Lonely

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Estou me sentindo inspirada pelos fogos de artifício, buzinas, música alta e gritaria aqui na minha cidade e já vou postar o capítulo de amanhã, hoje :D

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E então chegou as férias de inverno, o Natal e o Ano Novo. Deve-se esperar que quando essas datas tão esperadas chegam, nós estaremos felizes com a família ou amigos.

Bom, minha mãe só teve folga dia 23 e meus amigos foram todos viajar. Harry foi para Paris, Niall para a Irlanda, Liam foi visitar seus avós em Wolverhampton e Zayn fora para Bradford.

Acho que o pior foi eu ter explodido com minha mãe. Meu boletim do semestre havia sido entregue no último dia de aula, mas ela só o viu no tal dia 23 e, bom, eu não estava com minhas melhores notas.

- D- em matemática!? D em ciências? - Jay gritava. - Louis, você sempre foi bem na escola, que raios está acontecendo com você?

- Eu só estou cansado, eu acho. - Falei, tentando me justificar.

- Cansado!? Eu também estou cansada e nem por isso negligencio as coisas importantes. Aposto que não está cansado de sair com seus amigos ou de jogar videogame!

- Você nem vive nessa casa mais pra falar algo! - Eu gritei impulsivamente. - Eu saio da escola todos os dias e venho direto para casa, faço o almoço das meninas, limpo a casa, faço minhas tarefas e meus trabalhos e então vou dormir por que já é próximo das dez horas. E o que você faz? Fica no hospital 24 horas por dia e aposto que quando tem um tempo livre passa com aquele cara que eu sempre vejo te deixando em casa! - Terminei de falar, o que me rendeu um tapa certeiro no rosto.

- Você não tem o direito de falar com a sua mãe assim.

- Você é tão hipócrita! - Foi a última coisa que eu falei antes de correr para meu quarto e me trancar lá dentro.

Vejam bem, quando somos crianças esquecemos que nossos pais são pessoas também, com uma vida e sentimentos. É que eles sempre estiveram lá por nós (sim, há excessões à regra) e é quase como se fossem uma extensão de nós mesmos.

Dizem que nossa vida é baseada em decepções, e a primeira que temos é com nossos pais. Eu estava triste e bravo com o fato de que minha mãe havia se entregue 100% ao trabalho,
mas não havia me ocorrido, de verdade, até então que era por uma coisa boa: por nós. Ela sempre estava lá nos finais de semana e feriados, e, droga, se ela quisesse namorar alguém, por que eu diria para ela que era errado?

No momento, eu pensei apenas em mim. Certo que eu estava uma pilha na época, e que estavam exigindo mais de mim do que eu era capaz de fazer, mas... Eu devia ter pensado no que minha mãe estava passando também. Uma mulher solteira criando cinco filhos completamente sozinha.

Nós devíamos ter sentado e conversando, mas, logicamente, eu fiz o contrário. Nós fizemos o contrário.

Ela nunca veio no meu quarto mais tarde para falar comigo ou qualquer coisa do tipo, e eu estava com raiva. Muita raiva. Sai de meu quarto e pretendia ia fazer algo para comer quando parei no último degrau da escada pois ouvi um soluço e logo Lottie apareceu na minha frente.

- O que você fez agora? - Ela perguntou, irritada, e entrou no banheiro do lado da escada, saindo de lá com um rolo de papel higiênico.

Eu apenas observei estático a cena de Lottie indo até o sofá e sentando-se ao lado de Jay, que chorava e muito. Fizzy estava lá também, mas não entendia o que estava acontecendo.

Afinal, a única coisa que estava acontecendo ali era um choque de realidade entre os dois lados: Meu, de perceber o que eu havia feito, e de minha mãe, por perceber o quanto cansado aquela situação toda me deixava.

Bound to Lose • l.s Onde histórias criam vida. Descubra agora