencilhar dele. Infelizmente, eu me afastei e molhei os lábios, dando de cara com um Jaemin estático indeciso entre sorrir e sair correndo.

– Jaeno, o que diabos é você? — ele murmurou e eu ri baixo. Fiz alguns movimentos circulares em seu cabelo e ele fechou os olhos. Aproximei-me de seu ouvido, mordi o lóbulo de sua orelha e sussurrei ali:

– Seu mais novo sonho de consumo — senti Jaemin estremecer e sorri. Afastei-me dele e o encarei — você não se lembra de mim, não é? — ele engoliu em seco e negou com a cabeça — eu já imaginava.

Levantei-me, ajeitei o uniforme e deixei Jaemin sentado ali, ainda processando o que havia acabado de acontecer.

 
 
  
  
 

[...]
  
  
  
  
  

Assim que voltei para a sala, Jisung estava escorado no batente da porta. Ou a primeira palavra seria "Chenle" ou ele me perguntaria como eu estava.

– O que foi?

– Estava te esperando — ele sorriu — como foi?

– Como foi o quê? — arqueei uma da sobrancelhas.

– Jaemin e você, no terraço — rolei os olhos e ri.

– Foi muito bom.

– Chenle ficou feliz em saber que você estava lá — disse — ainda mais quando Jaemin disse que subiria para lá — molhei os lábios.

– Vocês são nossos cupidos ou algo do tipo? — ele riu baixinho e assentiu. Antes de sair, bagunçou meu cabelo e apertou minha bochecha. Jisung é estranho, e Chenle também. Talvez seja por isso que eles são um belo casal.

Sentei-me no lugar de sempre: o fundo. Olhei para o horário, e sabia que as coisas começariam a desandar. Teria a mesma aula que Jaemin. Estaríamos na mesma sala, de novo.

Respirei fundo, apanhei meus materiais de inglês e caminhei até a sala, de maneira a encontrar um Jaemin apreensivo que mexia no celular.
Sentei-me ao seu lado e ele assustou-se. Cruzei os braços na mesa e neles me deitei. Com a cabeça inclinada na direção de Jaemin, o fitei, e ele apenas conseguia me fitar também.
Quando Jaemin foi abrir a boca para falar algo, a professora interrompeu dizendo "bom dia".

Inglês sempre foi uma matéria fácil, e eu sempre voava durante as aulas. A diferença, dessa vez, era que eu estava voando nos orbes escuros de Jaemin. Então quer dizer que Na Jaemin também fica envergonhado.
Molhei os lábios antes de levantar-me da mesa e encarar o quadro.

– Por quê me beijou? — ele sussurrou — está bêbado ou algo do tipo? — contorci os lábios.

– Por quê as pessoas se beijam, Jaemin?

– Porque é bom — ele disse como se fosse óbvio. Parece que ele está voltando ao normal.

– E por quê acha que eu o beijei? — e, mais uma vez, Jaemin ficou envergonhado. Era fofo como alguém daquele jeito ainda tinha sentimentos.

O resto da aula foi aquele clima tenso e confortável ao mesmo tempo. Eu ainda estava chateado com Jaemin pelo fato de ele não se lembrar, mas eu não o incomodaria com isso. As pessoas mudam, e com Jaemin não foi diferente.

 
 
  
 
[...]

 
 
  

Assim que todas as aulas acabaram, eu me perguntava se Jaemin ainda estava no colégio; tínhamos muito para conversar. Não sei como Jaemin funciona, mas de tanto o observar, eu já devia ter uma breve noção.
Sobrepus minha mochila no ombro e deixei a sala. Caminhei calmamente pelo corredor, ultrapassando a biblioteca e mais outras duas salas. E foi nesse momento que senti uma mão macia agarrar a minha e me puxar para trás: ninguém mais ninguém menos que Jaemin me guiava para a biblioteca.

– Nana –  o chamei. Ele não me olhou.

– Cale a boca — ele ziguezagueou algumas prateleiras, até que ficássemos em um canto longe e escondido do cômodo. Jaemin escorou-se na parede, de braços cruzados e eu deixei minha mochila no chão, me aproximando dele em seguida. Uma de minhas mãos estava acima de seu ombro, colada à parede. Com a outra mão, puxei Jaemin pela cintura, de maneira a arrancar um som surpreso.

– Seria mais efetivo se você me calasse — murmurei enquanto meus olhos passeavam por toda a extensão do seu rosto.

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